quinta-feira, 11 de novembro de 2010

São Teodoro o Estudita, Hegúmeno (Superior) do Monastério do Stoudion († 826), 11 de Novembro

São Teodoro Estudita ou São Teodoro o Estudita (759-826), quer dizer, monge do Stoudion, mosteiro de Constantinopla, é um dos grandes Padres da Igreja, teólogo, hinógrafo, diretor espiritual. Uma das mais importantes contribuições de São Teodoro Estudita foi seu tratado de defesa dos ícones durante o segundo período iconoclasta (814-842). Teodoro é celebrado na Igreja Ortodoxa no dia 11 de novembro, dia de sua dormição, e em 26 de janeiro, dia do translado de suas relíquias de Chersoneso (Χερσόνησος, Península em grego) a Constantinopla no ano de 845 d.C. Seu irmão, São José o Hinógrafo, foi arcebispo de Tessalônica e é comemorado em 14 de julho.

Vida de Teodoro Estudita

São Teodoro nasceu em Constantinopla em 759 d.C., numa família de altos funcionários da elite aristocrática daquela cidade. Nesse período conturbado em que o Imperador Constantino V Coprônimo (741-775) perseguia os defensores do culto às Santas Imagens (Ícones), o pai de Teodoro, Fotino, guardião do tesouro imperial e ministro das finanças, e sua mãe Teoctista, souberam transmitir-lhe a firmeza na Fé Ortodoxa e o amor à virtude. O menino recebeu a mais completa educação de sua época, tanto nas ciências sagradas como nas profanas, mas adquiriu, sobretudo de sua mãe, um grande zelo pela ascese e pela oração, bem como um profundo amor pela vida monástica.
Depois da morte de Constantino V, e após o curto reinado de Leão IV (775-780), a Imperatriz Irene assegurou a regência e restaurou, prudentemente, com a ajuda do santo Patriarca Tarésio de Constantinopla (celebrado em 25 de fevereiro), o culto às Imagens (Ícones), trazendo de volta do exílio os confessores da Ortodoxia. Foi assim que, em 780, o tio materno de Teodoro, Platão (735-814, celebrado em 4 de abril), pôde retornar a Constantinopla, depois de ter permanecido como Hegúmeno do Mosteiro dos Símbolos na Bitínia. Reencontrando sua família, soube inspirar-lhe tão bem o amor à vida monástica que acabou influenciando Teodoro e toda a família do jovem – pais, irmãos, irmãs e até alguns amigos – a abraçarem a vida angélica. Fotino vendeu todos os seus bens e distribuiu a renda aos pobres, exceto uma propriedade que ele possuía no Monte Olimpo de Bitínia: o Sakkoudion que, por sua situação e condições favoráveis, podia ser transformado em mosteiro, pois naquela época a maior parte dos mosteiros havia sido desertada por causa das perseguições. Sob a sábia direção de Platão, eles logo transformaram o local num mosteiro cenobita, onde Teodoro fez rápidos progressos.
Em 787, foi ordenado sacerdote pelo Patriarca Tarésio e, desde então, entregou-se a uma ascese cada vez mais rigorosa: dormia apenas uma hora por noite e consagrava todo o restante de sua longa vigília quotidiana à oração e à meditação dos Santos Padres, dos quais ele era um discípulo fervoroso. São Basílio, São Doroteu de Gaza, São Nilo o Sinaíta, São João Clímaco eram seus companheiros preferidos. Em 793, seu tio Platão retornou a Constantinopla e foi residir no mosteiro do Stoudion.
No início de 795, o Imperador Constantino VI (780-797) repudiou sua esposa, Maria a Armênia, neta de São Filareto, para unir-se a uma prima de Teodoro: Teodota. O Patriarca Tarésio recusou-se a abençoar esta união, mas, mesmo assim, o Imperador mandou que um sacerdote oportunista celebrasse o casamento: José, ecônomo da Grande Igreja. Santos Platão e Teodoro levantaram-se, então, indignados por esta pretensão do soberano de escapar às leis da Igreja, e de querer colocar-se acima dos demais fiéis. Eles eram os únicos a se rebelarem contra este abuso de poder e, durante mais de um ano, resistiram a todas as tentativas de concessões do Imperador e da corte. Finalmente, Platão foi preso e encarcerado em Constantinopla, enquanto que Teodoro e alguns de seus monges foram enviados para o exílio em Tessalônica, onde sofreram inúmeras tribulações.
Este foi o «cisma adúltero», que durou até 797, quando Constantino VI foi afastado do trono em benefício de sua mãe, Irene (797-802), após o que Teodoro e seus companheiros (chamados de Zelotes) foram libertados e puderam retornar ao Sakkoudion, para a alegria de seus discípulos, com os testemunhos de respeito do Patriarca, do Papa de Roma e dos grandes do Império, e a admiração do povo que via neles a encarnação da independência da Igreja e da firmeza da tradição face ao poder temporal.
Suas novas instalações foram, no entanto, de curta duração. As freqüentes incursões dos Árabes obrigaram-nos, com efeito, a deixar o Monte Olimpo e irem buscar refúgio em Constantinopla, onde ofereceram-lhes o mosteiro do Stoudion, cujo nome provinha do cônsul romano Studius que o fundou em 463. Esta transferência da comunidade, que logo contaria com cerca de mil monges, foi a ocasião para Teodoro adaptar mais estritamente que antes, no Sakkoudion, o modo de vida comunitária prescrito por São Basílio o Grande.

A alma da resistência iconodúlica

Teodoro tornou-se o líder da ala mais rígida do monaquismo e a alma da resistência iconodúlica. Hegúmeno do Mosteiro do Stoudion em 794, era um partidário declarado das santas imagens e, por isso, ficou três vezes exilado na Ásia Menor, sofrendo violências e outras vexações. Seus escritos permitem superar a segunda onda iconoclasta, mas ele já estava morto quando foi restabelecida a permissão ao culto às imagens, em 11 de março de 843. Teodoro morreu em 11 de novembro de 826 no mosteiro de Crescens, perto da Nicomédia, onde tinha sido exilado.

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Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado Pimentel

Ver também:

Fontes:
http://commons.orthodoxwiki.org/images/b/b8/Theodore_the_Studite.jpg

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