No Século IV, Diocleciano, o último Imperador pagão, reinava com Maximiano Herculius, co-Imperador, sobre o império que se estendia sobretudo a periferia mediterrânea.
Diocleciano, que no início de seu reinado havia sido tolerante com os cristãos, dentre os quais muitos ocupavam altos postos militares ou administrativos, começou a "esvaziar" o exército dos seus elementos que haviam abraçado a religião do Cristo.
No outono do ano 303, seu co-Imperador Maximiano Herculius, numa viagem a Samosata (atual Samsat, Turquia), decidiu desmascarar os cristãos que porventura estivessem na hierarquia das legiões.
Para isso, ele convidou todos os oficiais para celebrações em honra de Júpiter. Todos compareceram, menos dois: Sérgio e Bacchus. Ambos eram cristãos, e se recusaram a participar de cerimônias que parodiassem a Santa Ceia do Cristo.
Logo eles foram condenados à morte e entregues para serem executados a Antiochus, o Prefeito mais cruel do Império do Oriente, que escolheu pessoalmente os suplícios de ambos.
Sérgio foi calçado com sandálias cujas palmilhas continham espinhos afiados (que lhe perfuraram os pés) e teve que correr na frente da biga de Antiochus até o esgotamento total, antes de ser decapitado.
Quanto a Bacchus, por causa do seu nome, o mesmo do deus pagão das vinhas e do vinho, ele foi derrubado por terra, flagelado e esmagado sob os pés dos soldados enfurecidos, como se faz com as uvas. Reza a lenda que "dois anjos o levaram aos Céus, enquanto seu sangue jorrava por toda parte, como puro suco de uvas".
Se o nome de São Sérgio permaneceu bem vivo, o de São Bacchus caiu no esquecimento, aparentemente em razão de seu homônimo pagão. Todavia, inúmeros traços de sua lembraça resistiram ao tempo, no Oriente, como por exemplo: no Cairo, a igreja de São Bacchus; em Maaloulo, no Líbano, a igreja de São Sérgio e São Bacchus; em Istambul, na Turquia, a igreja de São Bacchus, que foi transformada em mesquita, e também no Ocidente, como testemunham os afrescos da capela de Berzé-la-Ville, Mâconnais (Borgonha, França).
Pode-se notar que São Bacchus é representado com montaria escura, ao contrário de São Sérgio, cuja montaria é clara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário