terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

São Guilherme de Malaval, Eremita da Toscana, Fundador (+1157), 10 de Fevereiro




Guilherme de Malaval viveu no Século XII. É o fundador de uma ordem eremítica beneditina, que deu origem à congregação religiosa dos Guilhermitas. Esta ordem espalhou-se pela França (priorados de Louvergny e de Montrouge) e no Santo Império Germânico (Alemanha). Sua memória é celebrada pela Igreja Católica em 10 de fevereiro.

Biografia
Desde o fim da Idade Média, a vida de Guilherme de Malaval se confunde com a de Guilherme X de Poitiers.
Segundo a hagiografia oficial, Guilherme de Malaval teria sido um cavaleiro, provavelmente originário da Aquitânia, que tinha uma carreira militar e uma vida aventureira e dissoluta. Por alguma razão desconhecida, ele teria sido excomungado. Após se aconselhar com São Bernardo de Claraval, Guilherme fez três grandes peregrinações: São Tiago de Compostella, Roma e Jerusalém.
Uma outra versão conta que ele teria ido a Roma, pedir perdão ao Papa Eugênio III, que lhe teria recomendado, como penitência, uma peregrinação a Jerusalém. Quando Guilherme retornou à Itália, decidiu viver como eremita, levando uma vida cada vez mais rigorosa, inicialmente no Monte Pisano e, em seguida, retirado no deserto de Malaval em Castiglione della Pescaia, na província de Grosseto, Toscana. Tornou-se então anacoreta, alimentando-se de raízes e orando incansavelmente.
Com o tempo, discípulos cada vez mais numerosos, atraídos por seu exemplo de santidade, começaram a partilhar com Guilherme o seu estilo de vida. A um deles, Alberto, que se tornaria seu biógrafo, o santo eremita teria ditado a Regra Guilhermita, aprovada pelo Papa Inocêncio III, em 1211. Após a morte de Guilherme, em 1157, seus discípulos construíram um priorado no local do seu túmulo. A Ordem dos Guilhermitas foi aprovada pelo Papa Alexandre IV, em 1256.
Conta a lenda que Guilherme de Malaval operou inúmeros milagres, chegando até mesmo a abater um *dragão com seu bastão de peregrino. Seus atributos iconográficos são uma coroa penitencial, um bastão e um dragão. Em algumas imagens, Guilherme também é representado usando um peitoral em malhas de aço sob a batina.

Curiosidades
Na igreja de São Tirso de Labruguière há uma capela no fundo da qual doze medalhões, pintados por Morelli no Século XIX, parecem representar a vida de Guilherme de Malaval: à frente de um batalhão de Cruzados; sendo tentado; visitando o Papa; vivendo como eremita na Toscana; massacrando dragões; ou ainda realizando uma cura. Nesta pintura, a paisagem ao fundo representa uma cidadela fortificada, podendo ser Jerusalém ou Saint-Jean-d’Acre.
O mosteiro dos Guilhermitas de Liège, na Bélgica, inspirou a decisão de dar o nome de Guilherme de Malaval a um bairro e à principal estação ferroviária da cidade, a Estação dos Guilherminos (Guillemins). Na França, a Rua dos Guilhermitas de Paris testemunhou, no Século XIII, a fundação, no bairro de Marais, do Mosteiro de Blancs-Manteaux (Mantos Brancos), apelido atribuído aos Guilhermitas parisienses após a dissolução da Ordem dos Servitas de Maria, em 1274.

*Na tradição ocidental (mitologias grega, céltica e nórdica), o dragão é uma criatura que se assemelha a um réptil alado que cospe fogo, evocando geralmente os princípios caóticos e primitivos. Inúmeros heróis ou deuses vão medir forças com os dragões, a fim de reestabelecer a ordem no mundo (no livro do Apocalipse, Capítulo 12, São João Evangelista nos conta a batalha travada entre a Mulher vestida de Sol e o Dragão que queria lhe devorar o Filho).
Os dragões são, antes de mais nada, criaturas ligadas à terra e ao fogo, símbolos do poder das forças naturais. Eles se unem, por essas características, às antigas criaturas Ctonianas (deuses ou espíritos do mundo subterrâneo que se opunham às divindades olímpicas. Por vezes são também denominados "telúricos" [do latim tellus]) que se assemelhavam à serpente das mitologias indo-européias: Apolo combatia Píton, Krishna rivalizava com Kaliya, Rê lutava contra Apófis.
Os dragões foram mantidos com esse aspecto selvagem por motivos associados, em geral, à proteção de alguma coisa. Esta característica se inscreve no próprio nome “dragão”: originário da palavra grega drákōn (δράκων), deriva de drakeîn (δρακεν), aorista do verbo dérkomai (δέρκομαι), que significa “ver, olhar de forma penetrante”.

Conheça também: Santa Escolástica
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/02/santa-escolastica-10-de-fevereiro.html

Fontes :
"San Guglielmo di Malavalle, eremita presso Castiglione della Pescaia in Maremma", Maddalena Delli - Pubblicato su ToscanaTascabile 02/2005
http://fr.wikipedia.org/wiki/Guillaume_de_Malavalle
http://fr.wikipedia.org/wiki/Dragon_(créature_fantastique)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ctónico
http://de.wikipedia.org/wiki/Datei:Figurchorgestühlbuxheim21.JPG
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4f/Guillaume_et_le_dragon.jpg

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