quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Santo Alberto de Jerusalém, Bispo, Legislador da Ordem dos Carmelitas (+1214), 17 de Setembro

Santo Alberto, dos patriarcas de Jerusalém um dos mais eminentes, era natural da Itália, descendente de  uma nobre família do  ducado de Parma. Jovem ainda e com a preocupação de salvar a inocência, fez-se  religioso e  entrou  para o convento dos Cônegos de Santo Agostinho, em Mortara, os quais, depois de alguns anos, o elegeram prior  da comunidade religiosa. Passados três anos, foi indicado para bispo de Bóbbio.  A modéstia e  humildade, porém, não lhe permitiram aceitar esta dignidade. Poucos anos se passaram e a vontade do Papa Lúcio III prevaleceu, nomeando-o bispo de Vercelli, e durante o espaço de vinte anos Alberto administrou aquela diocese. Rigoroso contra si próprio, era condescendente para os súditos; incansável no cumprimento dos deveres, era dedicado às obras de penitência, oração e caridade. Espírito muito conciliador, era Alberto o indicado para servir de árbitro em questões de litígio.  Assim o imperador Frederico Barba-Roxa se valeu dos seus bons serviços junto à Sé Apostólica em Roma. Devido a sua intervenção, cessou uma antiga inimizade entre as cidades de Parma e  Piacenza.
A fama de sua santidade tinha chegado até a Síria. Quando vagou a Sé patriarcal de Jerusalém,  o clero daquela cidade concentrou os votos em Alberto para sucessor do Patriarca falecido.  O Papa Inocêncio III  não só aprovou a eleição, mas ainda insistiu com o eleito para que a aceitasse, fazendo-lhe ver que as condições em que se achava a Terra Santa, requeriam um braço forte, se não se preferisse o desaparecimento do cristianismo, diante da pressão fortíssima dos  maometanos. Alberto, obediente à voz do Sumo Pontífice, entregou a administração da diocese a  um sucessor,  apresentou-se ao Papa e  de Roma  foi para a Palestina. Estando Jerusalém sob o domínio dos sarracenos, o bispo da metrópole, fixou residência em Acra. Antes de mais nada, procurou conhecer bem a situação da Igreja naquele país.  Com orações e jejum pediu a luz de cima, para acertar com os meios de  socorrer a  cristandade nas suas necessidades. Deus iluminou-o e abençoou-lhe nos trabalhos, de um modo palpável. Grande número daqueles que tinham abandonado a fé, voltaram ao seio da Igreja, e outros, transviados no caminho do pecado e do vício, contritos se  converteram. A palavra,  mas antes de  tudo a santidade do bispo,  fizeram com que gozasse do maior prestígio, não só entre os cristãos, mas ainda entre os inimigos da cruz, os sarracenos, o que  muito concorreu para a situação da Igreja tornar-se bem mais tolerável.  
Além dos trabalhos pastorais, incumbiu-se Alberto da  redação de  uma regra da  Ordem do Carmo.  Os Carmelitas eram eremitas, que moravam no monte Carmelo. Tinham  por padroeiro o  profeta Elias,  que com os seus discípulos habitara no mesmo lugar.  A regra que Alberto lhes deu, é um documento de sabedoria e prudência. Desde aquele tempo, começou a Ordem a tomar grande incremento. 
Oito anos durou o patriarcado de  Alberto na Palestina.  Estimado por todos, surgiu-lhe um inimigo, na pessoa de um malfeitor, natural de Caluso, em Piemonte. Alberto, vendo o mau procedimento daquele homem, tinha por diversas  vezes, por meios  persuasivos, procurado afastá-lo da senda do crime. Mas, em vez de se  emendar, a vida tornou-se-lhe cada vez mais escandalosa,  chegando ao final o ponto de merecer a pena de excomunhão, com o que o patriarca o ameaçou. Exasperado com a justa energia do Prelado, jurou tirar desforra. Na festa da Exaltação da Santa Cruz, quando o Patriarca, rodeado de muitos representantes do clero, exercia as altas funções de oficiante do religioso, o criminoso penetrou no recinto sagrado e apunhalou-o. Alberto morreu quase que instantaneamente, pranteado pelos fiéis que o veneravam como Santo, isto no ano de 1214. 

 Reflexões
 O exemplo de Santo Alberto ensina-nos como devemos santificar os primeiros momentos do dia. Com a oração nos lábios, saudava a luz do novo dia, convencido de que nada de bom este podia trazer-lhe, sem que Deus o tivesse abençoado. “Ao acordares, aconselha São Boaventura -  oferece ao Senhor as primícias dos teus pensamentos e afetos”. Muita coisa depende desta oferta matutina. O demônio disputa para si estes  momentos preciosos, sabendo muito bem que deles, e o modo de passá-los, depende o dia todo. A oração da manhã é coisa que ninguém deve dispensar.  Ninguém venha dizer que lhe falta tempo para rezar. Tendo tempo para as refeições, para as conversações e para os divertimentos, não se deve dizer que para rezar, tempo nenhum sobra.  Quanto maior for o trabalho, quanto mais pesada a responsabilidade,  tanto mais precisamos da graça divina. Fiquemos certos de uma coisa: sem a graça de Deus, nada faremos;  sem a sua bênção, o nosso trabalho nada vale. Em tudo e para tudo, precisamos da assistência divina. “Antes do sol nascer, vos agradecerei, Senhor;  ao amanhecer dou-vos louvor” (Sab 16,28).     

Ver também:

Fonte:
http://www.paginaoriente.com/santos/craj0804.htm

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