domingo, 31 de maio de 2009

São Justino de Roma, Padre da Igreja, Mártir, 1º de Junho


Justino nasceu na cidade de Flávia Neápolis, na Samaria, Palestina, no ano 103, início do Século II, quando o cristianismo ainda se estruturava como religião católica. Tinha origem latina e seu pai se chamava Prisco.
Ele foi educado e se formou nas melhores escolas do seu tempo, cursando filosofia e especializando-se nas teorias de Platão. Tinha alma de eremita e abandonou a civilização para viver na solidão. Diz a tradição que foi nessa fase de isolamento que recebeu a visita de um misterioso ancião, que lhe falou sobre o Evangelho, as profecias e seu cumprimento com a Paixão de Jesus, abalando suas convicções e depois desaparecendo misteriosamente.
Anos mais tarde, acompanhou uma sangrenta perseguição aos cristãos, conversou com outros deles e acabou convertendo-se, mesmo tendo conhecimento das penas e execuções impostas aos seguidores da religião cristã. Foi baptizado no ano 130 na cidade de Éfeso, instante em que substituiu a filosofia de Platão pela doutrina de Cristo tornando-se, historicamente, o primeiro Padres da Igreja a suceder os Padres Apostólicos dos primeiros tempos.
No ano seguinte estava em Roma, onde passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Muito culto, era assim que evangelizava entre os letrados, pois esse era o mundo onde melhor transitava. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia.
Deixou muitos livros importantes, cujos ensinamentos influenciaram e ainda estão presentes na catequese e na doutrina dogmática da Igreja. Embora tenham alcançado nossos tempos apenas três de suas apologias, a mais célebre delas é o Diálogo com Trifão. Seus registros fornecem-nos importantes informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva.
Bem-sucedido em todas as discussões filosóficas, conseguiu converter muitas pessoas influentes ganhando, com isso, muitos inimigos também. Principalmente a ira dos filósofos pagãos Trifão e Crescêncio. Este último, após ter sido humilhado pelos argumentos de Justino, prometeu vingança e denunciou-o como cristão ao imperador Marco Aurélio.
Justino foi levado a julgamento e, como não se dobrou às ameaças do imperador, acabou flagelado e decapitado com outros companheiros que, como ele, testemunharam sua fé em Cristo no ano 164, em Roma, Itália.

Fontes:
http://alexandrinabalasar.free.fr/justino_de_roma.htm
http://mercaba.files.wordpress.com/2009/03/justinoan.jpg

Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, 31 de Maio


A Igreja celebra a festa da Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, em Ain-Karin, na Judéia. Isabel estava grávida de São João Batista, o precursor de Jesus. É o encontro de duas mulheres que celebram jubilosas a vinda de Jesus Salvador: o Reino de Deus, a Boa Nova, as promessas de Deus já estão cumpridas e continuam a cumprir-se no meio dos homens de boa vontade.
No seu Evangelho, São Lucas afirma: naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!" (Lucas 1,39ss.).
É o milagre da vida que brota com força e poder e vence o mundo. É a força e o poder da Palavra de Deus que faz a Virgem conceber e permite que aquela que era estéril dê à luz (Lucas 1, 30ss.). É por isso que Maria, trazendo Jesus em seu seio, irrompe neste sublime canto de alegria e júbilo que é o "Magnificat" (Lucas 1,46-55).

Fontes:
http://www.levangileauquotidien.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20090531&id=10634&fd=0
http://www.levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=24124&language=PT&img=&sz=full

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Santa Joana D'Arc, Mártir, Padroeira da França (+1431), 30 de Maio






Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc) (Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro 1412 — Ruão, 30 de maio 1431), por vezes chamada de donzela de Orléans, é a santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses.

Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva.

Segundo a escritora Irène Kuhn, Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como o século do nacionalismo, o que pode confirmar as teorias de Ernest Gellner. Irène Kuhn escreveu: "Foi apenas no século XIX que a França redescobriu esta personagem trágica".

François Villon, nascido em 1431, no ano de sua morte, evoca sua lembrança na bela "Ballade des Dames du temps jadis" ou seja, «Balada das damas do tempo passado» :
Et Jeanne, la bonne Lorraine

Qu'Anglais brûlèrent à Rouen;

Où sont-ils, où, Vierge souvraine?

Mais où sont les neiges d'antan?

E Joana, a boa lorena
Que os ingleses queimaram em Ruão;

Onde estão eles, onde, Virgem soberana?

Mas onde estão as neves de então?



Antes dos fatos relacionados, Shakespeare tratou-a como uma bruxa; Voltaire escreveu um poema satírico, ou pseudo-ensaio histórico, que a ridicularizava, intitulado "La Pucelle d´Orléans" ou "A Donzela de Orléans pervervativus cuetara".

Depois da Revolução, o partido monárquico reavivou a lembrança da boa lorena, que jamais desistiu do retorno do rei da França ao trono.

Joana foi recuperada pelos profetas da "França eterna", em primeiro lugar o grande historiador romântico Jules Michelet. Com o romantismo, o alemão Schiller fez dela a heroína da sua peça de teatro "Die Jungfrau von Orléans", publicada em 1801.

Em 1870, quando a França foi derrotada pela Alemanha - que ocupou a Alsácia e a Lorena - "Jeanne, a pequena pastora de Domrémy, um pouco ingênua, tornou-se a heroína do sentimento nacional". Republicanos e nacionalistas exaltarão aquela que deu sua vida pela pátria.

Durante a primeira fase da Terceira República, no entanto, o culto a Joana d'Arc esteve associado à direita monarquista, da qual era um dos símbolos, como o rei Henrique IV, sendo mal vista pelos republicanos.

A Igreja Católica francesa propôs ao Papa Pio X sua beatificação, realizada em 1909, num período dominado pela exaltação da nação e ao ódio ao estrangeiro, principalmente Inglaterra e Alemanha.

O gesto do papa inspirou-se no desejo de fazer a Igreja de França entrar em mais perfeito acordo com os dirigentes anticlericais da III República, mas só com a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, Joana deixa de ser uma heroína da Direita. Segundo Irène Kuhn,a partir daí "os postais patrióticos” mostram Jeanne à cabeça dos exércitos e monumentos seus aparecem como cogumelos por toda a França. O Parlamento francês estabelece uma festa nacional em sua honra no 2º domingo de maio.

Em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo papa Bento XV - era a Santa Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira de França. Joana d´Arc permanece como testemunha de milagres que pode realizar uma pessoa, ainda que animada apenas pela energia de suas convicções, mesmo adolescente, pastora e analfabeta, de modo que seu exemplo guarda um valor universal.


Fontes:


http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=50714&language=PT&img=&sz=full

Beato Félix de Nicósia, Religioso, Franciscano Capuchinho (+1787), 29 de Maio



Nasceu em Nicosia, Sicília, no ano de 1715, de uma família pobre, mas animada de profunda fé e temor a Deus, unidos a uma grande laboriosidade. O pai começava o dia participando da missa e o encerrava com uma visita ao Santíssimo Sacramento. A mãe, quando dava um pedaço de pão aos filhos, convidava-os a deixar um pouco para os pobres educando-os, desse modo, no amor aos mais necessitados. Félix, com a idade de 20 anos, pediu para ser admitido no convento dos frades Capuchinhos. Obteve resposta negativa. Mas não desistiu: rezou, implorou, pediu novamente, até que, depois de sete anos de provas, em 1743, foi finalmente admitido na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Frei Félix não precisou de uma transformação no noviciado: pobreza, penitência, humildade, obediência, união com Deus na oração e no trabalho, toda uma vida animada e iluminada no amor a Deus e ao próximo: ele procurou viver tudo isso também na vida religiosa, numa atmosfera franciscana. 
Viveu quarenta e três anos sua vida religiosa, e se auto-proclamava “o jumentinho do convento”. Passava dia após dia pelas ruas e becos da cidade e pelas localidades próximas, com uma batina velha e remendada, os pés descalços, cabeça descoberta sob a chuva ou sol quente da Sicília, sacola nos ombros, o terço nas mãos e o coração em Deus. Era afável e cordial com grandes e pequenos, ricos e pobres, autoridades e gente simples, tendo sempre uma palavra boa para todos, ora consolando, ora admoestando. Sempre agradecia com um alegre "Deo gratias" não só as esmolas, mas também as ofensas e repulsas. Frei Félix dedicava o dia ao apostolado e a noite às orações e penitências.

No fim de maio de 1787, adoeceu de uma febre forte e, no dia 29 do mês de Nossa Senhora, a quem tinha amado e venerado desde a infância, entrou na paz eterna.

Fontes: 

quarta-feira, 27 de maio de 2009

São Germano de Paris, Bispo, 28 de Maio


Nascer e prosseguir vivendo não foram tarefas fáceis para Germano. Ele veio ao mundo na cidade de Autun, França, no ano 496. Diz a tradição que sua mãe não o desejava, por isso tentou abortá-lo, mas não conseguiu. Quando o menino atingiu a infância, ela atentou novamente contra a vida dele, tentando envenená-lo, mas também foi em vão.
Acredita-se que ele pertencia a uma família burguesa e rica, pois, depois disso, foi criado por um primo, bem mais velho, ermitão, chamado Escapilão, que o fez prosseguir os estudos em Avalon. Germano, com certeza, viveu como ermitão durante quinze anos, ao lado desse parente, em Lazy, aprendendo a doutrina de Cristo. 
Decorrido esse tempo, em 531 ele foi chamado pelo bispo de Autun para trabalhar ao seu lado, sendo ordenado diácono e, três anos depois, sacerdote. Quando o bispo morreu, seu sucessor entregou a direção do mosteiro de São Sinforiano a Germano, que pela decadência ali reinante o supervisionava com certa dificuldade. Acabou deixando o posto por intrigas e pela austeridade que desejava impor às regras da comunidade. 
Foi, então, a Paris onde, pelos seus dons, principalmente o do conselho, ganhou a estima do rei Childeberto, que apreciava a sua sensatez. Em 536, o rei convidou-o a ocupar o bispado de Paris, e Germano aceitou, exercendo grande influência na corte merovíngia. Nessa época, o rei Childeberto ficou gravemente enfermo, sendo curado com as orações do bispo Germano. Como agradecimento, mandou construir uma grande igreja e, bem próximo, um grande convento, que mais tarde se tornou o famoso Seminário de Paris, centro avançado de estudo eclesiástico e de vida monástica. 
Germano participou, ainda, de alguns importantes acontecimentos da Igreja da França: do concílio de Tours, em 567, e dos concílios de Paris, inclusive o de 573, e a consagração do bispo Félix de Bourges em 570. 
Entretanto não eram apenas os nobres que o respeitavam; ele era amado pelo povo pobre da diocese. Germano era pródigo em caridade e esmolas, dedicando ao seu rebanho um amor incondicional. Freqüemente, era visto apenas com sua túnica, pois o restante das suas roupas já havia destinado a vestir um pobre; ficava feliz por sentir frio, mas tendo a certeza de que o pobre estava aquecido. Quando nada mais lhe restava, permanecia sentado, triste e inquieto, com fisionomia mais grave e conversação mais severa.
Assim viveu o bispo Germano de Paris, até morrer no dia 28 de maio de 576. Logo os milagres e graças começaram a acontecer e o seu culto foi autorizado pela Igreja, mantendo a data de sua morte para a sua celebração. Suas relíquias se encontram na majestosa igreja de São Germano de Paris, uma das mais belas construções da cidade.

Fontes:

Santo Agostinho de Cantuária, Bispo (+605), 27 de Maio


Santo Agostinho de Cantuária viveu no século VI. Em 597, São Gregório Magno enviou-o como missionário para a Inglaterra. Mais 40 monges faziam parte desta missão. Chegados a Lerins, ficaram de tal modo intimidados com o que se dizia dos saxões que pediram ao Papa que mudasse os planos. São Gregório, para incentivar Santo Agostinho, nomeou-o abade e deu-lhe cartas de recomendação. Pouco tempo depois, nomeou-o bispo. 
Ao contrário do que imaginavam, foram bem recebidos pelo rei Etelberto. Receberam como residência na cidade de Cantuária (ou Canterbury) uma capela que será, mais tarde, a abadia de Santo Agostinho, cemitério dos soberanos e dos bispos de Kent. Etelberto fez-se batizar e, com ele, muitas outras pessoas se converteram ao cristianismo. 
Santo Agostinho foi nomeado, então, arcebispo primaz da Inglaterra, consolidando assim o cristianismo nessa nação. Santo Agostinho de Cantuária partiu para o paraíso no ano de 605. 

Fontes:

domingo, 24 de maio de 2009

Santa Maria Ana de Jesus Paredes, o "Lírio de Quito", Religiosa Franciscana (+1645), 26 de Maio



Maria Ana nasceu no dia 31 de outubro de 1618, em Quito, capital do Equador. Sua família era rica: o pai, Jerônimo Paredes e Flores, era um capitão espanhol e a mãe, Mariana Jaramillo, pertencia à nobreza.
A pequena ficou órfã dos pais aos quatro anos de idade e quem assumiu sua educação foi a mais velha de suas sete irmãs, Jerónima, casada com o capitão Cosme de Miranda, os quais educaram a menina como se fosse sua própria filha. Ela logo começou a despertar para a religião, tornando-se devota fervorosa de Jesus e da Virgem Maria. Muito inteligente e prendada, gostava das aulas de canto, onde aprendia as músicas religiosas, depois entoadas durante as orações.
Orientada espiritualmente pelo jesuíta João Camacho, aos oito anos recebeu a primeira comunhão e quis fazer voto de virgindade perpétua, sendo de pronto atendida. E em sua casa, sem ingressar em nenhuma Ordem religiosa, inspirada pelo Espírito Santo, consagrou-se somente às orações e à penitência, até os limites alcançados apenas pelos adultos mais santificados.
Em 1639, ingressou na Ordem Terceira Franciscana e tomou o nome de Mariana de Jesus. Ela fora agraciada por Deus com os dons do conselho e da profecia, sabendo, como ninguém, interpretar a alma humana. A sua palavra promovia a paz entre as pessoas em discórdia e contribuía para que muitas almas retornassem para o caminho do seguimento de Cristo.
Em consequência das severas penitências a que se impunha, Marianita, como era chamada por todos, tinha um físico delicado e a saúde muito frágil, sempre sujeita a doenças. Numa dessas enfermidades, teve de ser submetida a uma sangria, e a enfermeira que a atendia deixou numa vasilha o sangue que tinha extraído de Marianita para ir buscar as ataduras que faltavam. Ao retornar, viu que na vasilha que continha seu sangue brotara um lírio. A notícia se espalhou e Marianita passou a ser conhecida como “o Lírio de Quito”.
Como Marianita profetizara, em 1645 a cidade de Quito foi devastada por um grande terremoto, que causou muitas mortes e espalhou muitas epidemias. Os cristãos todos foram convocados pelos padres jesuítas a rezarem pedindo a Deus e à Virgem Maria socorro para o povo equatoriano. Nessa ocasião, Marianita, durante a celebração da santa missa, anunciou que oferecera sua vida a Deus para que os terremotos cessassem. O que de fato ocorreu naquela mesma manhã. Logo em seguida ela morreu, no dia 26 de maio de 1645.
Desde então nunca mais ocorreram terremotos nessas proporções no Equador. Os milagres por sua intercessão se multiplicaram de tal maneira que ela foi beatificada pelo papa Pio IX em 1853. Santa Mariana de Jesus Paredes, o Lírio de Quito, foi decretada “Heroína da Pátria” em 1946 pelo Congresso do Equador. Festejada no dia 26 de maio, foi canonizada pelo papa Pio XII em 1950, tornando-se a primeira flor franciscana desabrochada para a santidade na América Latina.

Fonte:
http://alexandrinabalasar.free.fr/maria_ana_de_jesus_paredes.htm

Santa Madalena Sofia Barat, Religiosa, Fundadora (+1865), 25 de Maio



Madalena Sofia nasceu prematura em Ivigny, na Borgonha, França, devido a um incêndio assustador que arrasou a casa vizinha àquela em que moravam seus pais, na madrugada de 13 de dezembro de 1779. Se um incêndio marcou seu nascimento, o fogo da fé, presente em sua alma, contagiou muitas outras durante toda a sua existência, que abrangeu o período da sangrenta e anti-cristã Revolução Francesa.
Com o imprevisto do nascimento prematuro, sua mãe quase perdeu a vida, e Madalena, devido ao risco de morte que corria, foi batizada no mesmo dia, tendo como padrinho o irmão Luís, de doze anos, profundamente ligado aos ensinamentos cristãos. Madalena Sofia cresceu fraca fisicamente, mas com uma força interior marcante desde a infância.
Desde pequena aprendia as orações com facilidade e era sempre a primeira nas aulas de catecismo. Seu irmão e padrinho, estudante de teologia, foi promovido a subdiácono e nomeado professor do ginásio de Ivigny, levando consigo sua irmã e afilhada, para melhor prepará-la para a vida. Percebendo que Madalena aprendia com rapidez as matérias próprias do ginásio, Luís passou a lhe ensinar também latim, grego, italiano e espanhol.
Porém chegou a Revolução Francesa. Igrejas e conventos foram fechados. Os cárceres ficaram lotados de sacerdotes e religiosos, incluindo Luís. Quando foi libertado, em 1795, ele se ordenou sacerdote e foi para Paris, acompanhado da irmã.
Trabalhando na reconstrução da Igreja aniquilada pela revolução, Madalena confiou sua orientação religiosa ao sábio e famoso padre Varin. Percebendo as necessidades da época e seguindo sua forte inspiração, Madalena fundou, com a ajuda do padre, a Congregação do Sagrado Coração de Jesus, para o ensino gratuito de meninas pobres, em 1800. Junto com outras companheiras religiosas, vestiu o hábito da ordem e, embora fosse a mais jovem da nova congregação, foi nomeada superiora.
A ordem passou a ter cada vez mais seguidoras e enfrentou muitas dificuldades até obter a aprovação canónica. Para manter as escolas gratuitas, Madalena as criava aos pares: uma para as meninas pobres e outra para as de classe rica, que custeava a primeira. Assim espalhou o carisma da congregação, com suas missionárias sendo enviadas pelo mundo.
Durante sessenta e três anos ela fundou cento e vinte e duas escolas, em dezesseis países. Até que pressentiu, três dias antes, sua própria morte. Pediu, então, exoneração do cargo para esperá-la, despediu-se das religiosas e nomeou sua substituta. Morreu no dia 25 de maio de 1865, em Paris.
Imediatamente, vários milagres aconteceram e muitas conversões se sucederam, conforme os registros que regeram sua canonização, proclamada em 1925. Santa Madalena Sofia Barat é festejada no dia da sua morte, nos cinco continentes, onde a congregação atua em quarenta e quatro países, inclusive no Brasil.

Fonte:
http://alexandrinabalasar.free.fr/madalena_sofia_barat.htm

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Maria Santíssima, Auxiliadora dos Cristãos, 24 de Maio


Ao longo da história da Igreja, o Povo de Deus, lembrado das palavras de Maria: "Todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada porque fez em mim grandes coisas o Poderoso" (Lc 1, 48) e refletindo na grandeza de Nossa Senhora pela sua cooperação no plano da salvação, foi como que enriquecendo o seu manto com títulos, que demonstram a confiança, o amor dos filhos para com a Mãe.
Na criação do mundo, a primeira mulher, Eva, atrapalhou o plano Divino original, e trouxe a desordem para a natureza, que até hoje lembramos como pecado original. Naquele tempo, porém "Deus mostrou misericórdia a nossos pais" (Lc 1, 72), prometendo enviar outra mulher, Maria de Nazaré, para restaurar e salvar o mundo por seu filho, Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, único, capaz para reconciliar-nos com Deus Pai e Nosso Criador.
Essa criatura amada e pensada pela Divina Providência é Maria, cheia de graça, como o Anjo Gabriel lhe disse naquele tempo:
"Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Maria respondeu com humildade: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim de acordo com o que você me falou" (Lc 1, 26-38).
Esse SIM, humilde e generoso, mudou a história da humanidade, contribuindo em grau eminente na salvação da humanidade, caído pela rebelião de Adão e Eva, e elevado pela Maria Santíssima e seu Filho Jesus, Salvador.


São João Bosco

São João Bosco, fundador da Congregação Salesiana, espalhou a devoção a Nossa Senhora invocada em todo mundo com este título: AUXILIADORA, que lembra a perene proteção de Maria Santíssima, sobre a Igreja e sobre o Papa. Os fiéis intuíram a intervenção sobrenatural de Nossa Senhora, invocada como AUXILIADORA e na Obra de Oratório, com muito acerto chamaram-na "A VIRGEM DE DOM BOSCO."
Já em 1824, Joãozinho Bosco, criança de 9 anos, como ele mesmo conta, teve o primeiro sonho profético, em que lhe foi manifestado o campo do seu futuro apostolado e ouviu a voz misteriosa do Senhor dizer-lhe: "DAR-TE-EI A MESTRA." E logo, apareceu a Senhora de aspecto majestoso que o animou a trabalhar, para corrigir o comportamento dos meninos malcriados.
Nossa Senhora apareceu frequentemente nos sonhos de Dom Bosco e foi a estrela do seu apostolado. Ele a chamava Mãe e sustentadora, socorrendo a Congregação Salesiana, especialmente toda vez que precisava-se auxílio extraordinário para atender as necessidades dos meninos pobres e abandonados, não só materiais, mas sobre tudo quando suas almas corriam perigo.
E, durante toda a sua vida Dom Bosco foi incansável em fazê-la conhecer, amar e honrar. Discursos, conferências, livros, festas: seriam necessários muitos volumes e muito tempo para recordar todas as iniciativas de seu fervor mariano.

Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora de Turim
Com a construção da Basílica de Maria Auxiliadora de Turim, em 1868, o Santo quis erguer um monumento eterno do seu amor e dos seus filhos espirituais, à celeste Mãe. Teve sempre ternura de filho no seu amor e no seu reconhecimento para com Ela, que o guiou e socorreu com a sua visível e por vezes miraculosa proteção.
"Maria Santíssima é minha Mãe – dizia Dom Bosco. Ela é minha tesoureira. Ela foi sempre a minha guia." Em suas conferências Dom Bosco sempre procurava responder a estas três perguntas:
"Por que a honramos? Por que a invocamos? Por que é Auxiliadora? Porque Ela é Mãe de Deus, Mãe de Jesus Cristo e nossa mãe."
A Igreja nos ensina também que Maria é a Medianeira de todas as graças. Porque Maria Santíssima, modelo perfeito de todas as virtudes, nos ensina com seu exemplo como devemos imitar a seu Divino Filho. Precisamente, na imitação das virtudes de Maria se manifesta verdadeira nossa devoção. E estas virtudes de Nossa Senhora, nós vamos encontrar nas páginas de Evangelhos: a obediência, a humildade, a pureza de coração. Por motivos históricos e litúrgicos, quando falamos de Maria Santíssima como Auxílio dos Cristãos, logo Ela nos aparece como a Defensora da Igreja, da Civilização cristã, do Papa, dos nossos Bispos e de todo cristão. "Auxílio dos Cristãos."
Conhecida sob esse título e outros, como por exemplo: Nossa Senhora Aparecida, Consolata, Virgem das Mercedes e da Czestochowa, como a chamam os poloneses, fica sempre a mesma Mãe de Deus a quem todos recorrem debaixo de sua protecção, para alcançar a união na fé e na obediência ao vigário de Cristo. De modo que a Nossa Senhora é, não só de Dom Bosco, mas também da Igreja, do Papa e de todos nós.
Para recordar a presença ativa de Maria na vida de Cristo, foram surgindo ao longo dos séculos orações, como o "Anjo do Senhor e o Rosário ou Terço de Nossa Senhora" que recordam constantemente aos fiéis que a grandeza de Maria está em ser fiel ao seu Senhor. De fato, a única preocupação da Santa Virgem Maria foi fazer a vontade de Deus... é a criatura que melhor soube corresponder aos apelos do Espírito Santo. Assim sendo, os cristãos sempre invocaram a Mãe de Jesus em suas preces pedindo que ela fosse a intercessora diante de Deus. Podemos dizer que o papel de Maria no céu é ser a Auxiliadora do povo cristão diante de Deus: Auxiliadora dos Cristãos; Auxiliadora do Papa; Auxiliadora da Igreja! "Salva o meu povo, eis o meu desejo" (Cf. Est 7, 3).
Este título: AUXILIADORA DOS CRISTÃOS foi introduzido na Ladainha de Nossa Senhora pelo Papa São Pio V, após a vitória dos cristãos obtida em Lepanto, vitória essa, conseguida graças ao auxílio de Deus e de Nossa Senhora. Em 1571, Dom João, príncipe austríaco, comandou os cristãos nessa batalha de Lepanto. São Pio V enviou para o Imperador uma bandeira, na qual estava bordada a imagem de Jesus crucificado. A preparação dos soldados consistiu em um tríduo de jejuns, orações e procissões, suplicando a Deus a graça da vitória, pois o inimigo não era apenas uma ameaça para a Igreja mas também para a civilização. Tendo recebido a Santa Eucaristia, partiram para a batalha. No dia 7 de outubro de 1571, invocando o nome de Maria, Auxílio dos Cristãos, travaram dura batalha nas águas de Lepanto. Três horas de combate foram necessárias... A vitória coube aos cristãos, que ao grito de "Viva Maria", hastearam a bandeira de Cristo.
Mais tarde, por causa da libertação de Viena situada pelos turcos, no ano de 1863, o rei da Polónia João III Sobieski, que chegou com as tropas polonesas em auxílio para a cidade sitiada, confessou humildemente ao Papa: "VENI, VIDI DEUS DEDIT VICTORIAM", (Cheguei, vi, Deus deu vitória). Recordando a todos e atribuindo a Virgem Maria tamanha graça. No início do século XIX, o Papa Pio VII, estabeleceu a Festa de Maria Auxiliadora no dia 24 de maio, como gratidão por ter sido libertado da injusta opressão em que se achava, ou seja, prisioneiro de Napoleão na França.

São Francisco de Sales
Esta festa se comemora hoje em muitas igrejas particulares e Institutos religiosos, principalmente na Sociedade de São Francisco de Sales, fundada por São João Bosco.
Dom Bosco difundia a devoção a Maria Auxiliadora, em uma perspectiva eclesial e missionária. Realmente, a Igreja sempre experimentou auxílio eficacíssimo da Mãe de Deus nas perseguições excitadas pelos inimigos da fé cristã.
No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, Dom Bosco iniciou a construção, em Turim, de uma grande Basílica, que foi dedicada a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos. Até então não se percebe em Dom Bosco uma atenção especial por esse título. "Nossa Senhora deseja que a veneremos com o título de AUXILIADORA: vivemos em tempos difíceis e necessitamos que a Santíssima Virgem nos ajude a conservar e defender a fé cristã", disse Dom Bosco ao clérigo Cagliero

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com Mamãe Margarida, sua mãe, a ter grande confiança em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título AUXILIADORA DOS CRISTÃOS. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi "Ela (Maria) quem tudo fez", quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.

Papa Pio IX  


A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora foi crescendo cada vez mais e mais. O Papa Pio IX fundou no Santuário de Turim (Itália) dia 5 de abril de 1870, uma Arquiconfraria, enriquecendo-a de muitas indulgências e de favores espirituais.
No dia 17 de maio de 1903, por decreto do Papa Leão XIII, foi solenemente coroada a imagem de Maria Auxiliadora, que se venera no Santuário de Turim.
Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco".
Dos escritos de São João Bosco, retiramos algumas passagens para ilustrar o seu amor por Maria Santíssima: "Recomendai constantemente a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e a Jesus Sacramentado". "A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso". "Sê devoto de Maria Santíssima e serás certamente feliz". "Devoção e recurso frequente a Maria Santíssima. Jamais se ouviu dizer no mundo que alguém tenha recorrido com confiança a essa mãe celeste sem que não tenha sido prontamente atendido". "Diante de Deus declaro: basta que um jovem entre numa casa salesiana para que a Virgem Santíssima o tome imediatamente debaixo de sua especial proteção".
Dom Bosco confiou à Família Salesiana a propagação dessa devoção, que é, ao mesmo tempo, devoção à Mãe de Deus, à Igreja e ao Papa. Concluímos com essas palavras do Papa João Paulo II: "A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, Ela nos orienta para Jesus: ‘Fazei o que Ele vos disser’ (Jo 2, 5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo d’Ele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria. Ela é sempre a ‘Mãe de Deus e nossa’".

Fontes:
http://paroquiasaosebastiaosg.files.wordpress.com/2009/01/san_francesco_di_sales1.jpg