terça-feira, 31 de agosto de 2010

Beatos Mártires de Setembro, Vítimas da Revolução Francesa (+1792), 2 de Setembro


Após a queda da Monarquia francesa em 10 de agosto de 1792, Paris foi tomada por uma verdadeira “febre”, durante a qual inúmeros “suspeitos” de irem contra o Governo revolucionário foram presos: leigos, padres seculares, religiosos, geralmente considerados refratários (que não aceitavam jurar fidelidade à constituição republicana), mesmo que não fosse o caso de todos. Cerca de 350 eclesiásticos foram assim encarcerados, dos quais a metade não pertencia à capital francesa. Entre os dias 2 e 5 de setembro, bandos de homens e de mulheres armados invadiram as prisões parisienses para realizar execuções coletivas dos prisioneiros do Convento das Carmelitas, da Abadia de Saint-Germain, do seminário de Saint-Firmin, das prisões de La Force na Rue Saint-Antoine.
O Convento das Carmelitas, com seu claustro muito amplo, é o primeiro e o mais simbólico palco dos massacres. Segundo o testemunho do Abade Saurin, jesuíta que conseguiu escapar com vida, é impressionante o contraste entre a serenidade que reinava no interior entre os presos eclesiásticos, agrupados em torno de três bispos, e, do lado de fora, o rugido da multidão, os disparos dos canhões, os toques dos tambores e, finalmente, no dia 2 de setembro, por volta das 16h, soa o alarme de Saint-Sulpice, que dá o sinal aos rebeldes amotinados. A carnificina que começou no jardim termina, após uma simulação de julgamento, aos pés de uma escadinha que de comunicação entre a capela, de onde os prisioneiros foram inicialmente expulsos e se deram mutuamente a absolvição, e o jardim. “Eu não ouvi queixa alguma dos que eu vi serem massacrados”, escreveria o Abade da Panonia, que conseguira escapar ferido da tragédia do Convento das Carmelitas.
Entre as 3.000 vítimas de setembro de 1792, 191 pessoas mortas por defenderem sua fé foram beatificadas pelo Papa Pio XI em 17 de outubro de 1926. 86 padres eram membros do clero parisiense. Os quatro leigos e inúmeros religiosos beatificados também pertenciam à Igreja de Paris.

Igreja São José das Carmelitas
74, rue de Vaugirard, 6e arr. - M° Rennes

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Ver também: Santa Dorotéia, Mártir

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=30890&language=FR&img=&sz=full

Santo Egídio, Abade (Por volta do Século VII), 1º de Setembro

Não se sabe ao certo quando viveu. Alguns historiadores acham que viveu no século VI e era contemporâneo de São Cesário de Arles. Outros, porém, situam-no no século VIII. A sua vida foi composta no século X. Segundo a lenda, Egídio vivia num bosque, longe da convivência humana. Era alimentado por uma corça, que Deus lhe enviara.
A corça lhe fornecia leite diariamente. Um dia, entretanto, perseguida pelo rei que caçava na região, a corça procurou refúgio junto ao santo eremita. No afã da perseguição o rei não havia percebido a presença de Santo Egídio, que acabou sendo ferido no lugar do pobre animal perseguido.
Em reparação do infeliz acidente, o rei tornou-se amigo do piedoso anacoreta, doando-lhe aquele sítio. Surgiu ali uma grande abadia e prosperou uma ativa comunidade de monges, dos quais Santo Egídio tornou-se abade. Foi e continua sendo muito cultuado na França e na Holanda.
É invocado contra a convulsão da febre, contra o medo e a loucura

Prece
Da mudança de vida
Deus, nosso Pai, Jesus, vosso Filho, é o Caminho, a Verdade e a Vida. Nele, por ele foi-nos dada a graça de vos conhecer, e em virtude de seu Espírito a nós enviado, somos atraídos para vós, ó Deus de ternura e de bondade.
Mostrai-nos, Senhor, a vossa face amiga e dai-nos força e confiança, para seguirmos o caminho de Jesus. Tornai-nos verdadeiros e abri os nossos corações à novidade da vossa mensagem.
Dai-nos discernimento, para que não nos deixemos levar pelas mentiras com aparência de verdades. Que a verdade seja a nossa contínua busca, e na transitoriedade das coisas busquemos o vosso rosto de Pai, cujo amor perdura para sempre. Em Jesus ressuscitado, que vive para sempre, também nós um dia sejamos ressuscitados de todos os nossos medos e de todas as misérias e opressões que pesam sobre nossos ombros.

Ver também: 

Fontes:
http://www.tradicioncatolica.com/index.php/2007/09/01/1-de-septiembre-san-gil/

Beato Pedro Tarrés y Claret, Médico, Sacerdote (1905-1950), 31 de Agosto

Nasceu no dia 30 de Maio de 1905 em Manresa (Espanha), numa família crente e exemplar. Recebeu o sacramento do Batismo a 4 de Junho do mesmo ano, a Confirmação em 1910 e a primeira comunhão em 1913. Estudou com os Padres Jesuítas. Era um adolescente de caráter aberto e alegre, amoroso com os pais e com as duas irmãs, amante da natureza e contemplativo, místico com alma de poeta. Graças à obtenção de bolsas de estudo, pôde fazer os estudos secundários e universitários, formando-se em Medicina, no ano de 1928, na Universidade de Barcelona; funda, de acordo com o seu companheiro, Dr. Gerardo Manresa, o sanatório de Nossa Senhora "de la Merced", em Barcelona. Faz parte, com fervoroso zelo apostólico, da Federação dos Jovens Cristãos, que pertencia à Ação Católica, como a tinha perspectivado o Papa Pio XI:  oração, estudo, ação sob a orientação da hierarquia local. Para ele o segredo da vida espiritual era a devoção Eucarística e o amor filial à Mãe de Deus.
Em 1925 falece o seu pai e, pouco tempo mais tarde, sua mãe sofre um desastre que a torna inválida para sempre. Emitiu o voto de castidade em 1927 com a aprovação do seu diretor espiritual.
Durante o exercício da profissão médica foi exemplar na caridade e na vida de piedade, tratando os doentes com familiaridade respeitadora e com uma alegria contagiosa.
Com a revolta nacional, em 1936, conseguiu obter a tutela da polícia para preservar a integridade do Mosteiro de Monserrat da ferocidade dos anárquicos. Refugiou-se em Barcelona e teve a oportunidade de levar às escondidas a comunhão aos perseguidos pelas milícias vermelhas. Em 1938 teve que se alistar no exército republicano como médico. Em Janeiro de 1939 regressa da frente da guerra. Barcelona rende-se ao exército nacional. Pedro integra-se na vida normal, continua a sua atividade de médico e prepara-se para entrar no Seminário de Barcelona (Setembro de 1939). Recebe a Ordenação sacerdotal no dia 30 de Maio de 1942. No ano seguinte foi enviado pelo seu Bispo para a Universidade Pontifícia de Salamanca, onde obteve a licenciatura em Teologia. Sucessivamente, recebe vários cargos pastorais, entre os quais, Vice-Assistente diocesano dos jovens da A.C., Capelão da comunidade e do colégio das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, Conselheiro e Assessor dos Oblatos leigos beneditinos, Diretor da Obra da Visitação de Nossa Senhora, obra que se ocupava de assistir material e espiritualmente os enfermos pobres, e Diretor espiritual do Hospital "de las Magdalenas", onde eram acolhidas mulheres em fase terminal, devido à prostituição ou à miséria moral extrema.
No dia 17 de Maio de 1950 foi submetido a uma biopsia, cujo resultado evidenciou um sarcoma. Viveu a doença com uma atitude de total abandono nas mãos de Deus, oferecendo a sua vida pela santificação dos sacerdotes. Faleceu na clínica por ele fundada no dia 31 de Agosto de 1950, com apenas 45 anos de idade.

Ver também:

Fontes:

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Santa Tecla, Mártir (+Século I), 30 de Agosto

Tecla nasceu pelos anos 30 depois de Cristo em Ícone, cidade da atual Turquia. Reza a história que seus pais eram ricos e devassos. Tecla tinha desprezo pelo modo de vida de seus pais. Na busca de uma vida mais sã e culta dedicou-se ao estudo de Literatura e Belas Artes.

Aos 18 anos encontrou o Apóstolo Paulo, seguindo-o no seu apostolado. Após a morte de Paulo continuou com a sua missão de defesa dos pobres, dos escravos e na fundação de comunidades cristãs. Faleceu com cerca de 90 anos, sendo considerada a primeira mulher mártir.

Ver também: Santos Félix e Adauto, Mártires, e Beata Joana Jugan

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100830&id=11893&fd=0

domingo, 29 de agosto de 2010

Beata Teresa Bracco, Mártir (+1944), 29 de Agosto

Teresa era uma jovem extremamente reservada, modesta, delicada no relacionamento com as pessoas, sempre pronta a dar a sua ajuda. E bela: dois grandes olhos escuros e aveludados sobressaíam num rosto sereno e pensativo, emoldurado por grandes tranças castanhas. Bela, dizia, mas sem qualquer vaidade. Sabia atrair a admiração respeitosa dos conterrâneos: “Uma garota assim, eu nunca tinha visto antes e jamais vi depois”, afirmou um deles. “Havia nela algo de diferente das demais garotas”, recorda uma amiga. “Era a melhor de nós todas”, confia sua irmã Ana.

Nascera em 24 de fevereiro de 1924, penúltima de sete filhos, em Santa Giulia di Dego (Savona). Mãe e pai foram para ela um exemplo de fé e fortaleza cristã: em 1927, sepultaram em apenas três dias dois filhos de nove e quinze anos. Uma fé, a deles, submetida ao cadinho da prova. Teresa só pôde freqüentar até o quarto ano do primeiro grau, pois com o seu trabalho de pastorinha procurou contribuir para o sustento da família. Trazia o Terço sempre consigo e, no campo, nunca parava de rezar. Ginin – como era chamada – sacrificava de boa vontade preciosas horas de sono desde que pudesse comungar. A igreja, de fato, não era tão perto de casa, e a missa era ali celebrada ao alvorecer. Mesmo assim, Teresa jamais renunciava a participar da santa celebração, por nada no mundo. A Eucaristia, a devoção a Nossa Senhora e a espiritualidade das obrigações, eis o segredo da sua santidade.

Na casa da família Bracco chegava regularmente o Boletim Salesiano. Do número de agosto de 1933, Teresa cortou a terceira página que trazia a figura de Domingos Sávio, filho de camponeses como ela, há pouco declarado venerável, que havia feito o seguinte propósito: “A morte, mas não o pecado”. A pequena – tinha apenas nove anos – ficou fascinada por ele, e colocou a página na cabeceira da cama. Desde então, o mote de Domingos foi também seu. Declarou guerra ao pecado: “Antes, eu me deixo matar”, escreveu. E manteve o propósito.

Seqüestrada em 1944 por um militar alemão, tentou inicialmente fugir às suas atitudes brutais; depois, vista a inutilidade de seus esforços, preferiu renunciar à vida a perder a virtude tão ciosamente conservada. Encontraram-na com o corpo torturado no dia 30 de agosto. O seu sacrifício não foi senão o último de uma vida inteiramente vivida pelo Evangelho.

João Paulo II beatificou-a em Turim no dia 24 de maio de 1998, memória de Maria Auxiliadora, durante sua peregrinação à Síndone. O Papa, naquela ocasião, afirmou: “Dedico esta jovem aos jovens [...] para que aprendam dela a límpida fé, testemunhada no empenho quotidiano, a coerência moral sem compromissos, a coragem de sacrificar, se necessário, até a vida, para não trair os valores que dão sentido à vida”.

Bollettino Salesiano, Março, 2004

FRUTOS DO SISTEMA PREVENTIVO

Pe. Pascual Chávez Villanueva   


Ver também: Martírio de São João Batista




Fontes:

http://salesianosdedombosco.webnode.com.br/sistema-educativo/frutos/

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Beata Zélia Guérin, Leiga, Mãe de Família (+1877), 28 de Agosto

Zélia Guérin nasceu em 1831. Estudou com as Irmãs da Adoração Perpétua. Recebeu formação que a fez uma rendeira muito hábil. Tentou ser freira, mas após conversar com a Superiora das Filhas da Caridade, ela entendeu que esta não era a vontade de Deus a seu respeito.
Um dia, Zélia cruzava a Ponte Saint-Léonard e por ela passou um rapaz com um rosto nobre, um ar reservado e um comportamento cheio de dignidade. Naquele momento, uma voz interior sussurra em seu ouvido: "Este é o homem que esta reservado para você." A identidade do rapaz logo foi revelada. Providencialmente, Zélia conhecia a mãe de Luis que, tentando arrumar uma católica devota como esposa para o filho, os apresentou.
Três meses após terem se conhecido, casam-se à meia-noite no dia 12 de julho de 1858, um horário comum na época entre aqueles que entendiam a importância religiosa do casamento, ou seja, um sacramento que é uma vocação, um chamado à santidade.
Os dois decidem  manter a castidade perfeita no matrimônio. No entanto, a Sabedoria Divina, que leva tudo com "força e doçura", tem outros planos para este casal e no final de dez meses, a conselho de um amigo sacerdote, mudam de idéia. Eles agora desejam ter muitos filhos, a fim de criá-los e oferecê-los ao Senhor.
O casal é abençoado pelo nascimento de nove filhos. Perderam quatro filhos ainda quando crianças. Mas o luto não enfraqueceu a confiança na bondade dos planos de Deus e abandonam-se com amor a Sua Vontade. (As crianças sobreviventes, cinco meninas, se tornaram freiras, quatro delas Carmelita.)
Zélia era da Ordem Terceira Franciscana, e desde cedo ensinou suas filhas a oferecerem seus corações ao bom Deus e a simples aceitação das dificuldades diárias "para agradar a Jesus". Uma marca que é a base do ensinamento dado pela mais conhecidas de suas filhas: Santa Terezinha do Menino Jesus.
No final de 1876, Zélia descobre um câncer de mama que era inoperável. Morre em 28 de agosto de 1877. Luis fica com cinco filhos: Maria, Paulina, Leônia, Celina, e Teresa, que tem  quatro anos e meio de idade.

Ver também: Santo Agostinho de Hipona

Fontes:
http://familia-igreja-domestica.blogspot.com/2010/07/beatos-zelia-e-luis-martin.html
http://provsjose.zip.net/arch2008-06-01_2008-06-15.html
http://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com/2009/07/liturgia-12-de-julho-15o-domingo-do.html

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Santa Mônica, Intercessora, Mãe de Santo Agostinho de Hipona (+387), 27 de Agosto

Santa Mônica nasceu no norte da África, em Tagaste, no ano 332, numa família cristã. Segundo o costume local daquela época, foi dada em casamento a um jovem chamado Patrício.
Cristã exemplar, Mônica preocupava-se continuamente com a conversão de sua família. Tinha três filhos. Intercedia, de forma especial, pelo filho mais velho, Agostinho, que levava uma vida dissoluta e atribulada.
Ele era dotado de muita inteligência e uma inquieta busca da verdade, o que o fez procurar as respostas e a felicidade em diversos lugares, inclusive fora da Igreja de Cristo. Por isso se envolveu em meias verdades e muitas mentiras.
Contudo, sua mãe, fervorosa e fiel, nunca deixou de interceder com amor e ardor, durante 33 anos, e antes de morrer, em 387, ela mesma disse ao filho, já convertido e cristão: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer”.

Consumiu-se na oração pelo esposo violento, rude e pagão, mas, principalmente, entregou suas súplicas constantemente a Deus por Agostinho. A história nos testemunha os inúmeros ultrajes e sofrimentos que Santa Mônica precisou enfrentar para, finalmente, ver tanto seu esposo quanto seu filho convertidos e batizados. A Santo Agostinho ela aconselhou: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.


Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.

Santa Mônica é um dos maiores exemplos que de perseverança e confiança na fé e na oração, provando-nos que “tudo pode ser mudado pela força da oração.”

 Oração a Santa Mônica

"Ó Santa Mônica, que pela oração e pelas lágrimas alcançastes de Deus a conversão de vosso filho transviado, depois santo, Santo Agostinho, olhai para o meu coração, amargurado pelo comportamento de meu filho desobediente, rebelde e inconformado, que tantos dissabores causa ao meu coração e a toda a família.

Que vossas orações se juntem às minhas para comover o bom Deus, a fim de que Ele faça meu filho entrar em si e voltar ao bom caminho.

Santa Mônica, fazei que o Pai do céu chame de volta à casa paterna o filho pródigo. Dai-me esta alegria e eu serei para sempre agradecida.

Santo Agostinho, rogai por nós.

Santa Mônica, atendei-me.

Amém."


Ver também:

Fontes:


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São Zeferino, Papa, Mártir (+217), 26 de Agosto

São Zeferino foi o 15º Papa a tombar, martirizado, em defesa da Igreja de Cristo.  Era natural de Roma. Dedicou-se com muita diligência e zelo, pregando e testemunhando o Evangelho com grande virtude  e sabedoria, qualidades  que floresceram no pontificado de São Vitor I, de quem se tornaria sucessor na Sé apostólica.

Após o glorioso martírio do Papa São Vitor, ocorrido no dia 28 de julho de 199,  o povo de Deus, unido ao clero,  reuniu-se  em intensas  orações, a fim de que o Senhor iluminasse o rebanho para a escolha de um digno vigário.  Depois de onze dias de intensas orações, o Espírito Santo manifestou-se em forma de pomba e desceu sobre a cabeça do então presbítero Zeferino,  onde repousou por um breve espaço de tempo, desaparecendo em seguida.  Os fiéis  logo identificaram a escolha de Deus. Por unanimidade,  o elegeram no mês de agosto daquele ano, quando assumiu honrosamente o divino governo da Igreja.
Logo no início de seu pontificado, o imperador Septímio Severo moveu, por decreto, intensa  perseguição contra a Igreja, fato que levou São Zeferino a tomar as primeiras providências no sentido de zelar pelo rebanho, levando seu auxílio e consolo naqueles dias de grande tribulação. Pessoalmente,  de dia e de noite,  percorreu infatigavelmente diversas  casas, cavernas e locais subterrâneos.  Colocou em risco a própria vida, visitando e consolando não só os encarcerados, mas também os condenados, que acompanhava até aos cadafalsos.   A todos alentava com palavras e esmolas, levando a eles o Pão dos fortes, regado com o Sangue de Cristo. A cruel perseguição perdurou por nove anos consecutivos, até a morte do imperador Severo, quando a  Igreja recobrou um certo período de paz. 
Editou  importantes regras canônicas, especialmente as  relativas à disciplina eclesiástica.  Foi ele  quem  determinou que  os fiéis católicos comungassem,  pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa. Também, quanto aos cálices sagrados, até então confeccionados em madeira,  determinou  que deveriam  ser feitos, ao menos de  vidro.
Durante seu pontificado, a cabeça da heresia reergueu-se furiosamente.  Praxeas, que no pontificado anterior havia retratado-se da pregação de sua heresia patripasiana (negação da Santíssima Trindade), novamente tentou semear sua doutrina errônea e, por isto, foi duramente combatido pelo Papa. Também Tertuliano, que coberto com uma capa de austeridade e  rigor,  grande desgosto causou ao Santo Padre,  após voltar-se contra ele  mediante censuras e ataques. Arrebanhando diversos adeptos, Tertuliano mergulhou definitivamente na lama das  sua doutrina insana. 
 São Zeferino governou a Igreja  até o ano de 217, quando  recebeu a auréola dos mártires no dia 26 de agosto,  sob o governo do imperador Antonino.

Ver também: Santa Teresa de Jesus Jornet e Ibars

Fontes:
http://philippe.harambat.pagesperso-orange.fr/papes/liste1/listepapes.htm
http://2.bp.blogspot.com/_7NaRyO7FDTg/SpUYjPSuwqI/AAAAAAAAAo0/gI3EKVZ1gAU/s1600-h/S%C3%A3o+Zeferino.jpg

terça-feira, 24 de agosto de 2010

São José de Calasanz, Presbítero, Educador (+1648), 25 de Agosto

Era espanhol, mais especificamente de Peralta de La Sal, em Aragão, nascido no ano de 1557. Foi ordenado sacerdote aos 28 anos, em sua terra natal, e depois foi para Roma onde começou sua grande dedicação à educação de crianças pobres. Fundou a primeira escola em 1597, o que deu origem mais tarde, em 1621, à congregação dos Clérigos Pobres da Mãe de Deus. Sua fundação logo se difundiu por todo o mundo, indo até a Itália, a Alemanha, a Boêmia e Polônia.

A grande provação de sua vida foi quando, por inveja, seus próprios co-irmãos o acusaram de incapacidade de governar a sua congregação. Foi obrigado a ver sua obra esfacelar-se ao ser substituído por um “visitador”, uma espécie de interventor da Santa Sé. Mesmo assim, manteve-se confiante em Deus, conseguindo fazer com que sua obra ressurgisse das cinzas.
São José Calasanz morreu aos 90 anos, em 1648, e somente oito anos depois seu Instituto foi aprovado pelo papa Alexandre VI. Foi canonizado no ano de 1757.

Ver também:



Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100825&id=10867&fd=0

Beata María Encarnación Rosal, Religiosa, Reformadora (1820-1886), 24 de Agosto

María Vicenta Rosal nasceu em Quetzaltenango, Guatemala em 26 de outubro de 1820, num lar cristão e cresceu num ambiente de profunda fé. Ao assumir sua vocação religiosa, adotou como nome religioso María Encarnación Rosal del Corazón de Jesús.

Vocação Religiosa

Aos 15 anos, ingressou na Ordem (ou Congregação) de Belém, na cidade da Guatemala, instituição que estava sob a jurisdição dos padres Betlemitas, fundados por Santo Hermano Pedro de Betancur. Em 16 de julho, recebeu o hábito das mãos do último padre Betlemita, Frei José de San Martín, e adotou o nome de María Encarnación del Sagrado Corazón. Insatisfeita com a vida na Congregação, passou para o convento das “Catalinas”, para logo retornar “à sua Belém”, onde é eleita Priora; tratou de reformá-lo, mas quando não conseguiu realizar essa reforma, decidiu fundar outro, onde seriam vividas as Constituições que ela havia redigido e que o Bispo local já havia aprovado. Conseguiu realizar seu intento em Quetzaltenango, su tierra natal.
Sua vida e obra eram dedicadas a conservar o carisma do fundador da Congregação Betlemita, Santo Hermano Pedro de Betancur. “À luz da encarnação, da Natividade e da morte do Redentor”, a Congregação vivia o espírito de reparação das Dores do Sagrado Coração de Jesus, dedicando o dia 25 de cada mês à adoração reparadora. A ânsia pela glória de Deus e salvação dos homens levava Madre Encarnación a “servir com solicitude ao irmão necessitado” e a “impulsionar a educação infantil e da juventude nos colégios, escolas e lares para meninas pobres”, bem como a “dedicar-se a outras obras de promoção e assistência social”.

Exílio

Em 1855, a reformadora da Ordem Bethlemita iniciou formalmente seu trabalho religioso pela comunidade, fundando em Quetzaltenango dois colégios, mas sua obra foi interrompida com o início da perseguição política imposta pelo governante Justo Rufino Barrios (1873-85), que expulsou do país várias ordens religiosas.
Com o objetivo de continuar seu trabalho evangelizador, a reformadora da Ordem Betlemita chegou à Costa Rica em 1877. Ali fundou o primeiro colégio para mulheres em Cartago, a 23 km desta capital, onde se encontra a Basílica da Rainha dos Anjos, Padroeira da Costa Rica.
Em 1886, Madre Encarnación fundou um orfanato-asilo em San José. Todavia, novamente precisou abandonar o país quando outro governo assumiu o poder, expulsando as ordens religiosas e impondo a educação laica. Madre Encarnación também fundou casas na Colômbia e no Equador, sofrendo o desterro que lhe impunham as autoridades Guatemaltecas.
Assim que precisou abandonar a Costa Rica, Madre Encarnación instalou-se na Colômbia. Fundou, na cidade de Pasto, outro lar para meninas pobres e desamparadas. A religiosa é considerada como uma das pioneiras da formação integral da mulher no continente latino-americano.

Morte

A incansável peregrina estabeleceu posteriormente a Ordem Betlemita no Ecuador, em Tulcán e Otavalo. Madre María Encarnación morreu em 24 de agosto de 1886 após cair do cavalo que a transportava de Tulcán até o Santuario de Las Lajas, em Otavalo. Seu corpo foi transladado à cidade de Pasto, onde se conserva incorrupto após 110 anos. Seu instituto trabalha atualmente em 13 países.
A causa de sua beatificação foi introduzida em 23 de abril de 1976. O Decreto de Aprovação do Milagre foi firmado em 17 de dezembro de 1996. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 4 de maio de 1997, no Vaticano.
Atualmente, a ordem Betlemita está presente na Itália, África, Índia, Espanha, Venezuela, Equador, Estados Unidos, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Panamá e Guatemala. Sua Casa-Mãe situa-se em Bogotá, na Colômbia.

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com


Fontes:

domingo, 22 de agosto de 2010

Beato Bernardo de Ofida Religioso (1604-1694), 23 de Agosto

O Beato Bernardo de Ofida nasceu aos 7 de novembro de 1604, em Ofida, nas Marcas de Ancona, na diocese de Áscoli (Itália), da humilde família dos Parani. Na infância dedicou-se a guardar rebanhos. Aos 22 anos foi recebido na Ordem dos Capuchinhos, no convento de Corinaldo, onde fez a profissão religiosa em 1627. Depois, no Convento, exerceu o ofício de enfermeiro, esmoleiro, cozinheiro, encarregado do quintal e porteiro, servindo seus irmãos.
Distinguiu-se sempre pela sua caridade alegre e generosa, que lhe permitiu transformar todo seu trabalho no mais eficaz dos apostolados. Aos 65 anos foi enviado para o convento de Ofida, onde prosseguiu seu trabalho de esmoleiro com muita alegria, vendo esse encargo como penitência e atividade apostólica muito proveitosa para as pessoas.
O bispo de Áscoli, tendo sabido que os superiores pensavam mudá-lo de convento, foi ter com eles pedindo que o deixassem ali, pois, com sua vida de irmão simples e com vida tão evangélica e franciscana, fazia mais do que muitos missionários. Frei Bernardo visitava os doentes para quem tinha sempre palavras de conforto. Quando dizia a algum doente que era preciso estar disposto a fazer a vontade do Senhor, era quase certa sua morte. Quando, pelo contrário, dizia que não tivesse receio porque a situação não tinha importância, era sinal de que o doente se curaria.
Tinha como modelo São Félix de Cantalício. O encargo de esmoleiro era o campo do seu apostolado. Partia, por longos caminhos, de povoação em povoação, com o alforje aos ombros, umas vezes coberto de pó e ensopado em suor debaixo do sol escaldante, outras vezes, coberto de neve com os pés intumescidos e a sangrar. Porém, sempre feliz e a prosseguir a sua missão, dócil na obediência, que considerava o único guia seguro na sua vida religiosa.
Um dia, quando esmolava, recebeu apenas um bocado de pão e um frasco de vinho. No convento, não havia mais nada. Aquilo, porém, foi o suficiente para toda a comunidade. Por vezes, quando recebia insultos em vez do pão e do vinho, continuava sereno e dizia a si mesmo: “Mantém-te alegre, frei Bernardo, porque o pão e as demais esmolas são para o convento e os insultos são para ti”.
Quando ouvia criticar qualquer pessoa, interrompia e dizia: “A verdadeira caridade compreende todas as faltas. Não julgueis e não sereis julgados”. À medida em que ia envelhecendo, redobrava suas orações e penitências. Quando tinha 84 anos, seus superiores, vendo que este irmão velhinho se ia extinguindo, dispensaram-no dos seus encargos. Era edificante vê-lo, então, prostrado diante de Jesus sacramentado em profunda adoração.
Aos 22 de Agosto de 1694 recebeu o sagrado Viático e a Unção dos enfermos. Depois, dirigindo-se ao seu guardião, disse-lhe: “Irmão guardião, dai-me vossa bênção e mandai-me partir para o Céu”. Respondeu-lhe o guardião: “Espera, frei Bernardo, quero que antes me abençoes e abençoes também os teus irmãos”. Em nome da obediência, nosso irmão levantou a mão, que apertava o crucifixo, e traçou sobre os presentes grande sinal da cruz. Antes de morrer, recomendou aos seus irmãos a observância fiel da Regra, o amor fraterno, a paz e a caridade para com os pobres. Após ter recebido a bênção e a obediência do seu guardião, expirou docemente. Tinha 90 anos. Foi beatificado por Pio VI a 25 de maio de 1795.

ORAÇÃO
Deus de infinita bondade, que resumistes todos os mandamentos da Lei no vosso amor e no amor ao próximo, fazei que, à imitação do Beato Bernardo de Ofida, consagremos a nossa vida ao serviço dos que mais sofrem e dos que mais precisam, para sermos contados entre os vossos eleitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ver também: Santa Rosa de Lima

Fontes:
http://www.rivieraoggi.it/2009/08/22/77927/offida-in-festa-per-il-beato-bernardo/