terça-feira, 17 de novembro de 2009

Santa Rosa Felipina Duchesne, Religiosa da Sociedade do Sacré-Coeur (França), 18 de Novembro



Rosa Felipina Duchesne nasceu em Grenoble (França) em 29 de agosto de 1769. Batizada na igreja de São Luís, recebeu, como se fosse um presságio, os nomes do apóstolo Felipe e de Rosa de Lima, primeira santa do Novo Continente. Sua educação iniciou-se no Convento da Visitação de Santa Maria do Alto. Atraída pela vida contemplativa das religiosas, Rosa Felipina entrou, aos 18 anos, para o noviciado no mosteiro.
Na época da Revolução Francesa, a comunidade foi dispersada. Felipina voltou para a sua família, e passou a dedicar-se a cuidar dos prisioneiros, dos doentes e dos pobres. Após a *Concordata de 1801, ela tentou, com algumas companheiras, fazer reviver o Mosteiro da Visitação, mas seu esforço foi em vão.
Em 1804, Felipina toma conhecimento da fundação de uma nova congregação: a Sociedade do Sacré-Coeur  (Sagrado Coração) de Jesus, e oferece seu antigo mosteiro à fundadora, Madeleine-Sophie Barat; Felipina está pronta a entrar para a congregação. Pouco depois, Madre Barat chega a Santa Maria do Alto e acolhe a religiosa e suas companheiras como noviças na Sociedade.
Após sua profissão religiosa, ao mesmo tempo em que sentia vontade de ingressar numa vida contemplativa, Felipina sente fortemente o chamado, que lhe era feito desde a adolescência, às missões. Numa carta a Madre Barat, ela confia a experiência espiritual que viveu ao longo da noite de adoração da Quinta-Feira Santa diante do Santíssimo Sacramento: "A noite inteira, eu estive no novo continente... Eu levava meu Tesouro (o Santíssimo Sacramento) por todos os cantos... (...) Quando a senhora me disser 'eu vos envio', rapidamente eu responderei: eu vou." Ela precisou esperar durante 12 anos.
Em 1808, seu sonho se realizou: ela partiu, atendendo ao pedido do bispo da Louisiana (EUA), que procurava uma congregação de ensino, para ajudá-lo a anunciar o Evangelho aos Índios e aos jovens franceses da sua diocese. Em Saint Charles, próximo a Saint Louis (Missouri), Felipina funda a primeira casa da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus fora da Europa. Não passava de uma cabana de madeira. Lá, ela conheceu todas as dificuldades de uma vida de pioneira: frio extremo, trabalho pesado, falta de dinheiro. Ela enfrentava também muita dificuldade em aprender o inglês; o correio era lento, as cartas da sua querida França várias vezes nem chegavam. Mas a religiosa se esforçava para ser fiel, permanecendo sempre unida à Sociedade na França.
Felipina e suas quatro companheiras religiosas progrediam. Em 1820, ela abriu a primeira escola gratuita do Oeste do Mississipi. A partir de 1828, seis casas são abertas ao acolhimento de jovens alunos do Missouri e da Louisiana. Ela amava muito seus alunos, auxiliando-os bastante, mas no seu coração, ela aspirava sempre ao trabalho junto aos Índios. Aos 72 anos de idade, Felipina é liberada de toda e qualquer responsabilidade; porém uma escola para os Potawatomis vai ser aberta em Sugar Creek, no Kansas. 
Muita gente achava que a saúde de Felipina estava muito debilitada para que ela partisse, mas o Jesuíta que dirigia essa missão insistiu: "Ela precisa vir; ela não pode fazer muitos trabalhos, mas ela garantirá o sucesso da missão pela sua oração. Sua presença atrairá toda sorte de favores divinos para os nossos trabalhos." 
Ela permanece somente um ano com os Potawatomis; todavia, sua coragem não diminuiu, e suas longas horas de oração contemplativa levaram os Índios a chamá-la "a mulher que ora sempre". Sua saúde, porém, não resiste às condições da aldeia. Em julho de 1842, ela retorna a Saint Charles, ainda que o seu desejo pelas missões permaneça vivo em seu coração. Ela dizia: "O mesmo desejo ardente que eu sentia na França em vir para a América, eu sinto pelas missões de Rocky Mountains ou quaisquer outras semelhantes..."
Felipina Duchesne morreu em Saint Charles no dia 18 de novembro de 1852, aos 83 anos. Foi canonizada pelo Papa João Paulo II em 3 de julho de 1988.

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*Concordata de 1801:
A Revolução Francesa abolira, ou tentara abolir, a religião, buscando o Estado absolutamente leigo. Ora, Bonaparte considera o sentimento religioso um elemento de estabilização da sociedade; e religião, na França, significa catolicismo, a religião professada pela esmagadora maioria dos franceses. Assim, ele busca um entendimento com o Papa Pio VII, chegando à Concordata de 1801, que permite que, a partir de 1802, a Igreja seja reorganizada em sessenta dioceses, com novos bispos, e um clero “burocrático”: os bispos são indicados pelo chefe do Estado e recebem sua investidura canônica do Papa. O clero é remunerado pelo Estado e tem por função assegurar a paz, a coesão social e o respeito às leis. Outros pontos da Concordata: o catolicismo é declarado “a religião da grande maioria dos franceses"; tolerância religiosa para judeus e protestantes; a igreja renuncia a reclamar as terras confiscadas durante a Revolução; o calendário gregoriano é restabelecido. 

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Ver também: Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo, Roma 

Fontes:

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