quarta-feira, 17 de junho de 2009

Beata Osanna de Mântua, Religiosa (+1505), 18 de Junho



Osanna de Mântua (1449-1505) nasceu em Mântua, Itália e era de família nobre, filha de Niccolò e Agnes Andreasi. Profundamente religiosa, teve experiências místicas ainda na sua infância, guardando, no entanto, segredo das mesmas. Aos seis anos de idade teria visto Cristo na Cruz com a coroa de espinhos, tendo na altura prometido viver apenas e só para Deus.
De forma a poder rezar o Ofício Divino, Osanna pediu a seu pai para aprender a ler, mas sem poder revelar a sua verdadeira motivação. Mas foi-lhe recusada tal pretensão, pois os seus pais entendiam que tal era um desperdício, uma vez que ela, como mulher, estaria destinada a ser esposa e a criar uma família.
Quanto tinha 14 anos e soube que se estava a preparar a combinação sobre o seu casamento, foi em segredo até a Igreja dos Dominicanos e recebeu o hábito dos membros da Ordem Terceira Dominicana. Apresentou-se em casa envergando o hábito e explicou que tinha feito uma promessa e que o teria de usar até ao seu cumprimento.
O seu pai, como cristão piedoso, aceitou tal explicação, embora passados alguns meses começasse a suspeitar das reais intenções da sua filha. Avisou-a de que não a autorizaria a entrar num convento nem a levar uma vida religiosa em casa. No entanto, gradualmente veio a aceitar que Osanna prosseguisse uma vida de penitência e prática da caridade para com os mais necessitados. Porque Osanna teve de cuidar dos seus irmãos e irmãs após a morte prematura dos seus pais, apenas passados 34 anos e somente alguns meses antes de falecer, pôde cumprir finalmente os seus votos religiosos.
Uma lenda afirma que, tal como sucedeu com Santa Catarina de Sena, teria aprendido a ler de forma miraculosa, ao ver escritas as palavras «Jesus» e «Maria». Alegadamente, desde esse dia era capaz de ler todos os escritos espirituais.
Quando Osanna tinha 28 anos de idade, recebeu estigmas na sua cabeça, no lado e nos pés, embora fossem visíveis para terceiros apenas em certos dias da semana, especialmente às sextas-feiras e durante a Semana Santa.
Osanna relatou a sua vida espiritual e experiências místicas ao seu biógrafo e orientador espiritual, o beneditino Jerônimo de Monte Oliveto. Osanna era uma mística que com freqüência caía em êxtases quando falava de Deus, e visualizava imagens de Cristo crucificado na cruz, além de sobreviver durante anos sem tomar praticamente nenhum alimento.
Ajudava os pobres e serviu como diretora espiritual de muita gente, gastando grande parte da fortuna da sua família para auxiliar os mais necessitados. Manifestava freqüentemente a sua repulsa pela decadência e criticava a aristocracia pela ausência de moralidade. Foi amiga da beata Columba de Rieti e recebeu apoio espiritual da beata Estevana de Quinzanis. A sua casa era um autêntico centro de ação social e caritativa em benefício dos mais necessitados, bem como um local habitual de reunião e discussão sobre temas espirituais e vida da Igreja. Uma das principais causas de sofrimento de Osanna no seu tempo foi a degradação da Igreja sob o pontificado do Papa Alexandre VI.
A Vida da Beata Osanna foi escrita em 1507, pouco depois da sua morte. A biografia tem um caráter de relatório detalhado das suas conversas com Osanna. Frei Jerônimo juntou traduções em latim das 24 cartas recebidas de Osanna, acompanhadas de documentos certificando a sua autenticidade. Uma outra biografia, publicada em 1505 é da autoria de Frei Francisco Silvestre de Ferrara, OP, um dos mais relevantes teólogos tomistas e que veio a ser Mestre Geral da Ordem.
Faleceu a 18 de julho de 1505. O seu corpo incorrupto encontra-se em exposição sob o altar de Nossa Senhora do Rosário na Catedral de Mântua, Itália.
O culto a Osanna de Mântua foi confirmado pelos Papas Leão X e Inocêncio XII. Foi beatificada de facto a 24 de novembro de 1694. O seu dia festivo é 18 de junho.

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