terça-feira, 1 de junho de 2010

São Potino, Bispo, Sainte Blandine, Leiga e demais companheiros, Mártires de Lyon (+ 177), 02 de Junho

São Potino foi o primeiro bispo de Lyon. Tinha vindo da Ásia e se formara na Escola de São Policarpo, Bispo de Esmirna, por quem foi enviado à Gália (atual França).
Potino, após ter conquistado um grande número de almas para Jesus Cristo, foi preso no reinado de Marco Aurélio. Estava com a idade de noventa anos, fraco e doente; no entanto, seu zelo apostólico e o desejo pelo martírio sustentavam suas forças e sua coragem. Conduzido ao tribunal em meio às injúrias da população pagã, foi interrogado pelo governador, que lhe perguntou qual era o Deus dos cristãos: “Vós O conheceríeis se fôsseis digno Dele”, respondeu o Bispo. A estas palavras, a multidão furiosa precipitou-se sobre ele; os que estavam mais próximos chutaram-no e esmurraram-no, sem respeito algum por sua idade avançada. O ancião conservava a muito custo um sopro de vida quando foi jogado na prisão, onde morreu logo depois.
A narrativa do martírio dos companheiros de São Potino é uma das mais impressionantes páginas da história da Igreja dos primeiros séculos. O diácono Santus suportou, sem fraquejar, todas as torturas, ao ponto em que seu corpo tornou-se um monte disforme de ossos e de membros esmagados e de carne calcinada; ao fim de alguns dias, milagrosamente curado, ele estava forte novamente, para sofrer novos suplícios. Ele não queria dizer aos carrascos nem o seu nome, nem a sua pátria, nem a sua condição de vida; a todas as perguntas que lhe faziam, ele respondia: “Eu sou cristão!” Este título era tudo para ele. Por fim, entregue às feras, foi massacrado no anfiteatro.
Maturus teve que enfrentar os mesmo suplícios que o santo diácono; foi açoitado, padeceu na cadeira de ferro incandescente e, finalmente, foi devorado pelas feras. O médico Alexandre que, na multidão de espectadores, apoiava com gestos a coragem dos mártires, foi agarrado e também lançado aos suplícios.
Atala, enquanto tinha sua carne grelhada na cadeira de ferro, vingava os cristãos das odiosas e injustas acusações que lhes eram feitas: “Não são, dizia ele, os cristãos que devoram os homens! São vocês! Quanto a nós, nós evitamos tudo o que é mau!” Perguntaram-lhe como se chamava Deus: “Deus, disse ele, não tem nome como nós, mortais.”
Restavam ainda o jovem Ponticus, que tinha quinze anos, e Blandina, uma escrava, que haviam testemunhado a morte cruel de seus irmãos. Ponticus foi o primeiro a juntar-se aos mártires que o haviam precedido. Blandina, resplandecente de alegria, foi torturada com uma particular crueldade, uma vez que fora atada a um touro, que a lançou diversas vezes ao ar. Por fim, teve a cabeça cortada.

Abade L. Jaud, Vida dos Santos para cada dia do ano (Vie des Saints pour tous les jours de l'année), Tours, Mame, 1950.

Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel

Ver também: Santos Marcelino e Pedro, Mártires

Fontes:

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