quarta-feira, 22 de julho de 2009

Santa Maria Madalena, Apóstola de Cristo, 22 de Julho


Noli Me Tangere, Tiziano Vecellio, por volta de 1514


Muito mais do que "pecadora arrependida", figura que lhe foi impingida ao longo dos séculos pela Igreja, Maria Madalena é a representação da discípula forte, da mulher que, num determinado momento de sua vida, enxerga à sua frente novas perspectivas para a sua existência. Ela entende que seu mundo é muito maior do que simplesmente aquele "paraíso" ao qual havia sido destinada: casa, marido, filhos, tarefas domésticas etc. etc.
Não que o lar não possa ser um paraíso. Porém, para algumas mulheres, o paraíso pode realmente estar muito além. Pelo que consta, o paraíso de Maria de Magdala realmente estava muito além disso. O paraíso dela estava todo em Jesus. Não importa que tipo de vida ela levou antes de encontrar o Mestre. Ele não se preocupa mais com isso. Importa a vida inteira que ela tem a Lhe oferecer a partir de agora, a partir deste encontro em que o Amor falou mais alto.
Ao encontrá-Lo, Madalena descobriu que as fronteiras de seu mundo eram muito mais amplas do que ela havia imaginado. Prova disso é que, após a Ressurreição de Cristo, ela parte em viagem para muito, muito longe. Segundo consta, ela chegou até a costa Sul da França, na região de Provence-Alpes-Côte d’Azur, onde evangelizou a população local. Lá está o seu túmulo, guardado por monges dominicanos, sendo o terceiro mais importante túmulo da cristandade.
Quando pensamos em Maria Madalena, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a "pecadora arrependida". Como todos nós, ela era pecadora. Todos nós deveríamos nos lembrar de nos arrependermos de nossos erros, sempre. Deveríamos também pensar em Maria Madalena como a grande apóstola a quem o próprio Jesus concedeu a honra de ser a primeira a encontrá-Lo ressuscitado. Por que será que Ele tomou esta decisão? Provavelmente por ela ser, justamente, uma "pecadora arrependida".

Gisele Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

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