quinta-feira, 8 de abril de 2010

Santa Maria de Cléofas, Discípula de Jesus (Séc. I), 09 de Abril

Nos grandiosos eventos da Redenção, durante o dramático epílogo sobre o Calvário, um coro silencioso e doloroso de piedosas mulheres aguarda, não muito distante, que tudo seja consumado: “Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e Maria Madalena”, diz o evangelista são João. Era o grupo daquelas “que o seguiam desde quando estava na Galiléia para servi-lo, e muitas outras que tinham vindo de Jerusalém juntamente com ele.” Entre as espectadoras estava, portanto, a santa de hoje, cuja presença contínua e vigilante ao lado do Salvador mereceu-lhe um lugar especial na devoção dos cristãos, mais do que pelo seu parentesco com Nossa Senhora e São José.
Maria de Cléofas (ou Cléopas) é considerada a mãe dos “irmãos de Jesus”, termo semítico para indicar também os primos, Tiago Menor, Apóstolo e bispo de Jerusalém e José. O historiador palestino Hegésipo, diz que Cléopas era irmão de são José e pai de Judas Tadeu e Simão. Este último sucedeu a seu irmão Tiago Menor na sede episcopal de Jerusalém.
A identificação de Alfeu com Cléopas, sustentada pelos antigos, traz como conseqüência a identificação de Maria de Cléofas como cunhada de Nossa Senhora e mãe de três apóstolos. Cléopas Alfeu é, além disso, um dos discípulos que no dia da ressurreição de Jesus, indo à cidade natal Emaús, foram alcançados e acompanhados pelo próprio Jesus, havendo-o reconhecido “na fração do pão”.
Enquanto o marido se afastava de Jerusalém, com o coração pesado de melancolia e desilusão, a esposa Maria Cléofas, segundo o impulso do seu coração, apressava-se em ir ao túmulo do Redentor para prestar-lhe a extrema homenagem da unção ritual com vários ungüentos. Na sexta-feira à tarde tinha se demorado em companhia de Madalena para ver “onde O haviam colocado”.
Passado o sábado, de manhã bem cedo, enquanto o marido voltava a casa, Maria de Cléofas e as outras companheiras “compraram perfumes e foram até o seu sepulcro para fazer-lhe unções.” Mas: “Não está aqui, ressuscitou!”, anunciou-lhes o mensageiro divino. Coube às piedosas mulheres, que tinham ido ao sepulcro com seus ungüentos e sua dor, o privilégio do testemunho mais empenhado: “Por que procuram o vivo entre os mortos?” Se Cristo não ressuscitou a nossa fé não vale nada e nós seremos mentirosos, dirá são Paulo. Mas Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram e ressurgirão. Essa é a grande alegria que foi dada “aos onze e a todos os outros” pelas mulheres que tinham ido ao sepulcro, e entre elas Maria de Cléofas.

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