quarta-feira, 28 de julho de 2010

São Justino de Jacobis, Sacerdote, Missionário (+1860), 31 de Julho

Nasceu em 9 de outubro de 1800 em San Fele, Luciana, Itália.Foi educado em Nápoles e entrou para os Vicentinos com 18 anos. Foi ordenado em 1824. Destacou-se como notável pregador, especialmente junto à população rural. Ele ajudou no processo de fundação de uma casa Vicentina em Monopoli. Mais tarde foi Superior em Lecce. Trabalhou com os doentes na epidemia de cólera de 1836/37 em Nápoles e milagrosamente não contraiu a doença.
Indicado Vigário Apostólico em  Adua, Etiópia em 1839, ele  começou um trabalho missionário na África que consumiu toda a sua vida. O povo era primeiramente composto de pagãos, islâmicos, cristãos Cópticos e estrangeiros que não recebiam bem qualquer autoridade, seja civil  ou religiosa. Justino aprendeu a língua, viveu com o povo e trabalhou para melhorar as relações da Igreja em nível local. Tentou que um dos seus monges fosse indicado pelo Vaticano com Patriarca da Igreja da Etiópia, mas não conseguiu. Retornou a Roma para consultas com o Papa, e tentou conseguir que alguns líderes religiosos etíopes  voltassem para a Etiópia com ele, mas não conseguiu.
Em 1846 voltou à Etiópia e fundou um Colégio em Guala. 
Este trabalho e outros esforços missionários provocaram uma reação da Igreja da Etiópia. Como conseqüência, o catolicismo foi banido daquele país e o Bispo de Massawa foi forçado a fugir para Roma. Mesmo ameaçado de morte, Justino ficou  e tornou-se um missionário no movimento religioso subterrâneo que se seguiu  e continuou cuidando dos convertidos. Consagrado Bispo fugitivo de Massawa em 1848, foi dada a ele autoridade para administrar os Sacramentos nos ritos etíopes. Em 1853 havia consagrado 20 padres, 5000 convertidos e reaberto o Colégio em Guala.
Em 1860 Kedaref Kassa tornou-se  Rei da Etiópia  com o apoio de Abuna Salame, Patriarca da Igreja da Etiópia. Em gratidão ele proibiu o catolicismo e Justino foi preso por vários meses. Ele teve que fazer uma marcha forçada até a área de Jhalai no Sul da Eritréia, passando o resto de sua vida em trabalhos missionários ao longo do Mar Vermelho.

Justino é considerado o Apóstolo da África e o fundador das missões Abyssinianas. O Beato Hebre Michael é um dos 12mil convertidos por ele em sua época. Morreu em 31 de julho de 1860 devido a uma febre tropical, numa pequena estrada lateral perto de Halai, durante uma viagem missionária. Foi enterrado na Igreja de Hebo. Justino foi beatificado em 1939 pelo Papa Pio XII e canonizado em 26 de outubro de 1975 pelo Papa Paulo VI.

Sua festa é celebrada no dia  31 de julho.
Fontes:
http://www.cademeusanto.com.br/sao_justino_jacobis.htm
http://www.fdcsanvincenzo.it/santi/testo_30_luglio.html
http://www.cattedralebrindisi.it/public/sezione.asp?s=4&id_p=27
http://www.montepierno.it/sangiu/sangiu.htm

Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, Religiosa (1868-1959), 30 de Julho

Natividade Venegas de La Torre nasceu em 8 de setembro de 1868, em Jalisco, no México. A última de doze filhos, desde a adolescência cultivou uma devoção especial à eucaristia, exercendo obras de caridade e sentindo o forte desejo de consagrar-se totalmente ao Senhor no serviço ao próximo.
Só depois da morte prematura dos seus pais pôde unir-se ao grupo de senhoras que, com a aprovação do arcebispo local, dirigiam em Guadalajara um pequeno hospital para os pobres, o Hospital do Sagrado Coração. Em 1910, ela emitiu, de forma privada, os votos de pobreza, castidade e obediência.
As companheiras escolheram-na, em seguida, como superiora e, desse modo, com o conselho de eclesiásticos autorizados, transformou a sua comunidade numa verdadeira congregação religiosa, que assumiu o nome de Instituto das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, aprovado em 1930 pelo arcebispo de Guadalajara. Na ocasião, madre Nati, como ficou conhecida, e as companheiras fizeram os votos perpétuos; e ela trocou o seu nome para o de Maria de Jesus Sacramentado.
Exerceu o cargo de superiora-geral entre 1921 e 1954, conseguindo conservar a sua fundação nos anos difíceis da perseguição religiosa. Amou e serviu a Igreja, cuidou da formação das suas co-irmãs, entregou a vida pelos pobres e sofredores, tornou-se um modelo de irmã- enfermeira. Após deixar a direção da sua Congregação, passou os últimos anos da vida, marcados pela enfermidade, em oração e recolhimento, dando mais um testemunho de sua abnegação. Morreu com a idade de noventa e um anos, no dia 30 de julho de 1959.
O papa João Paulo II declarou-a bem-aventurada em 1992. Continuamente recordada e invocada pelo povo, que, pela sua intercessão, obteve diversos favores celestes, foi proclamada santa pelo mesmo sumo pontífice no ano 2000.
Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, primeira mexicana canonizada, soube permanecer unida a Cristo na sua longa existência terrestre, por isso deu abundantes frutos de vida eterna, assim discursou o santo padre durante a solene cerimônia em Roma.
Fontes:
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=30&Mes=7&SantoID=660
http://www.santopedia.com/santos/santa-maria-de-jesus-sacramentado/

São Lázaro, Amigo de Jesus (Século I), 29 de Julho

São Lázaro é venerado pelas seguintes Igrejas: Católica, Ortodoxa, Anglicana e Luterana. Sua festa litúrgica é celebrada em duas datas: 29 de Julho ou 17 de Dezembro.

Lázaro de Betânia é um personagem bíblico descrito no Evangelho segundo João como um amigo que Jesus teria ressuscitado, irmão de Marta e de Maria. Seu nome provavelmente do grego corresponde ao hebraico Eleazar (אלעזר), e significa literalmente "Deus ajudou".
De acordo com tradição católica, o Lázaro ressuscitado teria se dirigido à Provença depois da morte de Jesus em companhia de suas irmãs e de outras pessoas. Ele também teria sido o primeiro bispo de Marselha. Na Idade Média tornou-se o padroeiro dos leprosos pela associação errada feita com seu homônimo, Lázaro (mendigo e leproso), narrado na parábola mencionada por Lucas - Parábola de Lázaro e do Rico.

Sua ressurreição

Segundo os Evangelhos, Lázaro teve a sorte de ser o protagonista de um dos milagres mais impressionantes de Jesus Cristo, depois de estar morto por quatro dias. Lázaro adoeceu gravemente e duas de suas irmãs Marta e Maria enviaram com urgência um mensageiro ao encontro de Jesus com a seguinte mensagem: "Aquele a quem Você ama está doente". Ou seja, estamos seguros de que virá, e se vier, livra-lo-á da morte. Aos seus discípulos, Jesus diz que Lázaro dorme [o que indica que ele talvez não estivesse realmente morto, mas participando de algum tipo de Iniciação], e seria acordado. Foi apenas no quarto dia após a sua morte, que chega a Betânia.
Maria fica em sua casa e Marta sai ao encontro de Jesus em meio de lágrimas lhe dizendo: "Oh, Senhor, se tivesse estado aqui, meu irmão não teria morrido". Jesus responde: "Eu sou a ressurreição e a Vida. Os que acreditam em Mim, não morrerão para sempre". Posteriormente Marta diz a Maria: "O Mestre chegou e te chama". Maria levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus que, ao vê-la chorar, comoveu-se e também chorou. Os judeus que estavam ali em grande número, exclamaram: "Olhem quanto o amava!" Jesus disse: “Lázaro, eu te mando, saia!” E Lázaro se levantou. Depois de quatro dias morto, foi ressuscitado milagrosamente e visto pela multidão que contemplou o fato.

Ver também: Santa Marta

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1zaro
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=52364&language=FR&img=&sz=full
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Juan_de_Flandes_001.jpg

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Beata Maria Teresa Kowalska, Religiosa, Mártir (+1941), 28 de Julho

Nasceu em Varsóvia em 1902. Desconhece-se o nome e a profissão dos seus pais. Recebeu a sua primeira Comunhão no dia 21 de Junho de 1915, e o sacramento da Confirmação no dia 21 de Maio de 1920. O seu pai, simpatizante socialista, foi para a União Soviética na década de 1920 com grande parte da família.

Aos 21 anos, recebe a graça da vocação religiosa. Ingressou no Mosteiro das Clarissas Capuchinhas de Przasnysz no dia 23 de Janeiro de 1923. Tomou o hábito no dia 12 de Agosto de 1923 e recebeu o nome de Maria Teresa do Menino Jesus. Emitiu a sua primeira profissão no dia 15 de Agosto de 1924 e a profissão perpétua no dia 26 de Julho de 1928.
Era uma pessoa delicada e doente, mas disponível para todos e para tudo. No Mosteiro servia a Deus com devoção e piedade. Com o seu modo de ser conquistava o carinho de todos, diz uma das irmãs. Gozava de grande respeito e consideração por parte das superioras e das outras irmãs. Exerceu vários ofícios: porteira, sacristã, bibliotecária; Mestra de noviças e Conselheira. Maria Teresa vive a sua vida religiosa em silêncio, totalmente dedicada a Deus, com grande entusiasmo. Um dia este serviço a Deus foi posto a dura prova.
No dia 2 de Abril de 1941, os alemães irromperam no Mosteiro e prenderam todas as irmãs, levando-as para o Campo de concentração de Dzialdowo. Entre elas estava a Irmã Maria Teresa, doente com tuberculose. As 36 irmãs ficaram presas no mesmo local e suportaram umas condições de vida que ofendiam a dignidade humana: ambiente sujo, fome terrível, terror contínuo. As irmãs observavam com horror a tortura a que eram submetidas outras pessoas ao mesmo tempo, entre as quais se encontravam o Bispo de Plock, A. Nowowiejski e L. Wetmanski, e muitos outros sacerdotes. Depois de passar um mês naquelas condições de vida, a saúde das irmãs debilitou-se. Irmã Maria Teresa foi uma das que mais se ressentiu, que pelo menos se mantinha de pé.
Sobreveio-lhe uma hemorragia pulmonar. Faltava não só o serviço médico mas também a água para matar a sede e para a higiene. Suportou o sofrimento com coragem e, até onde lhe foi possível, rezou junto com as restantes irmãs. Outras vezes rezava ela sozinha. Durante a prova, e consciente da proximidade da morte, dizia: “Eu, daqui, não sairei; entrego a minha vida para que as irmãs possam regressar ao Mosteiro.” Isso mesmo dizia à abadessa: “Madre, ainda falta muito?” Morreu na noite de 25 de Julho de 1941. Desconhece-se o paradeiro dos seus restos mortais.

Ver também: São Celestino I, Papa

Fontes:

São Pantaleão, Mártir (Século III), 27 de Julho


     Médico, natural de Nicomédia da Bitínia (atual Turquia), converteu-se ao Cristianismo em plena perseguição do imperador Maximiano.
Um sacerdote tinha-o persuadido da divindade de Cristo e ele, para comprová-lo, ordenou a uma criança morta por uma víbora: "Em nome de Jesus Cristo, levanta-te!" E a criança foi ressuscitada. O imperador mandou que se lhe aplicasse toda a espécie de tormentos.
Consta que cristãos armênios teriam trazido o corpo de São Pantaleão para o Porto no Século XV. Durante muitos anos, foi o padroeiro daquela cidade.

cf. Pe. José Leite, S.J.


Ver também: Santa Natália e Companheiros Mártires
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/07/santa-natalia-e-companheiros-martires.html

Fontes:

domingo, 25 de julho de 2010

São Jorge Preca, Presbítero, Fundador (+1962), 26 de Julho

Fundador da Sociedade da Doutrina Cristã
Jorge Preca nasceu em La Valeta, na ilha de Malta, no dia 12 de fevereiro de 1880, filho de pais cristãos fervorosos. Logo depois de concluir os estudos básicos, sentindo o chamado para a vida religiosa, ingressou no seminário. Quando ainda era diácono, ficou gravemente doente, sem esperança de recuperação, mas, pela intercessão de são José, melhorou e recebeu a ordenação sacerdotal em 1906.
No ano seguinte, o jovem padre fundou a Sociedade da Doutrina Cristã, para a formação religiosa de jovens, orientados a instruir outros. Tomou como lema desta associação as letras M.U.S.E.U.M., abreviação da frase latina Magister Utinam Sequator Evangelium Universus Mundus! que significa: “Mestre, que o mundo inteiro siga o Evangelho!”
O fato de levar a Bíblia e a teologia ao alcance da população era realmente revolucionário. Mais fascinante ainda era o sonho de Jorge em formar leigos, homens e mulheres, para mandá-los proclamar a Palavra de Deus em todos os lugares. Para conseguir isso, inovou outra vez, pois era ele próprio que ensinava e escrevia em maltese, a língua popular, para todos entenderem corretamente. Foram cerca de 150 publicações, entre livros e panfletos. Em 1910, criou a seção feminina e a dos leigos para a Sociedade da Doutrina Cristã, concluindo, assim, as metas do seu ideal.
Nesta época, as escolas do governo eram poucas e a presença dos alunos não era obrigatória. Assim o surgimento das escolas da Sociedade da Doutrina Cristã nas paróquias deu-se com a rapidez de um rastilho de pólvora. Todos os dias, crianças, jovens e adultos iam, espontaneamente, às escolas dos catequistas de padre Jorge, onde eram alfabetizados dentro dos princípios cristãos. A Sociedade da Doutrina Cristã teve a aprovação oficial da Igreja em 1932.
Jorge também se destacou como apóstolo do Evangelho. Seus livros de orações foram numerosos. O pensamento central de sua espiritualidade foi Cristo Jesus, o Verbo encarnado. Tornou-se, ainda, um confessor muito procurado por causa de suas palavras consoladoras.
Ele havia professado na Ordem Terceira do Carmo em 1919, tomando o nome de frei Franco, e permaneceu filiado à Ordem do Carmo até 1952. Devoto fervoroso e pregador entusiasmado de Nossa Senhora do Carmo, ele colocava o escapulário da Virgem do Carmo em todos os seus catequistas e nas crianças das escolas paroquianas.
Morreu aos oitenta e dois anos, no dia 26 de julho de 1962, em Santa Venera, na ilha de Malta. A sua obra está presente na Austrália, Sudão, Quênia, Inglaterra, Albânia e Peru. Jorge Preca sempre foi fiel à Igreja, vivendo em intimidade e união com Deus, dedicando-se ao serviço dos mais pobres. Foi beatificado por João Paulo II em sua visita pastoral a Malta em 2001.
Bento XVI, 3 de junho de 2007, preside a canonização do novo santo. “Um amigo de Jesus e testemunha da santidade que vem d’Ele”: assim o Papa descreveu Jorge Preca, ao proclamá-lo santo.

Ver também: Santa Ana e São Joaquim, Avós de Jesus Cristo

Fontes

São Tiago Maior, Apóstolo de Cristo, Mártir (+Século I), 25 de Julho

         Data de Nascimento (?)
Data de Falecimento c. 44 d.C., em Jerusalém
Venerado Em toda a Cristandade
Maior santuário Catedral de São Tiago de Compostela, Galícia,Espanha
Festa 25 de Julho (Igreja Católica)
Iconografia Peregrino, cavaleiro, vieira, chapéu de viandante ,cajado
Patrono dos peregrinos, dos cavaleiros, dos veterinários, dos farmacêuticos etc.; do Chile, da Guatemala, da Nicarágua e da Espanha, e inúmeras outras localidades

São Tiago Maior (muito raramente chamado de São Tiago, o Grande), também é conhecido como São Tiago de Compostela. Martirizado em no ano 44 da nossa Era, foi um dos Doze Apóstolos de Jesus Cristo. Foi feito santo e chamado São Tiago Maior para diferenciá-lo de outros santos de nome Tiago, como o apóstolo São Tiago Menor, e ainda São Tiago, o Justo.

O nome do Apóstolo São Tiago
Os nomes Tiago e Jaime derivam indiretamente do latim Iacobus, por sua vez uma latinização do nome hebraico Jacob (aportuguesado para Jacó).
Com o decorrer do tempo, o nome evoluiu em diversas direções conforme os idiomas: manteve-se Jakob em alemão e noutras línguas nórdicas, James em inglês, Jacques em francês.
Na própria Espanha há diferenças substanciais: a oriente, tornou-se Jácome, Jaume ou Jaime (todas formas correntes no catalão), mas na faixa ocidental da Ibéria tornou-se simplesmente Iaco ou Iago, por queda da terminação -bus (entendida como uma desinência de dativo/ablativo plural em latim, quando na verdade não o era), e assim passou ao português, galego, leonês e castelhano.
Santo Iago, na pronúncia corrente, tornou-se Sant’Iago, originando-se a partir daí a corruptela São Tiago, e o moderno antropónimo em português e castelhano. Para além disso, em castelhano, por uma falsa etimologia, São Tiago derivou também para San Diego, originando assim também o nome Diogo.

São Tiago na Bíblia
Segundo o Novo Testamento, Tiago era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão do apóstolo São João Evangelista.
Nasceu em Betsaida, Galiléia. Tal como o seu pai e o irmão o apóstolo João, era pescador no Mar da Galiléia, onde trabalhava com André e Simão Pedro (Mateus 4, 21-22 e Lucas 5, 10). Tiago, Pedro e João seriam, de resto, os primeiros a abandonar tudo para seguirem Jesus como seus discípulos (Mateus 17, 1 e 26, 37; Lucas 8, 51), tendo sido dos seus mais próximos colaboradores, ao participarem na Transfiguração, na agonia de Cristo no Monte das Oliveiras.
No evangelho de Mateus, conta-se que a mãe de ambos, Tiago e João, Salomé, em seu orgulho materno, pediu a Jesus que seus dois filhos, Tiago e João, fossem colocados um à direita e outro à esquerda, no Reino de Deus, porém Jesus lhe objetou:"Vós não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu hei de beber?", Os apóstolos responderam: "Podemos". "Pois bem, isso é verdade, concluiu Jesus, mas dar-vos o primeiro lugar no Reino, isso depende do meu Pai, que está no céu".
Segundo Marcos 3, 17, Tiago e João são chamados por Jesus como «Boanerges», isto é, Filhos do trovão. Isto se deu pelo fato que caracterizou a índole dele e de seu irmão João: ao chegar Jesus com sua comitiva à terra dos samaritanos, estes lhe interditaram a entrada. João e Tiago viram, neste fato, uma afronta a Cristo e exprimiram sua indignação com estas palavras: "Queres, Senhor, que mandemos cair fogo do céu sobre esta cidade, para consumi-la?" Jesus, porém os repreendeu dizendo: "Vós não sabeis de que espírito sois! O Filho do Homem não veio para perder, mas para salvar as almas" (Lc 9,54).
Segundo a bíblia é um dos discípulos mais íntimos de Jesus de Nazaré, já que em várias ocasiões onde Jesus só se fazia acompanhar por 3 apóstolos, era ele escolhido, junto a Pedro e João. Assim se deu na Transfiguração no Monte Tabor, por ocasião da ressurreição da filha de Jairo, e no Monte das Oliveiras, pouco antes da prisão de Jesus.
Tiago é citado entre os testemunhos da terceira aparição de Cristo após a sua morte e ressurreição, nas margens do lago de Tiberíades.
Pouco mais se sabe acerca sua vida. A sua última aparição no texto bíblico mais aceito é a de que foi o primeiro apóstolo a morrer, e teria sido mandado decapitar por ordem de Herodes Agripa I, rei da Judéia, cerca do ano 44, em Jerusalém. É, aliás, o único apóstolo cuja morte vem narrada na Bíblia, nos Atos dos Apóstolos 12, 1-2Ele (Herodes) fez perecer pelo fio da espada Tiago, irmão de João»).

São Tiago e a Hispânia
Muitos são os que creêm que São Tiago tenha visitado a província romana da Hispania e pregado a doutrina cristã, logo após o episódio de Pentecostes. Na cidade de Saragoça, teria presenciado uma aparição de Maria, mãe de Jesus, que ainda vivia. Tal aparição, em cima de um pilar, originou o culto de Nossa Senhora do Pilar. Devido ao insucesso em evangelizar os pagãos da Península Ibérica, Tiago teria regressado à Judéia, onde foi martirizado. Os locais que terá passado incluem Braga, a Galícia, na Espanha e Guimarães e Rates na Póvoa de Varzim.

 

A tumba de São Tiago em Compostela

Segundo uma tradição, o seu corpo teria sido então transportado para a Espanha, e sepultado na Galícia, no lugar de Compostela (depois chamado, em sua honra, São Tiago de Compostela). No entanto, não há provas que permitam corroborar esta tradição.
Certo é que em 814, na Galícia, um eremita (seu nome Pelaio), seguindo uma revelação que tivera durante o sono, descobriu um túmulo contendo umas relíquias, e estas foram de imediato veneradas e associadas a São Tiago, em virtude da lenda que afirmava que este se havia deslocado à Espanha para dar testemunho de Cristo. Sobre essa tumba viria a ser erguida a Catedral de São Tiago de Compostela.
Por isso mesmo, São Tiago tornou-se o santo patrono, primeiro da Galícia, depois de toda a Espanha, e o seu santuário em São Tiago de Compostela tornou-se um dos mais famosos locais de peregrinação do mundo cristão, sobretudo na Idade Média. O caminho de São Tiagopassou por isso a designar um conjunto de rotas, pejadas de albergues e hospícios dedicados ao santo, que cruzavam a Europa Ocidental até São Tiago de Compostela, através do Norte de Espanha.
Ainda hoje, dezenas de milhares de peregrinos se dirigem anualmente a São Tiago de Compostela, considerada a terceira cidade mais sagrada no cristianismo depois de Jerusalém e Roma.[1] 

São Tiago Mata-Mouros


De acordo com outras tradições, São Tiago teria aparecido miraculosamente em vários combates travados em Espanha durante a Reconquista Cristã- Batalha de Clavijo, em 844 - sendo a partir de então apelidado de Matamoros (Mata-Mouros). São Tiago y cierra España foi desde então o grito de guerra dos exércitos espanhóis. São Tiago foi também protetor do exército Português até à crise de 1383-1385, altura em que o seu brado foi substituído, oficialmente, pelo de São Jorge. Na prática os soldados portugueses continuaram a invocar São Tiago nos seus combates, tal como facilmente se pode verificar, por exemplo, lendo as descrições das Decadas da Ásia, de João de Barros.
Mais tarde, o escritor Cervantes registrou, no seu Don Quixote de la Mancha, que “São Tiago Mata-Mouros é um dos mais valorosos santos e cavaleiros que o Mundo alguma vez teve; foi dado a Espanha por Deus, como seu patrono e para sua proteção.”

A Ordem de São Tiago

No contexto da Reconquista, a Ordem Militar de São Tiago foi fundada precisamente para combater os muçulmanos, e a pertença à Ordem tornou-se uma grande dignidade. Mais tarde dividir-se-ia em dois ramos, um em Espanha, e o outro em Portugal.

Dia de celebração
São Tiago é celebrado por todas as confissões cristãs. É festejado a 25 de Julho, nas Igrejas Católica e Luterana. Os ortodoxos comemoram-no a 30 de Abril, os coptas a 12 de Abril, e os etíopes a 28 de Dezembro.

Santo Patrono
Tiago, para além de Patrono da Galícia e da Espanha, é também o santo protector de:
§  dos cavaleiros, dos peregrinos, das peregrinações e dos caminhos;
§  do exército espanhol;
§  de inúmeras profissões: camionistas, chapeleiros, fabricantes de peles, tanoeiros, farmacêuticos, veterinários…;
§  do Chile, da Guatemala e da Nicarágua, Colômbia, Cuba, México, Peru para além de inúmeras localidades ibero-hispanas;
§  é também invocado para a prosperidade das macieiras e outras árvores de fruto e contra o reumatismo.

Iconografia
Na iconografia, São Tiago possui três representações:
- Como apóstolo (em pé, descalço, de túnica, se gurando a Bíblia); - Como peregrino, sentado ou em pé, usando sandálias, túnica, chapéu, cabaça, manto, e aquele que se tornou o símbolo de São Tiago por excelência – a vieira (chamada concha de São Tiago), a qual era usada freqüentemente pelos peregrinos nos seus chapéus ou mantos – assim como um cajado, para auxiliar os peregrinos nas suas difíceis viagens por montes e vales.
- Por vezes surge como cavaleiro, representado em um cavalo branco com uma espada em uma das mãos e um estandarte na outra. Essa devoção surge após a Batalha de Clavijo, em 844. Ao longo da Idade Média passa a ser conhecido como São Tiago, o mata-mouros. A cruz com ponta de adaga torna-se um de seus símbolos.
- Na conquista hispânica na América, vê-se que a quarta devoção a São Tiago Maior. A iconografia de mata-moros será readaptada, surgindo a figura de São Tiago Mata-índios, que se tornará símbolo da conquista tanto de corpos quanto de almas no Novo Mundo.

Referências

O Wikimedia Commons possui umacategoria contendo imagens e outros ficheiros sobre São Tiago Maior

Ligações externas
O Wikilivros tem um livro chamadoSantos Católicos
§  Enciclopédia Católica São Tiago Maior (em inglês)

Fontes: