sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Santa Melânia, a Romana, Viúva, Monja, Fundadora (†410), 31 de Dezembro

Melânia (a avó de Melânia, a Jovem) foi uma patriota, casada com Valério Máximo, prefeito de Roma no ano de 362. Aos 22 anos de idade ficou viúva e mudou-se para a Palestina, deixando seu filho Publicola aos cuidados de tutores. Na Palestina, fundou um monastério em Jerusalém com 50 moças que se consagraram ao serviço de Deus. No monastério, Melânia se entregou a uma vida austera, de orações e de caridade. Tempos depois seu filho Publicola chegou a ocupar um posto no senado romano e se casou com Albina, uma cristã, filha de Albino, um sacerdote pagão. Do casamento de Albina com o filho de Melânia, Senador Publicola, nasceu Melânia, a jovem, criada e educada na fé cristã por sua mãe, na luxuosa residência do senador Publicola, cristão também, mas demasiado ambicioso para ocupar-se de sua fé. Desejando ter um herdeiro varão a quem pudesse deixar toda a sua fortuna e para que perpetuasse o aristocrático nome de sua família, Publicola prometeu sua filha, a jovem Melânia, em casamento a Valério Piniano, um parente seu que era filho de Valério Severo. Porém, a jovem Melânia desejava conservar sua virgindade para consagrar-se por inteiro a Deus. Quando seus pais souberam desse desejo de Melânia, se opuseram veementemente e trataram de apressar seu casamento. Assim, no ano de 397, quando Melânia, a jovem, acabava de completar 14 anos de idade, casou-se com Piniano que, então, tinha 17 anos. A jovem, casada contra sua vontade e descontente com o ambiente licencioso e libertino que reinava em torno de si, suplicou ao seu marido que levasse uma vida de completa continência. Porém, Piniano não aceitou seu pedido e, tempos depois, veio ao mundo seu primeiro filho: uma menina que morreu depois de um ano de idade.
Mesmo tendo já passado algum tempo, o desejo de Melânia de consagrar-se inteiramente a Deus não tinha mudado e, corajosamente, pediu para que de desincumbir de seu casamento. Seu pai então tomou medidas severas, proibindo os contatos de pessoas religiosas com a filha, para evitar que fomentassem nela o desejo de afastar-se da vida social luxuosa que sua filha desfrutava. Nas vésperas da festa de São Lourenço do ano 399, o senador proibiu que sua filha fosse a Basílica, pois estava grávida. Mesmo assim, Melânia permaneceu durante toda a noite em oração, ajoelhada em seu quarto. Pela manhã, assistiu a missa na Igreja de São Lourenço e ao regressar para a sua casa, com grandes dificuldades deu à luz a um menino prematuro que veio a falecer no dia seguinte. Melânia esteve durante muito tempo entre a vida e a morte. Seu esposo Piniano, que a amava sinceramente, fez um juramento: se ela se salvasse, deixaria em absoluta liberdade para servir a Deus, assim como sempre quis. Pouco depois, Melancia curou-se e seu marido cumpriu então a promessa. No entanto, seu pai Publicola se opunha a isso. Melânia viveu ainda mais 5 anos naquela condição de casada, que tanto lhe desagradava. Publicola caiu gravemente enfermo e, antes de entrar na agonia da morte, deixou todos os seus bens a sua filha Melânia, não sem antes pedir-lhe perdão por ter se oposto à vocação celestial de sua filha. Albina, a mãe de Melânia, a jovem , e Piniano, seu marido, não apenas aceitaram a nova vida de Melânia, como a ajudaram. Os três abandonaram Roma e foram morar em uma casa de campo, longe da cidade. Piniano não estava plenamente convertido e durante muito tempo insistiu em vestir os ricos trajes que estava acostumado em Roma.
O hagiógrafo da santa deixou um relato comovente sobre os métodos empregados por Melânia para convencer seu marido a renunciar ao luxo e adotar um vida mais modesta, e que para usasse roupas mais simples, confeccionadas por ela mesma. A família tinha levado consigo numerosos escravos que eram bem tratados. Em pouco tempo, muitas jovens, viúvas e outras 30 famílias estabeleceram-se ao redor da casa de campo de Melânia, formando assim um pequeno povoado. A vila chegou a ser um centro de hospitalidade, de caridade e de vida religiosa. Melânia era muito rica e seus terrenos estendiam-se a todos os pontos do império romano, mas sentia-se oprimida pela quantidade de bens terrenos. Sabia que abundância de posses fazia falta ao seus vizinhos pobres, famintos e desnudos.Estava certa de que “quando um rico dá esmola a algum pobre, na verdade está lhe pagando uma dívida” (Santo Ambrósio). Solicitou então, e obteve o consentimento de Piniano para vender algumas de suas propriedades e distribuir o dinheiro aos necessitados. Ao saber disso, os parentes a quem muito tempo não a viam, trataram de aproveitar-se daquela situação. Por exemplo, Severo, o irmão de Piniano subornou por algumas moedas alguns colonos e escravos que moravam em terrenos de Piniano, para que no momento da venda das terras se rebelassem e não reconhecessem outro senhor que não o próprio Severo. Foram tantas as dificuldades que surgiram que houve a necessidade de fazer uma apelação ao imperador Honório para que restabelecesse a ordem. Santa Melânia, vestida de maneira muito simples, com uma túnica de lã e um véu na cabeça, apresentou-se a Serena, sogra do imperador, pedindo para que ela intercedesse por eles junto a Honório. Serena muito impressionada com a atitude e as palavras de Melânia pediu ao imperador que a venda das terras fossem tuteladas pelo Estado, assegurando que todos os procedimentos fossem legais e a distribuição do dinheiro fosse feita justamente aos pobres, aos enfermos, aos cativos, aos peregrinos, às igrejas e monastérios.
No ano 406, Melânia com seu esposo e mais algumas pessoas, passaram uma temporada com São Paulino, na cidade de Nora, no campo. São Paulino desejava que Melânia e seu esposo fossem seus “hóspedes para sempre”. Chamava Melânia de “pequena bendita” e “alegria dos céus”. Porém, o casal regressou a sua vila, próxima de Roma, num momento inoportuno. Mal tinham chegado à vila, tiveram que abandoná-la por causa da invasão dos godos. Refugiaram-se em outra propriedade, em Mesina onde conviveram com Rufino. Depois de quase dois anos, os godos chegaram a Calábria e incendiaram a cidade de Reggio. Melânia e o esposo optaram por refugiar-se em Cartago. Morando em Cartago, se dispunham de vez em quando visitar Paulino, para consolá-lo de suas atribulações por causa da invasão. Certa vez, indo visitá-lo, uma tormenta desviou a rota do navio que atracou numa ilha, provavelmente em Lipari, repleta de piratas. Para salvar-se da prisão e evitar sua morte e de seus tripulantes, Santa Melânia pagou uma boa soma em moedas pelo resgate. Depois daquela aventura, o casal se instalou na cidade de Tegaste, na Numidia, causando boa impressão entre os moradores da cidade. Certa vez Piniano, ao visitar Santo Agostinho de Hipona (que os chamou de “verdadeiras luzes da Igreja”) formou-se um burburinho porque as pessoas queriam que Piniano fosse ordenado sacerdote para exercer entre eles o seu ministério. Para acalmar as pessoas Piniano prometeu que, se algum dia fosse ordenado sacerdote, iria exercer seu ministério em Hipona. Na África, Santa Melânia fundou e adotou dois novos monastérios: um masculino e outro feminino. Neles recebeu especialmente as pessoas que tinham sido seus escravos. A própria Melânia vivia no monastério feminino e se sobressaia entre todas por causa de sua vida austera: alimentava-se somente a cada três dias e se ocupava em copiar livros em grego e em latim. Quinhentos anos depois, seus manuscritos circulavam ainda em vários lugares. No ano 417, em companhia de sua mãe e de seu esposo partiu da África para Jerusalém, hospedando-se numa pousada para peregrinos, próximo do Santo Sepulcro. Dali formou uma expedição com Piniano para visitar os monges do Egito. Ao voltarem, fortalecidos pelos exemplos daqueles anacoretas, Melânia decidiu isolar-se fora dos muros de Jerusalém, numa vida de oração e contemplação. Sua prima Paula, sobrinha de Santa Eustáquia, foi uma dia visitá-la. Paula apresentou a Melânia, em Belém, um grupo cujo formador era São Jerônimo e foi recebida com beneplácito. Conta-se que a primeira vez que se encontrou com São Jerônimo, aproximou-se dele com gestos humildes e respeitosos, ajoelhando-se diante dele para pedir a bênção.
Depois de 14 anos morando na Palestina, morreu Albina (sua mãe) e no ano seguinte Piniano (seu esposo). Melânia sepultou os dois lado a lado no Monte das Oliveiras; construindo ali uma pequena cela monástica que, mais tarde, se tornou um grande convento de virgens consagradas, dirigido dor Santa Melânia. Mostrou-se sempre preocupada com o bem estar e a saúde de sua congregação. Quatro anos depois da morte de seu marido, Santa Melânia teve noticias de um seu tio materno chamado Volusiano que ainda era pagão e que morava em Constantinopla dirigindo uma embaixada. Decidiu então ir pessoalmente tentar convertê-lo, pois já era um ancião. Assim, viajou a Constantinopla com seu capelão e biógrafo Gerôncio a tempo de converter seu tio antes de sua morte, que aconteceu em seus braços, após o batismo. Diz-se que a vontade de Melânia em converter seu tio ancião era tanta que, se fosse preciso, ela apelaria para o imperador Teodósio para intervir no assunto. Porém seu tio Volusiano disse a sua sobrinha: “Não deves forçar a boa e livre vontade que Deus te deu. Estou pronto e ansioso para limpar as inumeráveis manchas de minha alma. E faço isso não por mandato do imperador, pois se assim fosse, seria por obrigação e não por mérito e vontade.”
Na véspera da Natividade de 439, Santa Melânia estava em Belém, e depois da Missa da manhã, disse à Paula que sua morte estava próxima. No dia de Santo Estevão, assistiu a missa em sua basílica e, depois, estando já no convento, leu junto com suas irmãs o relato de seu martírio, no Novo Testamento. Ao terminar a leitura, todas se aproximaram de Melânia para desejar-lhe felicidades, e ela respondeu: “O mesmo eu desejo para vós, porém, não escutareis outra vez mais de minha boca esta leitura”. Naquele mesmo dia, fez uma última visita a alguns monges e, já na volta, encontrava-se muito enfraquecida. Reuniu todas as irmãs e pediu que por ela orassem “porque já iria para o Senhor”. Falou brevemente que, “se alguma vez havia falado palavras severas, só o havia feito por amor” e concluiu dizendo: “Bem sabe Deus que não valho nada e não me atrevo a me comparar com uma boa mulher e nem com as que vivem sobre a terra. Porém, o inimigo, no juízo final, não poderá me acusar de nenhum dia ter-me deitado com rancor em meu coração.” No domingo seguinte, bem cedo, quando o sacerdote celebrava a missa, com a voz entrecortada pelos soluços, Melânia pediu que ele pronunciasse melhor as palavras rituais, pois ela não podia ouvir direito. Recebeu durante todo aquele dia muitas visitas, até que disse: “Agora, deixem-me descansar em paz”. Na hora nona, ao cair da tarde, repetindo as palavras de Jó, “como o Senhor quer, que assim seja”, morreu tranquilamente. Tinha então 56 anos de idade.
Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos
Ver também :

http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/12/sao-silvestre-papa-335-31-de-dezembro.html

Fonte:
http://ecclesia.com.br/synaxarion/?p=3181#more-3181

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Beata Eugênia Ravasco, Religiosa, Fundadora (1845-1900), 30 de Dezembro

Eugênia Ravasco nasceu em Milão no dia 4 de Janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês Francisco Mateus e da nobre senhora Carolina Mozzoni Frosconi.
Foi batizada na Basílica de Santa Maria da Paixão e recebeu o nome de Eugênia Maria. A família rica e religiosa ofereceu-lhe um ambiente cheio de afetos, de fé e uma fina educação. Depois da morte prematura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai retornou a Gênova, levando consigo o primogênito Ambrósio e a última filha Elisa com apenas um ano e meio.
Eugênia ficou em Milão com a irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi, que como uma verdadeira mãe, cuidou do seu crescimento, educando-a com amor, mas também com firmeza. Eugênia, vivaz e expansiva, na sua infância, a considerou sua mãe e se uniu a ela com grande afeto.
No ano de 1852 se reuniu a sua família em Gênova. O desapego da tia lhe causou uma dor fortíssima, que a fez adoecer. Em Gênova, sua sede definitiva, reencontrou o pai e os dois irmãos. Conheceu o tio Luís Ravasco que tanto influenciou na sua formação. E também a tia Elisa Parodi e os seus dez filhos com os quais Eugênia viveu por algum tempo. Mas afeiçoou-se particularmente à sua irmã menor, Elisa, que era reservada e sensível, estabelecendo com ela uma profunda sintonia espiritual.
Após três anos, em março de 1855, morreu também seu pai. O tio, Luís Ravasco, banqueiro e cristão convicto, assumiu os seus sobrinhos órfãos. Providenciou a todos uma boa formação e confiou as duas irmãs a uma governanta qualificada. Eugênia de caráter vivo e exuberante sofreu muito com a maneira bastante severa usada pela senhora Serra, mas também soube submeter-se docilmente.
Em 21 de junho de 1855 na Igreja de Santo Ambrósio (hoje de Jesus) em Gênova, com dez anos, recebeu a Primeira Comunhão e a Crisma, tendo sido preparada pelo Canônico Salvatore Magnasco. Daquele dia em diante se sente atraída pelo mistério da Presença Eucarística. Quando passava diante de uma Igreja entrava para adorar o Santíssimo Sacramento. O culto à Eucaristia, de fato, é o fundamento da sua espiritualidade, unido ao culto do Coração de Jesus e de Maria Imaculada. Movida pela grande compaixão que tinha em sua alma por aqueles que sofrem, desde sua adolescência se doa com amor generoso aos pobres e aos necessitados, contente de fazer algum sacrifício.
Em dezembro de 1862, morreu o seu tio Luís que para ela, era mais que um pai. Dele herdou não só a retidão moral, mas também a coerência cristã e a generosidade para com os pobres. Não perdeu o ânimo! Confiando em Deus e aconselhada pelo Canônico Salvatore Magnasco, futuro Arcebispo de Gênova e de sábios advogados, ela assume a responsabilidade de administrar os bens da família, até então nas mãos de administradores nem sempre honestos.
Fez de tudo, porém não pode salvar o seu irmão Ambrósio da estrada que o levava à ruína moral e física. Este foi dos seus sofrimentos o mais atroz e também uma grande prova para sua fé.
Neste mesmo período a tia Marieta Anselmi começou os preparativos para dar à sobrinha um brilhante futuro como esposa, mas Eugênia, em seu coração, pedia ardentemente ao Senhor que lhe mostrasse o verdadeiro caminho. Desejava algo mais para si.
Em 31 de Maio de 1863, entrou na Igreja de Santa Sabina em Gênova, para saudar Jesus Eucarístico. Através das palavras do sacerdote, que naquele momento falava aos fiéis, Eugenia Ravasco, recebe o convite divino a “consagrar-se a fazer o bem por amor ao Coração de Jesus”. Este foi o evento que iluminou o seu futuro e lhe transformou a vida. Com a ajuda do seu diretor espiritual, se coloca inteiramente a disposição de Deus, consagrando sem reservas à glória de Deus todo o seu ser: a energia da mente e do coração e também o patrimônio herdado da sua família: “esta riqueza — repetia — não é minha, mas do Senhor, eu sou somente a administradora” (cfr.: Positio C.L, 70).
Suportou com firmeza a reação dos parentes, as críticas e o desprezo dos senhores, da sua condição social. Começou com coragem a fazer o bem ao redor de si. Ensinou o Catecismo na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, colaborou com as Filhas da Imaculada na Obra de Santa Dorotéia, como assistente das crianças vizinhas. Abriu a sua casa para dar-lhes instrução religiosa e escola de costura e bordado. Com as damas de Santa Catarina de Portoria, assistiu aos doentes do Hospital de Pammatone. Visitou os pobres nas suas casas levando o conforto da sua caridade. Sentia grande dor, especialmente, ao ver tantas crianças e jovens abandonados a si mesmos, expostos a todos os perigos e sem conhecimento das coisas de Deus.
Em 6 de Dezembro de 1868, com 23 anos fundou a Congregação Religiosa das Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria com a missão de fazer o bem à juventude. Surgiram, assim as Escolas, o ensino do Catecismo, as Associações e os Oratórios. O projeto educativo de Madre Ravasco era: educar os jovens e formá-los a uma vida cristã sólida, operosa e aberta para que fossem “honestos cidadãos em meio a sociedade e santos no céu”, educá-los à transcendência e, ao mesmo tempo a uma leitura dos fatos numa perspectiva histórico-salvífica propondo-lhes a santidade como meta de vida.
Em 1878, numa época de grande hostilidade à Igreja e de laicisação social, Eugênia Ravasco atenta às necessidades do seu tempo, abre uma Escola “Normal” Feminina, com o objetivo de dar às jovens uma orientação cristã e de preparar professoras cristãs para a sociedade. Por esta obra, que tanto amava, enfrentou com fortaleza, confiando só em Deus, os ataques maldosos da imprensa contrária.
Inflamada de ardente caridade, que lhe vinha do coração de Jesus e animada da vontade de ajudar o próximo na vida espiritual, de acordo com os párocos, organizou exercícios espirituais, retiros, celebrações religiosas e missões populares. Sentia grande conforto ao ver tantos corações voltarem para Deus e fazerem experiência da sua misericórdia através da oração, do canto sacro e dos Sacramentos. Rezava: “Coração de Jesus, concede-me de fazer este bem e — nenhum outro — em toda parte”.
Estendeu o olhar à missão Ad Gentes, um projeto que se realiza após sua morte. Promoveu o culto ao Coração de Jesus, à Eucaristia e ao Coração Imaculado de Maria. Abriu Associações para as mães de família do povo e para as aristocratas, a estas últimas propôs que ajudassem às jovens necessitadas e às Igrejas pobres. Avizinhou com sua caridade os moribundos, os encarcerados e os afastados da Igreja.
Viveu de fé, de oração, de sofrimento e de abandono à vontade de Deus.
Em 1884, junto com outras irmãs Eugênia Ravasco fez a Profissão Perpétua. Continuou a interessar-se pelo desenvolvimento e consolidação do Instituto que é aprovado pela Igreja Diocesana em 1882, e será de Direito Pontifício em 1909.
Abriu algumas casas que por ela foram visitadas, não obstante, a sua pouca saúde. Guiou a sua comunidade com amor, prudência e visão de futuro. Considerando-se a última entre as irmãs, empenhou-se para manter acesa em suas filhas a chama da caridade e do zelo pela salvação do mundo, propondo-lhes como modelo os Corações Santíssimos de Jesus e de Maria. O seu ideal apostólico foi: “Arder de desejo pelo bem dos outros, especialmente da juventude”, o seu empenho de vida: “Viver abandonada em Deus e nos braços de Maria Imaculada”.
Purificada com a prova da doença, da incompreensão e do isolamento dentro da comunidade, Eugênia Ravasco não deixou jamais de trabalhar com paixão evangélica pela salvação, especialmente, dos jovens de qualquer idade e de condição social.
Em 1892, um ano após a Rerum Novarum do Papa Leão XIII, desejou construir um edifício na Praça Carignano, em Gênova, para fazer a “casa das operárias”: as jovens que trabalhavam nas fábricas e nas lojas de artesanatos. Estas haviam encontrado uma casa segura e a possibilidade de uma formação humana e cristã.
Em 1898, sempre para as jovens operárias, fundou a Associação de Santa Zita. Ao mesmo tempo construiu o “teatrinho”, para os momentos de lazer dos jovens do oratório e das numerosas Associações do Instituto. Para Madre Eugenia a alegria era a atmosfera educativa mais eficaz — “Ela repetia: sede alegres, diverti-vos, mas santamente”, às irmãs: “que a vossa alegria atraia outros corações para louvarem a Deus” (dos Escritos).
Consumada em sua saúde, Madre Eugênia morre em Gênova, com 55 anos, na Casa Mãe do Instituto, na manhã de 30 de Dezembro de 1900. “Deixo-vos todas no Coração de Jesus”, foi sua saudação final às filhas e às caríssimas jovens.
Em 1948, sua Eminência Giuseppe Siri, Arcebispo de Gênova, introduz o Processo Diocesano. Em 1º de Julho de 2000, Ano Jubilar, o Santo Padre João Paulo II reconhece a heroicidade das virtudes declarando-a Venerável. Em 5 de Julho de 2002, o mesmo João Paulo II firma o Decreto de Aprovação da cura da menina Eilen Jiménez Cardozo, de Cochabamba na Bolívia, concedido pela intercessão de Madre Eugênia Ravasco.

Ver também:

Fontes :
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20030427_ravasco_po.html
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20030427_ravasco_photo.html

São Davi, Filho de Jessé, Rei de Judá e de Israel, Pai do Rei Salomão (+Século X a.C.), 29 de Dezembro

Davi (em hebraico: דוד, literalmente "querido", "amado"; no hebraico moderno Dávid, no hebraico tiberiano Dāwi; em árabe: داود) foi o segundo monarca do reino unificado de Israel, de acordo com a Bíblia hebraica. Foi retratado como um rei bondoso, embora dotado de alguns defeitos, bem como um guerreiro, músico e poeta talentoso.
O célebre arqueólogo americano Edwin Thiele estabeleceu sua data de nascimento por volta de 1040 a.C., e sua morte em 970 a.C., tendo reinado sobre Judá de 1010 a 1003 a.C., e sobre o reino unificado de Israel de 1003 a 970 a.C.[1] Os livros bíblicos de Samuel, I Reis e I Crônicas são a única fonte de informação disponível sobre sua vida e seu reinado, embora a estela de Tel Dan registre a existência, em meados do Século IX a.C., de uma dinastia real judaica chamada de "Casa de Davi".
A vida de Davi é particularmente importante para a cultura judaica, cristã e islâmica. No judaísmo Davi, ou Melekh Davi ("Rei Davi"), é o Rei de Israel e do povo judaico; um descendente direto seu será o Mashiach, o Messias judaico. No cristianismo Davi é mencionado como um ancestral do pai adotivo de Jesus, José, e no islamismo é conhecido como Daud, um profeta e rei de uma nação. Filho de Jessé, da tribo de Judá, teria nascido na cidade de Belém e se destacado na luta dos israelitas contra os filisteus. Tornou-se rei, sucedendo a Saul e conquistou Jerusalém, que transformou em capital do Reino Unido de Israel.
Seu nome é citado 1.139 vezes na Bíblia[2].

 Arqueologia

Como acontece com vários outros personagens do antigo Israel, é relativamente difícil questionar a existência histórica de Davi. Embora não existam inscrições contemporâneas que façam referência ao rei, textos não muito posteriores achados na Palestina parecem mencionar seu nome. Um desses artefatos é a chamada estela de Tel Dan, descoberta ao norte da Galiléia. A estela de Tel Dan, achada no norte de Israel, traz um texto aramaico com a possível menção mais antiga ao nome de Davi fora da Bíblia[3] Também foram descobertas minas de cobre na Jordânia que podem ser uma indicação da existência do personagem bíblico Rei Salomão, filho e sucessor do Rei Davi.[4]

 

Tradição bíblica

Davi viveu algures à volta de 1050 a.C., foi o segundo rei de Israel sucedendo a Saul (sua história é relatada em detalhes nos livros de I e II Samuel). Foi um rei popular e o homem mais vezes mencionado na Bíblia. Ele foi o oitavo e o mais novo filho de Jessé, um habitante de Belém. O seu pai parece ter sido um homem de situação modesta. O nome da sua mãe não se encontra registrado, mas alguns pensam que ela era a Nahash. Quanto à sua aparência pessoal, se sabe apenas que ele tinha cabelos ruivos, formoso semblante e gentil aparência.
Na narrativa bíblica ele aparece inicialmente como tocador de harpa na corte de Saul e ganha notoriedade ao matar em combate o gigante guerreiro filisteu Golias, ganhando o direito de casar com a filha do rei Saul e a isenção de impostos. Depois da morte de Saul, Davi governou a tribo de Judá, enquanto o filho de Saul, Isboset, governou o resto de Israel. Com a morte de Isboset, Davi foi escolhido o rei de toda Israel e seu reinado marca uma mudança na realidade dos judeus: de uma confederação de tribos, transformou-se em uma nação estabelecida. Ele transferiu a capital de Hebron para Jerusalém, após conquistá-la, pois esta não tinha nenhuma lealdade tribal anterior, e tornou-a o centro religioso dos israelitas, trazendo consigo a Arca Sagrada (seu mais sagrado objeto). Expandiu os territórios sobre os quais governou e trouxe prosperidade a Israel. Seus últimos anos foram abalados por rebeliões lideradas por seus filhos e rivalidades familiares na corte. Ele é tradicionalmente visto como o autor do livro dos Salmos, mas apenas uma parte é considerada seu trabalho.
Foi concedido por Deus, de acordo com a Bíblia, que a monarquia israelita e judaica iria certamente vir da sua linha de descendentes. O Judaísmo Ortodoxo acredita que o Messias será um descendente do Rei Davi. O Novo Testamento qualifica Jesus como descendente de Davi. Porém é certo que Jose esposo de Maria era descendente de Davi, porém como a historia diz Maria ficou grávida do Espírito Santo logo Jesus não descende de Davi. Segundo a tradição Judaica, o genro se tornava filho do seu sogro, então sendo assim Jesus descende de Davi. Maria também é descendente de Davi, portanto Jesus descende de Davi.
Foi ungido rei pelo profeta Samuel ainda durante o reinado de Saul, causando ciúmes de sua parte. Por isto Davi se exilou por um tempo ( evitando uma rebelião contra o rei, pois confiava em Deus, e não tinha o direito de tocar no ungido do Senhor)
Foi durante seu reinado que Jerusalém foi capturada dos jebuseus, tornando-se capital do reino de Israel.
Contudo hoje os historiadores já encontraram vestígios que comprovam a vida de Davi, este fato foi noticiado a pouco sobre uma pedra com relatos sobre o rei Davi
A Davi são atribuídos diversos salmos da Bíblia. Sabe-se, contudo, que se trata de pseudoepígrafe (uma falsa assinatura). Muitos salmos são historicamente datados após a morte de Davi.

Resumo do relato bíblico sobre Davi
Deus havia ordenado por meio de Samuel que Saul destruísse completamente o povo amalequita por haverem atacado o povo de Israel durante o período do êxodo do Egito, no entanto Saul não destruiu o melhor dos despojos e o próprio rei Amalequita Agague. Por essa desobediência Samuel profetizou que Saul não seria mais o rei de Israel.
Samuel, instruído por Deus vai secretamente até a casa de Jessé para ungir um novo rei para Israel. Apesar de Davi ser o mais novo de seus sete irmãos ele foi o escolhido por Deus para ser ungido. A bíblia relata que nessa época um "mau espírito" atormentava Saul e seus servos buscaram alguém que soubesse tocar lira para que Saul se acalmasse. Saul se afeiçoou por Davi e fez dele seu escudeiro. Mais tarde quando o exército filisteu se reuniu para enfrentar os israelitas, um gigante chamado Golias desafiou o exército israelita a enviar um homem para enfrentá-lo, no entanto, os israelitas tiveram medo do gigante. Davi, indignando-se da vergonha que Golias trazia a Deus e a todo exército de Israel com suas palavras, decidiu enfrentá-lo. Saul ofereceu sua armadura para Davi, no entanto ele recusou por não ser treinado no combate com armadura e ser de pequena estatura em comparação à armadura (a Bíblia relata que Saul era particularmente alto dizendo que seus ombros sobressaíam acima do resto do povo), então Davi enfrentou Golias munido apenas de uma funda e algumas pedras. Logo no começo da batalha Davi acertou-lhe a testa com uma pedrada e, caindo Golias, arrancou-lhe a cabeça com sua própria espada.
Após a vitória Davi foi colocado como líder de um grupo de soldados e tornou-se o melhor amigo de Jônatas, filho de Saul. Sendo Davi bem sucedido em todas suas missões e ganhando fama entre o povo, o rei Saul passou a invejá-lo e temeu perder o poder para Davi. Algumas passagens Bíblicas falam da grande amizade que avia entre Davi e Jônatas. Como no caso da Declaração de Davi, para a Morte de Jônatas, onde Davi afirma: "Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres" (II Samuel 1, 26).
A partir daí Saul tentou por inúmeras vezes matar Davi, o qual fugiu para salvar-se. Percebe-se nitidamente na narrativa bíblica que Davi sempre respeitou a unção de Saul como rei.
Davi fugiu para o deserto, e começaram a reunir em torno de si, todos os indesejáveis da época, a Bíblia fala que ladrões e assassinos começaram a procurá-lo, formando um pequeno contingente bélico, o qual o ajudava a se defender das investidas tanto do rei Saul, quanto de outros povos. Quando rei Saul morreu Davi governou a tribo de Judá. E Isboset, filho de Saul, governou o restante de Israel. Quando Isboset morreu Davi foi escolhido por Deus para governar a toda Israel. Ele foi um homem usado por Deus e fez muitas mudanças a Israel.

Ascendência
Abraão, com Sara
Isaque, com Rebeca
Jacó, com Lia
Judá, com Tamar
Farés, com mulher desconhecida
Esrom, com mulher desconhecida
Arão, com mulher desconhecida
Aminadabe, com mulher desconhecida
Nasom, com mulher desconhecida
Salmom, com Raabe
Boaz, com Rute
Obede, com mulher desconhecida
Jessé, com mulher desconhecida
Davi,com Betsabá
Descendência[5]
Davi, casado com Betsabá
Salomão, casado com Anelise
Roboão, casado com mulher desconhecida
Abia, casado com mulher desconhecida
Asa, casado com mulher desconhecida
Josafat, casado com mulher desconhecida
Joram, casado com mulher desconhecida
Ozias, casado com mulher desconhecida
Joatham, casado com mulher desconhecida
Acaz, casado com mulher desconhecida
Ezequias, casado com mulher desconhecida
Manassés, casado com mulher desconhecida
Amón, casado com mulher desconhecida
Josias, casado com mulher desconhecida
Jeconias, casado com mulher desconhecida
Salathiel, casado com mulher desconhecida
Zorobabel, casado com mulher desconhecida
Resá, casado com mulher desconhecida
Joanã, casado com mulher desconhecida
Jodá, casado com mulher desconhecida
José, casado com mulher desconhecida
Semeim, casado com mulher desconhecida
Matatias, casado com mulher desconhecida
Maat, casado com mulher desconhecida
Nagai, casado com mulher desconhecida
Esli, casado com mulher desconhecida
Naum, casado com mulher desconhecida
Amós, casado com mulher desconhecida
Matatias, casado com mulher desconhecida
José, casado com mulher desconhecida
Janai, casado com mulher desconhecida
Melqui, casado com mulher desconhecida
Levi, casado com mulher desconhecida
Matã, casado com mulher desconhecida
Heli, casado com Anna
Maria, mãe de Jesus, casada com São José
Jesus Cristo, solteiro, sem filhos

Abiud, casado com mulher desconhecida
Eliacim, casado com mulher desconhecida
Azor, casado com mulher desconhecida
Sadoc, casado com mulher desconhecida
Achim, casado com mulher desconhecida
Eliud, casado com mulher desconhecida
Matham, casado com mulher desconhecida
Jacó, casado com mulher desconhecida
São José, casado com Maria, mãe de Jesus
Jesus Cristo, solteiro, sem filhos

Natã, casado com mulher desconhecida
Matatá, casado com mulher desconhecida, sem filhos

Essa não é a única versão, pois não existe um consenso.

Ver também:

Fontes :