quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

São Raimundo de Peñaforte, 7 de Janeiro

Existem em São Raimundo duas virtudes: a inteligência e a humildade. Nascido no castelo de Peñaforte, perto de Villafranca del Pañadés, estudou com tal afinco que, aos 20 anos, era um mestre procurado e cobiçado por todos. 

Aos 35 anos vai para a célebre Universidade de Bolonha especializar-se em Direito, e lá destacou-se ao passar de discípulo a mestre. No entanto, as palavras que redigiu num perfácio de um livro de Direito revelam-nos a sua virtude da humildade e a sua fé: "Leitor, sê benévolo, considera a minha intenção e não me combatas com aspereza. As coisas úteis, atribui-as a Deus; se encontrares algumas inutilidades, será por eu me haver equivocado ou por tu não me compreenderes. Corrige-me com amabilidade."


Mais tarde, veste o hábito de São Domingos, fundador da Ordem dos Dominicanos e, em 1222, começa o período mais laborioso e o mais interessante do Santo. A pedido do Padre Provincial de Espanha, Raimundo escreveu uma das obras mais célebres da Idade Média, a Summa de casibus paenitentialibus, onde trata questões difíceis da moral a que chamou "casos de consciência".

Quando esteve em Roma, fez um trabalho notável na compilação de Decretos, que vieram a ser a base da legislação eclesiática durante seis séculos e meio. Quando partiu de Roma, um velho escritor relatava, segundo um funcionário da cúria, sobre Raimundo: "Este homem vai-se como veio, tão pobre e tão modesto como à sua chegada. Não leva consigo nem ouro, nem honras, nem dignidades."

São Raimundo era gênio de altos ideais e caráter muito prático e concreto. Com intuição realista, viu que a conversão de mouros e judeus requeria a formação sólida e apóstolos decididos. Assim, contactou São Tomás de Aquino, que se encontrava no auge da sua atividade genial, e daí surgiu um manual apologético para os missionários. Posteriormente, fundou várias escolas com o objetivo de formar professores, mestres de missionários e verdadeiros apologetas, bem informados nas doutrinas do Alcorão e do Talmude.

A sua morte aconteceu a 6 de Janeiro de 1275 e foi canonizado em 1601. Sua memória é celebrada no dia 7 de Janeiro.

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