Nascida de uma rica família de Nabância (Região de Tomar, Portugal), de onde era natural, Iria recebeu educação nobre num mosteiro de freiras beneditinas, governado por seu tio, o Abade Sélio, e no qual viria a professar.
Pela sua beleza e inteligência, Iria cedo reuniu a simpatia das religiosas e das pessoas da povoação, em especial dos moços e fidalgos, que disputavam entre si a as virtudes da noviça.
Entre estes mancebos contava-se Britaldo, príncipe daquele Senhorio, que veio a alimentar por Iria uma paixão doentia. Iria, porém, recusava as investidas amorosas do fogoso fidalgo, confessando-lhe a sua eterna devoção a Deus.
Dos amores de Britaldo teve conhecimento Remígio, diretor espiritual de Iria e a quem a beleza da donzela também não passara despercebida. Consumido de ciúmes, o monge fez Iria beber uma poção que fez surgir no seu corpo os sinais de gravidez. Expulsa do convento, a pobre donzela recolhera-se junto do rio para orar quando, traiçoeiramente, foi assassinada por um criado de Britaldo, a quem tinham chegado os rumores destes eventos.
Lançado ao rio, o corpo da mártir ficou depositado nas claras areias do fundo do rio Tejo, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos. Eis o que conta a lenda de Santa Iria...
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