segunda-feira, 20 de abril de 2009

Santa Inés de Montepulciano, Religiosa, Mística, Fundadora, 20 de Abril


Ela nasceu em Gracchiano-Vecchio, Toscana - Itália, em 1268. Inês era muito simples e algumas das mais conhecidas lendas envolvendo a santa aconteceram em sua infância. A  começar pelo seu nascimento, quando diz-se que sua casa foi cercada por muitas luzes, num tempo em que não havia luz elétrica. 

Na infância, ela foi especialmente marcada pela dedicação a Deus: passava horas recitando o Pai Nosso e a Ave Maria no canto de seu quarto. Quando atingiu 6 anos ela já pedia aos seus pais que queria entrar para o convento. Quando eles lhe disseram que ela era muito novinha, ela implorou que eles mudassem para Montepulciano, de modo que ela pudesse visitar mais frequentemente o convento de lá. Por causa da instabilidade política, seu pai estava com receio de mudar de um lugar seguro, mas permitiu que ela visitasse com mais frequência as freiras.

Numa de suas visitas ao convento, aconteceu um fato que todos os autores dizem que teria sido profético. Inês estava em Montepulciano com sua mãe e com uma mulher da casa, quando elas passaram por uma colina onde havia um bordel. Nisso, um bando de corvos, voando baixo, atacou a menina a bicadas, provocando-lhe arranhões, antes que as mulheres pudessem afastá-los. Surpresas com o ataque, mas seguras de si, elas disseram que o ataque devia ser coisa do demónio que se ressentia da pureza da pequena Inês, queum dia os afastaria daquela colina. De fato, anos mais tarde, Inês construiu um convento naquela mesma colina. 

Ao atingir nove anos, Inês insistiu, dizendo que havia chegado o seu tempo, e entrou para o Convento del Sacco. Foi-lhe permitido entrar para um grupo de Franciscanas em Montepulciano, as quais se vestiam com o máximo de simplicidade. As suas roupas tinham as formas de sacos, daí o nome de “freiras do saco”. A rica menina de Segni não ficou nem um pouco preocupada com a crua simplicidade das suas novas vestes. Sua formação religiosa foi confiada à experiente irmã Margarete, e Inês logo surpreendeu a todos pelo seu excepcional progresso. Por 5 anos ela teve uma paz completa que jamais voltaria a ter. Aos 14 anos foi indicada como auxiliar da tesoureira e nunca mais ficou sem sentir alguma responsabilidade pelos outros.

Durante algum tempo, Inês alcançou um alto grau de contemplação e foi abençoada com várias visões. Uma das mais lindas foi a da ocasião da Visita da Virgem. Nossa Senhora veio com o Divino Infante em seus braços e permitiu que Inês O tocasse e O segurasse. Como não quisesse soltá-Lo, quando a Virgem foi de novo segurá-Lo ela não O soltou, e assim ela acordou de seu êxtase e a Virgem e Jesus haviam partido, mas Inês estava agarrada a um lindo crucifixo de ouro. Ela passou a usá-lo com uma corrente em seu pescoço e o guardou toda sua vida  como um tesouro precioso.

Doutra feita, Nossa Senhora deu a ela três pequenas pedras, e disse-lhe que ela deveria construir  um convento com aquelas pedras um dia. Inês respondeu que não estava indo a lugar algum naquele momento, mas a Virgem disse a ela para guardar as pedras, três em honra à Santíssima Trindade, e que um dia iria precisar delas.

Algum tempo depois, um novo convento Franciscano abriu em Procena, perto de Orvieto, e as irmãs pediram às freiras de Montepulciano que enviassem uma madre superiora. Irmã Margarete foi seleccionada, mas estipulou que Inês deveria ir com ela para ajudar na fundação da nova comunidade. Ali Inês serviu como “dona de casa”, uma grande responsabilidade para uma jovem de 14 anos. Logo muitas outras jovens entraram para o Convento de Procena, simplesmente porque sabiam que Inês estava lá.

Para preocupação de Inês ela foi escolhida como Abadessa. Como só tinha 15 anos, uma dispensa especial seria necessária. Diz a tradição que o Papa Nicolau IV teve uma visão para permitir que ela tomasse o Ofício. No dia em que foi consagrada Abadessa, uma chuva de cruzes bancas flutuavam dentro da capela e em volta das pessoas. Parecia ser uma comemoração celestial a uma situação bastante extraordinária. Uma menina sendo consagrada Abadessa!

Por 20 anos Inês viveu em Procena. Ela era uma Superiora cuidadosa e, algumas vezes, fazia milagres para aumentar o suprimento de pão, quando este estava faltando no Convento. Ela orava a e despensa milagrosamente ficava repleta de pão. A disciplina da irmã era legendária. Ela viveu de pão e água por 15 anos. Dormia no chão, com uma pedra como travesseiro. É dito que, em suas visões, os anjos traziam a sua Sagrada Comunhão.

É dito também que, quando ela se ajoelhava para orar, os lírios ou rosas por perto desabrochavam imediatamente.



Quando suas visões de Cristo, Nossa Senhora e anjos ficaram conhecidos, os cidadãos de Montepulciano a chamaram de volta para uma pequena estadia. Ela foi sem muita vontade, porque não gostava de deixar sua clausura. Mas logo que chegou, ficou sabendo que eles a haviam chamado para construir um novo convento. Uma visão disse a ela para deixar os Franciscanos, e que ela seria no futuro uma Dominicana. 

Em 1306 Inês retornou a Montepulciano e iniciou a construção do convento no local do antigo bordel. Tudo que ela possuía eram as três pedras dadas pela Virgem Maria. Inês, que tinha sido tesoureira, sabia o que fazer. Após uma discussão com os habitantes da colina onde ela queria a fundação, a terra foi finalmente obtida, e o Prior servita colocou a primeira pedra. Inês terminou a construção do Convento e da Igreja que se chama Santa Maria Novella, bem antes do tempo normal e com várias aspirantes a conseguir vagas no novo Convento.

Inês estava convencida de que a nova comunidade precisava ser ancorada numa Constituição ou Regras bem estabelecidas para obter de Roma a licença permanente. Ela explicou que as Regras deveriam ser Dominicanas. O novo Convento foi aprovado e ela foi indicada como Abadessa. Os Dominicanos concordaram em providenciar os capelães e as diretrizes para a nova comunidade.

Com a idade de 49 anos a saúde de Inês começava a decair rapidamente. Santa Inês veio a falecer logo depois, em 20 de abril de 1317, e disse às irmãs que estavam com ela: "Vocês descobrirão que eu não as abandonarei. Eu estarei com vocês para sempre."

Ela foi enterrada em Montepulciano, e seu túmulo  logo se tornou local  de peregrinação. Vários milagres ocorreram junto à sua tumba. Por isso ela foi aberta, para que o seu corpo fosse trasladado para uma igreja Dominicana. Foi quando verificaram que seu corpo estava incorrupto. Ele passou a ser guardado num Santuário na Capela do Convento.

Uma das mais famosas peregrinas a visitar seu Santuário foi Santa Catarina de Sena, que lá foi para venerar a santa e também visitar uma sobrinha de nome Eugênia, que era freira no convento. Quando ela se inclinou para beijar os pés de Inês, ficou maravilhada ao ver que Inês levantava o seu pé suavemente de encontro aos lábios de Catarina.

Em 1435 seu corpo incorrupto foi levado para um lindo Santuário em uma igreja Dominicana em Orvieto onde está até hoje. O Papa São Clemente VIII aprovou um Ofício para uso na Ordem de São Domingos, e inseriu seu nome no Martirológio Romano. Ela foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1726.

Na arte litúrgica da Igreja, ela é representada de várias maneiras: como uma Abadessa Dominicana (hábito branco e manto preto) com uma ovelha, um lírio e um livro; olhando a cruz com um lírio a seu pés; com a Virgem e Jesus; com os doentes sendo curados em sua tumba; com Santa Catarina de Sena.

Ela é padroeira de Montepulciano.


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