terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Santa Verônica de Binasco (ou de Milão), Religiosa, Mística (+ 1497), 13 de Janeiro

     Verônica nasceu em Binasco, perto de Milão. Pertencia a uma família de lavradores pobres, mais rica de virtudes que de bens tirados da terra. Devido à pobreza, seus pais precisaram colocá-la muito cedo para trabalhar no campo; mas, em vez de dar ouvidos às conversas mundanas e às canções populares, ela se entregava às orações e parecia alheia a tudo o que se passava ao seu redor. Esta flor de virtude iria desabrochar na vida religiosa.


Movida pelo ardente desejo de entrar para a família das Irmãs Agostinianas de Santa Marta, em Milão, Verônica dedica uma parte de suas noites a aprender a ler e a escrever, condição necessária para ser admitida no convento. Seus esforços foram em vão e, desencorajada, ela se queixou à Virgem Santíssima, que lhe apareceu, dizendo: “Minha filha, não se inquiete; você precisará aprender apenas as três lições que eu trago do Céu. A primeira é a pureza do coração, que nos leva a amar Deus acima de todas as coisas; você deve ter apenas um amor, o de meu Filho. A segunda é a de não murmurar contra os defeitos do próximo, mas suportá-los com paciência, orando por ele. A terceira é meditar todos os dias a Paixão de Jesus Cristo, que a aceita por Sua esposa.” A partir desse momento, Verônica não se preocupou mais com o alfabeto e os livros, mas encontrou o caminho da “ciência dos santos”.
Finalmente recebida entre as irmãs convertidas de Santa Marta, Verônica distinguiu-se entre elas não apenas pelas virtudes mais brilhantes, mas pelos dons os mais extraordinários. Seus olhos eram infinitas fontes de lágrimas. Freqüentemente o Senhor lhe aparecia; uma vez, Ele recitou o Ofício Divino com ela; outra vez, Ele Se mostrou a ela pregado na Cruz, a cabeça coroada de espinhos, o rosto pálido e desfigurado, o corpo coberto de chagas. Esta visão fez Verônica desmaiar. Os demônios a atormentavam de mil maneiras, procurando aniquilar uma virtude tão heróica, mas seus ataques serviram apenas para aumentar os méritos da religiosa.
Todos os dias, durante um ano, o santo venerado pela Igreja a cada dia lhe aparecia e instruía. Os Anjos a serviam e, durante os três anos que precederam sua morte, um destes espíritos celestes lhe trazia, às segundas, terças e quartas-feiras de cada semana, um pão que a saciava, tirando-lhe o gosto por qualquer outra comida. Sua vida, envolta em maravilhas, foi coroada por uma santa morte, cujos dia e hora Verônica havia predito.


Tradução e Adaptação:
Gisele Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Fontes:
Abade L. Jaud, Vida dos Santos para todos os dias do ano (Vie des Saints pour tous les jours de l'année), Tours, Mame, 1950.

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