Dois anos antes de sua morte, São Francisco de Assis estava retirado na Toscana com cinco de seus Irmãos, no Monte Alverne, a fim de ali celebrar a Assunção da Santíssima Virgem Maria, e de preparar a festa do Arcanjo São Miguel, iniciando um jejum de quarenta dias.
Era a época da festa da Exaltação da Santa Cruz. São Francisco orava com os braços estendidos esperando a aurora, ajoelhado diante de sua cela. “Ó Senhor Jesus Cristo, disse ele, conceda-me duas graças antes que eu morra. Tanto quanto for possível, que na minha alma e também no meu corpo, eu possa experimentar os sofrimentos que Tu tiveste que sofrer na Tua cruel Paixão, e sentir este amor sem medidas que Te conduziu, Filho de Deus, a sofrer tantas penas por nós, pecadores miseráveis!”
Enquanto ele estava recolhido, contemplando os sofrimentos do Salvador, eis que ele viu descer do Céu um serafim sob a forma de um homem crucificado, pregado a uma cruz. Este espírito celeste possuía oito asas de fogo, das quais duas se elevavam sobre sua cabeça, duas se estendiam horizontalmente, enquanto que outras duas estendiam-se para voar e as duas últimas recobriam-lhe o corpo todo. Diante deste estranho espetáculo, a alma de Francisco experimentou um misto de alegria e dor. O serafim aproximou-se dele e cinco raios de luz e fogo jorraram das cinco chagas do anjo crucificado e atingiram o lado, as mãos e os pés do Santo, nele imprimindo para sempre a marca dos estigmas sagrados de Nosso Senhor.
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
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