segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Franz Jägerstätter, Leigo, Mártir (+1943), 09 de Agosto


Franz Jägerstätter nasceu a 20 de Maio de 1907 em St. Radegung, na Alta Áustria. Durante a sua adolescência e juventude distinguiu-se dos seus companheiros pela alegria, pela vivacidade e pelo particular aspecto exterior, que o tornava fascinante e atraente; não obstante na sua jovem idade houvesse um certo interesse pela vida superficial, o Servo de Deus permanecia fortemente ancorado nos princípios da fé, rezando todos os dias e aproximando-se dos Sacramentos.
Em 1931, após uma permanência de três anos em Eisenerz, Franz foi obrigado a regressar à casa, pois seu pai tinha sido atingido pela tuberculose, e a partir daquele momento caberia a ele a gestão do sítio da família.
Em 1933 nasceu Hildegard, filha que reconheceu e amou muito, fruto da sua relação clandestina com a Sr. Auer, doméstica da casa. Em 1936, casou-se com Franziska Schwaniger e dessa união nasceram três filhas. Os cônjuges distinguiam-se na paróquia que freqüentavam por serem católicos praticantes e profundamente devotos, e estavam entre os poucos que recebiam quotidianamente a sagrada comunhão.
Aos primeiros sinais da chegada do regime totalitário do Führer, o Servo de Deus fez oposição ao nascente partido nazista e às suas ideologias. Era tão grande a sua aversão por tudo o que fosse contrário aos ideais e princípios católicos que não só deixou de expor as próprias idéias, mas também, com singular coragem, rejeitava fazer a saudação nazista. Pode ser definido como um "resistente" ao nazismo, um simples camponês que representou uma das pouquíssimas testemunhas que em terra alemã tenha ousado opor-se ao regime de Hitler. Rejeitou todo tipo de colaboração com o regime após a anexação do seu país à Alemanha (1938).
Chamado às armas em 1943, em pleno conflito mundial, declarou que, como cristão, não podia servir à ideologia hitleriana e combater uma guerra injusta.
A escolha e a vida de Franz estão relacionadas com uma radicalidade evangélica que não admite réplica, ao contrário, provoca e questiona. O seu pároco, Josef Karobath, após o debate decisivo em 1943, realizado poucos dias antes da chamada ao alistamento, comentou: "Ele deixou-me sem palavras, porque tinha as melhores argumentações. Queríamos fazê-lo desistir (de não se alistar), mas derrotou-nos sempre ao citar as Escrituras".
Havia em Franz uma serenidade, embora mediata e sofrida, devido r adesão ao pleno significado da mensagem evangélica: nele a coerência tornou-se um fator distintivo, não por preconceitos ideológicos ou por um pacifismo abstrato, mas porque se deixou conduzir pela adesão concreta e vivida aos valores, aos significados, às exigências daquilo em que acreditava.
Franz Jägerstätter foi processado pelo tribunal marcial de Berlim e condenado à morte a 6 de Julho de 1943 porque reconhecido culpado do delito de reticência ao recrutamento militar. Foi esta a motivação oficial, que no entanto deixa subentender outra, a verdadeira: era culpado por não ter renunciado à sua profissão de fé. Foi guilhotinado em Brandeburgo a 9 de Agosto de 1943.

Ver também: Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

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