sábado, 30 de janeiro de 2010

São Francisco Xavier Bianchi, Sacerdote (+1815), 31 de Janeiro

Nascido em 1743 em Arpino, no Lácio, Francisco Xavier Maria Bianchi desde cedo demonstrava uma inteligência precoce e manifestava uma grande pureza de alma. Tendo entrado para a congregação dos Barnabitas que haviam sido seus mestres, foi nomeado professor em Nápoles, mas preferiu abraçar o ministério de confessor e de diretor espiritual.
Amava o silêncio e a vida na clausura, e aceitava por obediência os encargos pastorais que ele cumpria como apóstolo de Cristo. Francisco pôde colher inúmeros frutos graças ao seu exemplo de vida de santidade ao apoio do Senhor, que o cobria de carismas e de graças extraordinárias.
Com as pernas cobertas de chagas, Francisco passava longas horas no confessionário e, após anos de paciente sofrimento, morreu em 31 de janeiro de 1815.

Fontes :
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20100131&id=1629&fd=0
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=47978&language=FR&img=&sz=full

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Santa Batilde, Rainha da França, Viúva (+680) / Santa Jacinta Mariscotti, Religiosa (+1640), 30 de Janeiro

Santa Batilde

Inglesa de nascimento, levada para a França, encantou Clóvis II por sua virtude e prudência. Este a fez sua esposa. Mãe de três reis - Clotário III, Childerico II e Thierry III - tornou-se regente à morte do esposo, governando o reino com rara habilidade.

Santa Jacinta Mariscotti
Religiosa franciscana, durante dez anos não deu bom exemplo a suas irmãs de hábito, pois não quis observar o espírito de pobreza e viveu num quarto decorado com luxo. Quando adoeceu gravemente, desejou confessar-se, mas o capelão do convento se recusou a atendê-la naquele quarto, dizendo que o Céu não fora feito para pessoas que se portavam de maneira orgulhosa e frívola, como Jacinta. 
Dando-se conta do escândalo que causara, Jacinta arrependeu-se sinceramente e pediu perdão a toda a comunidade, passando a partir daí a ser exemplo heróico de mortificação e pobreza, até atingir os cumes da mais alta santidade.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100130&id=12316&fd=0
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100130&id=10237&fd=0
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

São José Freinademetz, Presbítero, Fundador (+1908), 29 de Janeiro

Giuseppe (José) Freinademetz nasceu a 15 de abril de 1852, em Oies, um povoado de cinco casas entre os Alpes dolomitas do norte da Itália. Batizado no mesmo dia do nascimento, herdou da família uma fé simples, porém tenaz e uma grande capacidade de trabalho. 

Quando ainda cursava seus estudos teológicos, começou a pensar seriamente nas "missões estrangeiras" como uma possibilidade para a sua vida. Ordenado sacerdote em 25 de julho de 1875, foi destinado à comunidade de São Martino di Badia, bem perto de sua terra natal, onde logo conquistou o coração de seus conterrâneos. Entretanto, a inquietação missionária não o havia abandonado. Apenas dois anos depois de sua ordenação, pôs-se em contato com padre Arnaldo Janssen, fundador da casa missionária que logo se converteria oficialmente na "Sociedade do Verbo Divino"
Em 2 de março de 1879 recebeu a cruz missionária e partiu rumo à China, junto com outro missionário verbita, padre João Batista Anzer. Foram anos duros, marcados por viagens longas e difíceis, sujeitas a assaltos de bandoleiros, e por árduo trabalho para formar as primeiras comunidades cristãs. Assim que conseguia formar uma comunidade, chegava a ordem do bispo para deixar tudo e recomeçar em outro lugar.
Toda sua vida esteve marcada pelo esforço de fazer-se chinês entre os chineses, a ponto de escrever aos seus familiares: "Amo a China e os chineses; entre eles quero morrer, entre eles quero ser sepultado"
Cada vez que o bispo tinha que viajar fora da China, Freinademetz devia assumir a administração da diocese. No final de 1907, enquanto administrava a diocese pela sexta vez, surgiu uma epidemia de tifo. José, como bom pastor, prestou assistência incansável aos enfermos, até que ele próprio contraiu a doença. Voltou imediatamente a Taikia, sede da diocese, onde morreu em 28 de janeiro de 1908. Ali mesmo o sepultaram, sob a décima segunda estação da Via Sacra do cemitério e a sua tumba logo se transformou em um ponto de referência e peregrinação para os cristãos. 
Freinademetz soube descobrir e amar profundamente a grandeza da cultura do povo ao qual havia sido enviado. Dedicou sua vida a anunciar o Evangelho, mensagem do amor de Deus à humanidade e a encarnar esse amor na comunhão das comunidades cristãs chinesas. Entusiasmou muitos chineses para que fossem missionários de seus compatriotas como catequistas, religiosos, religiosas e sacerdotes. Sua vida inteira foi expressão do que foi seu lema: "O idioma que todos entendem é o amor"

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100129&id=11691&fd=0
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=50104&language=PT&img=&sz=full

São Tomás de Aquino ("Doutor Angélico"), Presbítero, Doutor da Igreja (+1274), 28 de Janeiro


"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Pois o que daria o homem em troca de sua vida?" (Mc 8,36-37) 
Hoje a Igreja celebra um dos maiores santos da História: São Tomás de Aquino. É o autor da Suma Teológica. Pertenceu à Ordem dos padres dominicanos. Costuma ser indicado como o maior teólogo da Idade Média, como também, mestre dos teólogos até aos dias de hoje. Declarado "Doutor da Igreja", em 1567; e Padroeiro das Universidades, Academias e Colégios católicos, em 1880. 
Foi de fato um gênio, que poderia ter-se perdido, não fora ter-se libertado das atrações mundanas de sua classe, pois era rico, nobre e cerceado em seu desenvolvimento pela própria família. Foi em Paris - o maior centro de estudos teológicos do seu tempo - que ele pôde compor a sua gigantesca obra a Suma Teológica, verdadeira síntese do passado e intuição do futuro. Até hoje, essa obra não encontrou similar, nem em matéria de Filosofia nem em matéria de Teologia. 
Por vezes, esquecemos, atrás do sábio, a grandeza do santo. E São Tomás soube desapegar-se das grandezas do mundo, para revelar o amor mais profundo à oração e à contemplação. Tornou-se, assim, o modelo de todos os que buscam a Deus, vivendo segundo o plano divino. 

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100128&id=10230&fd=0
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Beato Jorge Matulewicz, Sacerdote (+1927), 27 de Janeiro

A hagiografia de Jorge Matulewicz (1871-1927) está intimamente ligada à congregação dos Marianos, fundada em 1673 pelo Padre Estanislau Papczynski, na polônia. Esta congregação desenvolveu-se nos países do Leste Europeu e em Portugal, onde chegou em 1754, sendo de lá expulsa em 1834, por Antônio Joaquim Aguiar, da mesmaforma como aconteceu com todas as congregações religiosas. Os Marianos tinham, naquela época, 3 conventos: um em Balsamão, um em Algoso (ambos em Trás-os-Montes) e outro em Lisboa.
Nos países de Leste, em 1864, o Czar Nicolau II, a pretexto de manter a qualidade da vida religiosa, decretou que se encerrassem todos os conventos que não tivessem, pelo menos, 8 membros, obrigando esses membros a ir para conventos maiores. Proibiu, porém, que as ordens recebessem novos candidatos. Os Marianos foram, pouco a pouco, reduzidos aos irmãos do Convento de Mariampole, no Principado da Lituânia. Em 1909, restava apenas um membro: o Padre Vicente Senkowski, Superior Geral.
O Padre Jorge Matulewicz (1871-1927), da diocese de Kielce, na Polônia, era natural de Mariampole (a Lituânia e a Polônia eram uma única nação, na época) e havia sido batizado pelos Padres Marianos. Vendo esta Congregação definhar, Jorge decidiu fazer parte dela. Propôs ao Padre Vicente a sua renovação, de modo a adaptá-la aos novos tempos. O projeto foi aceito. A Santa Sé permitiu que ele fizesse os votos sem ser preciso fazer o noviciado, em 29 de agosto de 1909, na presença do Superior Geral, Padre Vicente Senkowski, em Varsóvia.Padre Jorge, respeitando o carisma da fundação e a genuína tradição do Instituto (a difusão do culto ao mistério da Imaculada Conceição, o auxílio aos fiéis defuntos e o anúncio do Evangelho ao povo simples), imprimiu à Congregação dos Marianos um amor apaixonado por Cristo e pela Igreja, preparando os seus membros para viver em ambiente de perseguição.
A congregação renovada regressou a Portugal em 1954. Atualmente, os Marianos são cerca de 550 em todo o mundo, espalhados por 18 países. Em 2007 realizou-se a beatificação do Fundador, Padre Estanislau Papczynski. O Renovador, Padre Jorge, que foi bispo de Vilno, já havia sido beatificado em 1987.

Fonte:
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=73439

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Santa Paula, Viúva, Religiosa (+404), 26 de Janeiro

Santa Paula era uma grande dama romana que se casou aos dezessete anos com um homem que a fazia muito feliz, com quem ela teve cinco filhos. Paula sofreu muito com a perda do marido. Então, ela decidiu ir ao encontro de São Jerônimo, na Palestina, uma vez que ela já o havia conhecido em Roma.
Paula distribuiu sua herança aos filhos e partiu com uma das filhas, Santa Eustochium (Eustáquia), rumo a um dos mosteiros fundados por São Jerônimo em Belém. Ela confiou ao santo dois bens preciosos: uma grande parte da sua fortuna, para que fosse aplicada na continuação dos trabalhos do mosteiro, e uma grande paciência para acalmar seus acessos de raiva.

Fontes :   
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20100126&id=1480&fd=0
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=30878&language=FR&img=&sz=full

São Gregório Nazianzeno o Teólogo, Padre da Igreja (+389), 25 de Janeiro

Foi na escola de Cesaréia de Capadócia, fundada por Orígenes depois de sua fuga de Alexandria, que Gregório Nazianzeno, com freqüência chamado Gregório, o Teólogo (329-389), estudou inicialmente.

Ele prosseguiu seus estudos em Atenas, em companhia de um de seus condiscípulos de Cesaréia, que um dia seria são Basílio. Gregório parece inclusive ter prolongado bastante sua permanência em Atenas para aí ensinar, por sua vez, a eloqüência. Só recebeu o batismo em aproximadamente 367, quando de sua volta a Cesaréia. Ordenado padre, depois elevado ao episcopado, sem ter, ao que parece, ambicionado nem uma nem outra dignidade, permaneceu sempre um orador, um escritor, um poeta, inimigo das responsabilidades da vida pública, voltado para a vida interior, a ascese e a contemplação. Deve seu título honorífico – Gregório, o Teólogo – a um grupo de cinco sermões (XXVII-XXXI) dentre os quarenta e cinco que dele possuímos e que são designados pelo título distinto de Discursos teológicos (em 380). Contêm uma exposição do dogma da Trindade, que se tornou clássica na história da teologia cristã, e nos informam sobre a situação intelectual dos cristãos na época em que foram pronunciados.
Falando dos Padres da Igreja, pensamos principalmente no uso que fizeram da filosofia para definir o dogma e corremos o risco de esquecer seus adversários, que, na mesma época, esforçavam-se, ao contrário, por utilizar a fé cristã para alimentar com ela sua filosofia. A heresia de Ário parece ter nascido, em larga medida, desse desejo de trazer a religião para os limites da razão. Gregório Nazianzeno e Basílio encontraram-se em presença de uma atitude análoga à dos teístas do século XVII, isto é, de uma racionalização do dogma cristão espontaneamente efetuada por espíritos sensíveis ao valor explicativo da fé cristã, mas preocupados em reduzir o que ela continha de mistérios às normas do conhecimento metafísico. A preocupação de racionalidade que o arianismo atesta em toda parte contribuiu muito para seu imenso êxito, e não se deve esquecer que o objeto da luta que os Padres travaram contra ele era nada menos que a própria fé cristã. Tratava-se de saber se a metafísica absorveria o dogma ou se o dogma absorveria a metafísica. Gregório Nazianzeno, precisamente, encontrava diante de si um adversário de peso na pessoa do ariano Eunômio (falecido em cerca de 395). Para esse chefe de seita e seus discípulos, o mundo dependia de um Deus único, concebido como sendo essencial e supremamente essência, substância ou realidade (ousia). Absolutamente simples, essa essência divina exclui toda pluralidade de atributos. Tudo o que se pode dizer a seu respeito é que ela existe, absolutamente. Como na doutrina do próprio Ário, o Deus de Eunômio é, pois, antes de mais nada, caracterizado pela necessidade de ser que já definia a ousia de Platão. Portanto, será concebido antes de mais nada como “não tornado” ou “não gerado”, isto é, como desfrutando do privilégio único da “inascibilidade”. Daí decorre naturalmente a conseqüência de que o Verbo, que é o Filho, sendo gerado, é inteiramente dessemelhante (anomoios) ao Pai e em nada consubstancial (homoousios) a ele. Como o demiurgo do Timeu, que fez deuses, e os fez eternos, o Deus de Eunômio pôde fazer do Filho um deus por adoção, associou-o de antemão à sua própria divindade e à sua própria glória, mas não pôde realizar a contradição de fazer que o gerado fosse consubstancial ao inascível. Reprova-se por vezes a Eunômio os “sofismas” que ele empregava para ajustar-se ao dogma. Talvez seja equivocar-se quanto a suas intenções. Eunômio não procurava delimitar o mistério com uma fórmula preocupada com defini-lo e situá-lo, mas sim trazê-lo ao plano do inteligível.
Desse ponto de vista, sua lógica era correta. Se o Filho é consubstancial ao Pai, o Pai gerou a si mesmo e o inascível nasceu dele. Como os dialéticos do século XII, Eunômio teve como único erro eliminar o mistério em nome da lógica. Se nasceu, dizia do Filho, é porque não existia antes de nascer. Em vez de falar do Deus cristão na língua de Platão, Eunômio fazia do demiurgo de Platão o Pai do Verbo cristão.
Compreende-se melhor, com isso, um dos traços mais constantes da atitude de Gregório Nazianzeno e o sentido da sua obra. No admirável Sermão XXXVI, intitulado Sobre ele mesmo, em que procura explicar por que os ouvintes de Constantinopla acotovelavam-se em torno da sua cátedra, Gregório alega como motivo principal que, numa época em que a filosofia invade tudo, ele contentou-se em beber na fonte da fé. O que falta aos filósofos, aos sofistas e aos sábios de seu tempo é precisamente a sabedoria. Se eles descarregarem um pouco o barco, este só flutuará melhor. Voltar aos costumes e à fé dos cristãos, eis o verdadeiro remédio. E é por conselhos do mesmo gênero aos filósofos que Gregório abre, no Sermão XXVII, a série de suas Theologica. Dirigindo-se aos eunomianos, adjura-os a voltarem primeiro à simplicidade da fé, o que exige que eles primeiro se purguem de seus vícios e não se apliquem à meditação das Escrituras, não para as julgar e criticar na qualidade de filósofos (XXVII, 6), mas para se submeter a elas. Não é, aliás, que o próprio Gregório renuncie a filosofar. Muito ao contrário, ele exige o direito de discutir o mundo ou os mundos, a matéria, a alma, os seres racionais, os bens e os males, a ressurreição, o julgamento, os sofrimentos de Cristo, recompensas e castigos. Nada mais legítimo, desde que se o faça com moderação, depois de ter-se instruído das Escrituras, para depois instruir os outros. Assim é, de fato, a teologia (Sermão XXVIII), não a desses “teólogos profanos”, que tudo resolvem, mas a dos cristãos, que se exprimem comedidamente diante da incompreensibilidade de Deus.
Apoiando-se ao mesmo tempo nas Escrituras e na razão, Gregório estabelece primeiro, contra Epicuro, que Deus não é um corpo, não está circunscrito por nenhum lugar, depois, desculpando-se por parecer ceder ao furor de debater sobre tudo o que grassa em seu tempo (Sermão XXVIII 11), empreende a exposição, ponto por ponto, da noção cristã de Deus, pelo menos aquela que é concebível à luz do que o próprio Deus nos ensina a esse respeito. Porque é isso o essencial e como que o ponto de partida da filosofia (XXVIII, 17): se, como ensinam os próprios filósofos, Deus é incompreensível, nossa única chance de conhecê-lo consiste em nos instruirmos primeiro acerca do que Ele mesmo nos diz de Si. Portanto, é tão-somente a partir daí que Gregório consente especular, mas, fortalecido por essa garantia, o faz sem escrúpulo. A existência de Deus pode ser conhecida a partir da ordem do mundo, cuja existência e cuja disposição não se explicam razoavelmente pelo acaso. Portanto, é preciso admitir um Logos para explicá-la. Se podemos, assim, saber que Deus é, não podemos saber o que ele é. Esse segredo, que o envolve, ensina-nos a humildade, mas provoca-nos, apesar disso, à busca. Seguramente, sabemos de antemão que nossos esforços permanecerão vãos em grande medida. O corpo do homem se interpõe entre sua alma e Deus. Imagens sensíveis se mesclam inevitavelmente aos conceitos que formamos dele e nos tornam impossível concebê-lo tal como ele é. O que podemos fazer de mais útil para nos aproximarmos do que seria um conhecimento próprio da natureza divina é negar o que é manifestamente impossível atribuir-lhe. Já dissemos que Deus não é um corpo, ainda que tão sutil quanto o éter, pois é simples; mas tampouco é luz, sabedoria, justiça ou razão, pelo menos no único sentido distinto que esses termos possam ter para nós. Os únicos atributos que mais nos aproximam de um conhecimento positivo de Deus são os que o determinam como ser: a infinidade e a eternidade. Como ele próprio disse a Moisés, Deus é o Ser, e Gregório Nazianzeno teve o grande mérito de dar a essa noção toda a positividade que o pensamento cristão da Idade Média devia reconhecer-lhe. Usando uma fórmula que será popularizada por João Damasceno, Gregório compara Deus a um “oceano de realidade (pélagos ousias) infinita e sem limites, inteiramente emancipada da natureza e do tempo”.
     Todas essas noções, hoje familiares a quem conhece um pouco a teologia natural de um autor cristão qualquer, eram reunidas e formuladas aqui pela primeira vez numa língua elegante, em termos acessíveis a todos. Mas Gregório sempre se detém respeitosamente no limiar do mistério. Como o Pai pode ter gerado e como o Filho pode ter sido gerado? Ignoramo-lo. Obstinar-se, como Eunômio, a reduzir o mistério à lógica é dar prova de certa ingenuidade. O Pai, diz ele, gerou um existente e um não-existente, e assim por diante. Vãs questões! Acaso elas não equivalem a representar a geração do Verbo pelo Pai como a de um homem por um homem? Nada é mais frívolo. O fato de o próprio Gregório utilizar termos filosóficos para descrever o mistério não significa, pois, de forma alguma, que ele pretenda esclarecê-lo e, finalmente, dissipá-lo. Como diz com razão A. Puech: “Gregório é profundamente cristão. Se algumas idéias neoplatônicas contribuíram para desenvolver sua teologia, se o que há de mais elevado no cinismo e no estoicismo integra em parte seu ideal ascético, seu pensamento e sua vida sempre foram dirigidos pela fé. Mas ele conservava, arraigado em seu coração, o amor antigo, o amor helênico das letras, o amor da poesia e da retórica. Nunca pensou em renunciar a ele, e se desculpava comprazendo-se no pensamento de que a fé nos foi revelada pelo Verbo divino. Portanto, é preciso que seja o verbo humano a pregá-la. O Verbo divino patrocina e defende a eloqüência; o Logos protege os logoi. Isso não era, para Gregório, um simples trocadilho; para ele, era a própria verdade.” Não se poderia dizer melhor; acrescentemos apenas que, fórmulas à parte, essa atitude de Gregório Nazianzeno é a dos três grandes capadócios.

Fontes:
http://sites.google.com/site/didascalion/sao-gregorio-nazianzeno
http://www.aquinate.net/figuras-aquinate/s_gregorio_nazianzeno.gif

sábado, 23 de janeiro de 2010

Beata Maria Poussepin, Religiosa Dominicana, Fundadora (1653-1744), 24 de Janeiro

A bem-aventurada Maria Poussepin, responsável por uma manufatura, exerceu um papel social de vanguarda em seu tempo.
Inicialmente Dominicana Terceira, Maria consagrou-se, mais tarde, juntamente com um grupo de outras Dominicanas Terceiras. Em 1696, Maria fundou em Sainville-em-Beauce a primeira Congregação Dominicana feminina de vida apostólica, as Dominicanas da Apresentação, que trabalhavam com a instrução de moças e se punham a serviço dos doentes pobres, seguindo a mesma linha de apostolado dos grandes servos da caridade dos Séculos XVII e XVIII. 
Maria Poussepin foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 20 de outubro de 1994, e sua memória é celebrada em 24 de janeiro.

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Fontes :

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Henrique de Suso, Místico, Teólogo (+1366), 23 de Janeiro

Santo Henrique de Suso - Xilogravura - Século XV


Henrique de Suso  foi um místico e teólogo germânico, declarado beato em 1831 pelo Papa Gregório XVI. Sua festa religiosa é comemorada em 23 de Janeiro.
Suso e o seu amigo dominicano Johann Tauler eram discípulos de Mestre Eckhart, também dominicano Os três formaram o núcleo daquela que veio a ser conhecida como "escola de misticismo renano". Como poeta lírico e trovador da sabedoria divina, Suso explorou com intensidade psicológica as verdade espirituais da filosofia mística de Eckart. 
Suas reflexões eram calcadas na especulação filosófica e na aceitação das provações oferecidas pela vida. Gostava de se denominar "Servidor da Sabedoria eterna". É considerado como uma das principais figuras da espiritualidade do final da Idade Média, devido às suas obras devocionais imensamente populares. Henrique é citado pelo Papa Pio XII em sua encíclica Haurietis Aquas.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_Suso
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Suso_bild.jpg
http://fr.wikipedia.org/wiki/Henri_Suso

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Beata Laura Vicuña (+1904), 22 de Janeiro



Laura Vicuña Pino nasceu em Santiago do Chile, em 5 de abril de 1891, e morreu em  Junín de los Andes, no dia 22 de janeiro de 1904. É padroeira das vítimas de abusos e incestos, dos órfãos, dos mártires e da Argentina. Seu dia é 22 de janeiro.
Laura era a primeira filha do matrimônio de José Domingo Vicuña e Mercedes Pino. Seu pai era militar e pertencia a uma família da alta sociedade chilena; sua mãe, por sua vez, vinha de uma camada social mais humilde, o que não agradava muito à família de seu esposo.
No fim do século XIX, o Chile enfrentava uma Guerra Civil e de Sucessão. Num dos lados na disputa estava Cláudio Vicuña, um parente distante de José Domingo, a quem queriam fazer o sucessor do presidente José Manuel Balmaceda. Sem embargo, Vicuña não aceitou o cargo e iniciou-se uma perseguição a toda a família Vicuña, obrigando seus membros a partir para o exílio.
Em 1894, logo após o nascimento de Júlia Amanda, a segunda filha de Mercedes e José Domingo, este faleceu, deixando a esposa e as filhas sem recursos, sem um futuro claro ou horizontes que pudessem seguir, além do risco decorrente de carregar o sobrenome Vicuña. Como uma medida desesperada, as três rumaram para a Argentina, onde permaneceriam por um tempo, enquanto os conflitos no Chile continuassem.
Mercedes e suas filhas se estabeleceram nas proximidades de Neuquén, Argentina. Inicialmente, a chefe da família procurou trabalho para bancar os estudos das meninas, chegando à estância de Quilquihué, de propriedade de Manuel Mora. Este não tardaria a aproximar-se de Mercedes, pressionando-a para que vivesse como sua esposa; assim, ele bancaria os estudos de suas filhas e as três poderiam permanecer na estância.
Assim, Laura ingressou no colégio "Las Hijas de María Auxiliadora", pertencente à Congregação Salesiana, onde foi instruída tanto cultural como religiosamente.
Laura realizou sua primeira comunhão em 2 de junho de 1901, manifestando sua vocação de amor a Deus e a sua vontade de servi-Lo, demonstrando-se inclusive disposta a entregar sua vida em vez de pecar.
Devido à sua profunda conexão com Deus, muitas companheiras pensavam que Laura se sentia superior a elas, uma vez que passava recreios completos rezando na capela do colégio.
Apesar de sua pouca idade, já possuía uma grande maturidade, que lhe permitiu conhecer os problemas de sua mãe e notar o quão distante se encontrava de Deus. Isto a motivou a rezar todos os dias pela conversão de sua mãe e para que abandonasse Manuel Mora.
Mercedes Vera (Mercedita) era a melhor amiga de Laura no colégio, acompanhando-a não somente nos estudos, mas também em sua devoção espiritual; era com ela que compartilhava os desejos que alimentava em seu coração, e junto a ela fez-se filha de Maria para assemelhar-se em virtudes com a mãe de Jesus.
Durante uma de suas férias escolares, Laura sofreu dois violentos ataques por parte do padrasto, que buscava dobrá-la às suas vontades. Como não alcançou seu objetivo, Manuel negou-se a continuar custeando os gastos dos estudos das meninas.
Imediatamente, o colégio resolveu o problema e permitiu que Laura seguisse estudando. Apesar disto, Laura sentia que a situação de sua mãe não havia melhorado, sentindo que não havia feito nada para ajudá-la.
Um dia, recordando da frase de Jesus: "Não há mostra de amor maior que dar a vida por seus amigos", Laura opta por entregar sua vida em troca da salvação de sua mãe. Este pedido foi escutado e em poucos meses caiu enferma, piorando sua saúde conforme avançava sua enfermidade. Em uma visita com sua mãe, Manuel Mora a agride, deixando-a ferida em sua cama.
Antes de morrer, Laura pede a sua mãe: “Morro; eu mesma o pedi a Jesus. Faz dois anos que ofereci minha vida por ti, para pedir a graça de sua conversão, mamãe. Antes de morrer, terei a sorte de ver-te arrependida?” Mercedes, com os olhos molhados, respondeu-lhe: “Te juro que farei o que me pedes. Deus é testemunha de minha promessa.” Finalmente, Laura sorri e diz a sua mãe: “Graças, Jesus! Graças, María! Adeus, mamãe! Agora morro contente!”
Assim, em 22 de janeiro de 1904, morreu Laura Vicuña Pino, entregando sua vida para a conversão de sua mãe. Seu corpo repousou, entre 1937 e 1958, no cemitério de Neuquén, tendo sido transladado para Baía Blanca, onde se encontram atualmente.
Após a morte de Laura, sua mãe refugiou-se durante algum tempo na Argentina, antes de mudar-se para Temuco. Em 1906, retornou à cidade de Junín de los Andes, onde sua segunda filha, Amanda, casou-se com Horácio Jones aos 12 anos de idade.
Com o matrimônio de sua filha, mudou-se para Freire, onde se casou na igreja e no civil com Malitón Parra, homem trabalhador e justo. Mercedes morreu em 17 de setembro de 1929. Manuel Mora foi assassinado numa disputa, durante uma corrida de cavalos, entre 1906 e 1907.
A Congregação Salesiana iniciou o processo de canonização de Laura, na década de 1950, encomendando a tarefa à Madre Célia Genghini, que passou vários anos coletando informações sobre sua vida e obra. Um impulso para a congregação foi a beatificação de Domingos Sávio (5 de março de 1950) e a canonização de Maria Goretti (24 de junho de 1950). Foi assim que na cidade de Viedma, província de Rio Negro, iniciou-se o processo de beatificação de Laura Vicuña. Célia Genghini não chegou a ver sua obra realizada, pois morreu naquele mesmo ano.
Laura não podia ser considerada mártir, e sua pouca idade não dava muitas esperanças para sua beatificação. De qualquer maneira, em março de 1981, este último requisito foi alcançado pela Congregação Plenária no Dicastério Romano. Com o decreto de 18 de março de 1982, a Congregação para a Causa dos Santos introduz a causa de Laura Vicuña. Em 5 de junho de 1986, com o Decreto de Virtudes Heróicas, Laura Vicuña Pino foi declarada Venerável.
Seu processo de beatificação foi impulsionado pelo milagre que, por sua intercessão, Deus concedeu à religiosa pertencente à ordem de Maria Imaculada, Ofélia del Carmen Lobos Arellano. Esta religiosa sofria de problemas pulmonares, e sua saúde se encontrava bastante delicada. Em agosto de 1955, foi desenganada pelos médicos, que a enviaram ao seu convento para “morrer em casa”. De imediato, pôs-se a rezar com fé a Laura Vicuña e melhorou de forma notória, recuperando a saúde e parte dos pulmões que se achavam irrecuperáveis. Na pesquisa científica da Congregação pela Causa dos Santos, foi catalogada como "5 sobre 5, recuperação inexplicável mediante a ciência".
Com o milagre já cumprido, em 3 de setembro de 1988 foi beatificada pelo Papa João Paulo II, em meio às celebrações pelos cem anos da morte de São João Bosco.
Aos pés do Cerro Renca e ocupando 30 hectares, na cidade de Santiago, encontra-se localizado o Santuário de Laura Vicuña, que possui uma capela com capacidade para cem pessoas, salas para encontros católicos e uma ampla área para reuniões de grupos dispostos a orar com Laura Vicuña.
Em 9 de dezembro de 1999, na cidade de Junín de los Andes, inaugurou-se um templo que foi restaurado e dedicado à memória de Laura Vicuña, sendo bancado pelas alunas do Colégio Maria Auxiliadora. A Primeira Eucaristia foi celebrada pelo Bispo de Neuquén, Mons. Agustín Radrizzani.

Bibliografia
-   Vida de Laura Vicuña, Editorial CSS, ISBN 848316762X (em espanhol)
-   Laura Vicuña, Editoral CSS, ISBN 8470438298 (em espanhol)
 Una muchacha valiente: Laura Vicuña, ISBN 8483167611 (em espanhol)
-   Beata Laura Vicuña, ISBN 9604051 (em espanhol)
-   Laurita delle Ande. Vita di Laura Vicuna, ISBN 8831526979 (em italiano)
-   Laura Vicuña, Editora Salesiana, ISBN 8575471651(em português)

Filme
Em 1993, houve a produção filme Laura, Un Gran Amor dirigido por Giuseppe Rolando e que narrava a vida de Laura Vicuña e seus padecimentos antes de alcançar a conversão de sua mãe.

Ligações externas
-   Fundación Laura Vicuña (em espanhol)
-   Especial de Laura Vicuña, Sitio web de San Juan Bosco (em espanhol)
-   Especial de Laura Vicuña, Sitio web de Iglesia.cl (em espanhol)

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Laura_Vicuña
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/Laura_Vicuna.jpg

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

São Máximo o Confessor, Monge, Pai da Igreja (+662), 21 de Janeiro

Máximo o Confessor (580-662) era monge e teólogo bizantino. Sua festa é celebrada em 21 de janeiro, na Igreja do Ocidente, e em 13 de agosto, nas Igrejas do Oriente.


Dados hagiográficos
Há duas versões da história de vida de Máximo. Segundo uma hagiografia (biografia dos santos) datada do Século X, mas que se apóia em dados de fontes anteriores, ele teria nascido numa ilustre família de Constantinopla. Nascido em 580 d.C., Máximo teria sido, aos trinta anos, protasekretis (palavra grega que significa Primeiro Secretário) na corte do imperador Heráclito. Ele teria se tornado monge em 613, no mosteiro de Crysópolis, próximo a Constantinopla, e depois em Cyzico. Após a invasão persa no ano de 626, teria se refugiado em Cartago.
De acordo com um polêmico texto siríaco do Século VII, atribuído ao monofisita George (Gregório) de Resaina, Máximo seria, ao contrário, natural do vilarejo palestino de Heshfin e teria entrado no mosteiro de São Sabas, próximo a Jerusalém. Parece que esta versão é a mais próxima às relações que Máximo mantinha com personalidades palestinas, como Sofrônio de Jerusalém ou o Papa Teodoro1. Mas, por outro lado, algumas indicações presentes na obra de Máximo favorecem a primeira versão.
Máximo escreveu comentários sobre trechos difíceis ou ambíguos das Sagradas Escrituras: as  Quaestiones ad Thalassium, e dos Padres da Igreja: as Ambigua ad Iohannem, assim como opúsculos ascéticos e místicos, uma carta-tratado sobre a liturgia: a Mistagogia, e outras cartas abrangendo a teologia, bem como obras de controvérsia. Ele se opunha aos monofisitas, grupo que sustentava a idéia de que Cristo possui apenas uma natureza: a divina, em detrimento de Sua humanidade.
Em 638, um decreto imperial quis conciliar monofisitas e ortodoxos, declarando que havia em Cristo duas naturezas (humana e divina), mas uma só vontade (monotelismo). A partir de 639, Máximo implicou-se na controvérsia sobre o monotelismo em Constantinopla, na África e em Roma. Conforme o Concílio da Calcedônia, que reconhecia “um só Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem”, Máximo defendia a teoria das duas vontades, sem as quais Cristo não poderia ser perfeitamente nem Homem, nem Deus. Em 645, ele conseguiu, durante um debate, trazer novamente à ortodoxia o antigo patriarca de Constantinopla, Pyrrus, então partidário do monofisismo e do monotelismo.
 Enquanto monge, ele não pôde participar do Sínodo de Latrão, ocorrido em Roma no ano de 649, que condenou o monotelismo, mas sem dúvida Máximo inspirou a decisão final dos bispos e contribuiu para a redação dos Atos do Concílio. Sua assinatura está presente num documento levado ao Concílio em nome dos monges de São Sabas. (Há grandes dúvidas sobre a autenticidade deste Concílio de Latrão, cujos atos parecem ter sido redigidos em grego antes mesmo que ele tenha acontecido.) Máximo permaneceu em Roma até 653.
Em seguida, as variações doutrinais dos imperadores bizantinos voltaram-se contra ele. Ainda em 653, ele foi preso por Constante II ao mesmo tempo que o Papa Martinho. Durante seu processo em Constantinopla, Máximo recusou-se a se declarar em comunhão com o patriarca de Constantinopla. Isto lhe valeu o exílio em Bizya, às marges do Mar Negro, em 655. Ele recusou as ofertas de perdão e de reconciliação do imperador e do patriarca de Constantinopla, partidários do monotelismo.
Máximo foi novamente convocado a Constantinopla, em 662, e novamente julgado pelos bispos e senadores bizantinos. Torturado, ele teve a língua e a mão direita decepadas. Em seguida, foi deportado para a região de Lazes (região Tsagueri, a Oeste do Mar Negro e ao Norte da atual Geórgia), onde veio a morrer em conseqüência dos ferimentos, no dia 13 de agosto do mesmo ano.
Sua firmeza na fé, assim como os maus tratos que recebeu, valeram a Máximo o título de “Confessor” da fé. Hoje ele é reconhecido como uma autoridade de referência para a teologia, sobretudo no diálogo entre católicos e ortodoxos2.
Obra
A obra de São Máximo é considerável. Nela encontramos, entre outros títulos, “Questões a Thalassios”, “Séculos de Caridade”, “Mistagogia”, “Cartas”, “Ambíguas a João” (esclarecimentos sobre passagens ambíguas dos escritos de São Gregório o Teólogo e de Denis o Aeropagita), “Opúsculos teológicos e polêmicos”, um “Discurso ascético”, um “Comentário sobre o ‘Pai Nosso’ ”, dentre outros.
Seus escritos teológicos e espirituais são fortemente influenciados pelas obras de Evágrio Pôntico, dos Padres capadócios, do Pseudo-Dênis o Aeropagita, de Cirilo de Alexandria e de Leôncio de Jerusalém. O monotelismo, ao qual Máximo se opunha fortemente, foi enfim condenado pelo III Concílio de Constantinopla (6º Concílio Ecumênico) em 680.


 Citações
 “Quem conseguiu se iniciar com bom senso e sabedoria nos ritos praticados na Igreja, fez de sua própria alma uma Igreja divina, uma Igreja verdadeiramente de Deus.” (Mistagogia, fim do cap. 5)
“Nós fomos salvos pela vontade humana de uma Pessoa divina.”
“Não é minha intenção desagradar ao Imperador, mas não posso optar por ofender Deus.”


Notas 
1. Ver o artigo de Ch. Boudignon, “Seria Máximo um constantinopolitano?”, em Orientalia Lovanensia Analecta 137, 2004, p. 1 – 43.
2. Ver o livro de J.C. Larchet : “Máximo o Confessor, mediador entre Oriente & Ocidente” (“Maxime le Confesseur, médiateur entre Orient & Occident”), Ed. Cerf, 1998.

Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Fontes :
http://fr.wikipedia.org/wiki/Maxime_le_Confesseur
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/31/Maximus_Confessor.jpg

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

São Fabião (ou Fabiano), Papa, Mártir (+250), 20 de Janeiro


Fabião era romano. Segundo o relato de Eusébio, a sua eleição foi maravilhosa. Depois da morte do Papa Antero, o clero e o povo reuniram-se para nomear o sucessor de Pedro. Estando divididos os votos, viu-se baixar do alto uma pomba que foi pousar sobre a cabeça de Fabião. Todos viram nesse acontecimento um sinal e começaram a clamar que devia ser ele o escolhido. Como humilde que era, apesar de Fabião resistir, alegando não ser digno de ser um sucessor de São Pedro, foi consagrado Sumo Pontífice numa época conturbada, onde os cristãos eram perseguidos por Maximiano.
Várias provas deu este santo Papa da sua firmeza e vigilância em conservar a pureza da fé e a santidade da religião cristã, lutando contra as heresias que iam emergindo no seio da própria Igreja. Finalmente, sob o Império de Décio, houve uma grande e cruel perseguição aos cristãos, à frente dos quais ia Fabião, animando heroicamente os fiéis com a Palavra e o seu exemplo, recebendo por isso a coroa do martírio no ano de 250.

Fontes:
http://www.levangileauquotidien.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100120&id=11321&fd=0
http://www.levangileauquotidien.org/zoom_img.php?frame=47375&language=PT&img=&sz=full

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Santos Mário, Marta, Audíface e Ábaco, Mártires (+270), 19 de Janeiro

A Igreja comemora hoje São Mário, Santa Marta, Santo Audifax e Santo Ábaco, que saíram da Pérsia e vieram em peregrinação até Roma, para rezar no túmulo dos mártires. Apesar de poucos documentos que comprovem a história desses santos, ainda hoje todo o mundo festeja a prova de fé dada por esta família. Há quem afirme que São Mário e Santa Marta eram casados, e Audifax e Ábaco, seus filhos. Não temos nada que possa comprovar historicamente. 
Durante esta viagem São Mário ajudou várias famílias cristãs, dando sepultura digna aos seus entes queridos mortos pelas perseguições. Foram mais de 260 mártires, cujos corpos jaziam insepultos. Foram apanhados pelos soldados do imperador Cláudio II enquanto cumpriam este dever cristão. Presos, recusaram-se a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos e não renunciaram à fé cristã. São Mário, Audifax e Ábaco foram martirizados e mortos na via Cornélia, e os corpos incinerados para que nenhum fiel pudesse recolher seus restos mortais e celebrar sua memória. Já Santa Marta foi condenada à morte por afogamento. Hoje, no local do ocorrido, ainda existem as ruínas de uma antiga igreja, construída para reverenciar os quatro Santos.

Fontes:

Maria Teresa Fasce, Religiosa (+1947), 18 de Janeiro

Maria Teresa Fasce (cujo nome civil era Maria Giovanna) nasceu perto de Gênova (Itália) no dia 27 de Novembro de 1881. Educada na fé cristã numa família religiosíssima e rica, deixou-se bem depressa conquistar por uma perspectiva evangélica da perfeição cristã. Ficou bastante impressionada pelo extraordinário testemunho de santidade de Santa Rita de Cássia, quando se celebrava, em Gênova, na paróquia freqüentada pela família Fasce, a Canonização desta insigne Santa.
Decidiu-se, então, tornar monja agostiniana contemplativa em Cássia, superando todas as resistências familiares, e entrou no mosteiro a 18 de Junho de 1906. Emitiu os votos solenes no dia 28 de Maio de 1912, com o firme propósito de imolar a sua vida por Cristo e pela sua Igreja.
Exerceu o cargo de Mestra das noviças, foi Vigária e Abadessa, mostrando-se sempre verdadeiramente «Mãe» e modelo da sua comunidade. Testemunho claro, vivo e esplêndido da sua atividade foram as inúmeras obras por ela instituídas em favor dos habitantes de Cássia, duramente provados pela tragédia da guerra. Transformou o seu mosteiro num centro de irradiação da devoção a Santa Rita no mundo inteiro, a qual foi por ela imitada com a experiência mística da Cruz, aceitando um tumor maligno como um seu tesouro e longo calvário. Morreu a 18 de Janeiro de 1947.

Fontes: