terça-feira, 30 de novembro de 2010

Beato Carlos de Jesus (Charles de Foucauld), Sacerdote, Fundador, Mártir (1858-1916), 1º de Dezembro

Charles Eugène de Foucauld nasceu em 15 de Setembro de 1858 em Estrasburgo, (França). De meio familiar aristocrático, ficou órfão de pai e mãe em 1864. Freqüentou a Escola Especial Militar de Saint-Cyr. Herdeiro de uma enorme fortuna, dilapidou-a rapidamente em jogo, indisciplina e excentricidades. Retratou-se e, já oficial do exército francês, foi colocado na Argélia. Deixou a vida militar e tornou-se explorador em Marrocos, chegando a receber uma medalha da Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento pelo seu trabalho de investigação no Norte de África.
Mais tarde, uma prolongada reflexão sobre a vida espiritual conduziu-o a uma conversão súbita e levou-o a ingressar na Ordem Trapista. Nesta Ordem estabeleceu-se na França e, depois, na Síria. Deixou os Trapistas em 1897 em busca de uma vocação religiosa autônoma e ainda não definida. Foi ordenado sacerdote em 1901. 
Regressou à Argélia e levou uma vida isolada do mundo numa zona dos Tuaregues, mais interventiva junto da população. Aprendeu a língua Tuaregue e estudou o léxico e a gramática, os cantos e tradições dos povos do Deserto do Saara. Tinha a intenção de criar uma nova ordem religiosa, o que sucedeu apenas depois da sua morte: os Irmãozinhos de Jesus. Foi assassinado por assaltantes de passagem em 1º de Dezembro de 1916.
Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005.



Meu Deus, eu me abandono a Ti...

Meu Deus, eu me abandono a Ti.
Faça de mim o que Te aprouver.
O que quer que Tu faças de mim, eu Te agradeço.
Estou pronto para tudo, eu aceito tudo,
contanto que a Tua vontade seja feita, em mim, em todas as Tuas criaturas;
Isso é tudo o que eu desejo, meu Deus.


Entrego minha alma nas Tuas mãos;
dou-a a Ti, meu Deus, com todo o amor do meu coração,
porque Te amo e para mim é uma necessidade de amor me doar,
colocar-me em Tuas mãos, sem medidas,
com uma infinita confiança, porque Tu és meu Pai. Amém!


Irmão Carlos de Jesus


Tradução e Adaptação (Oração):
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Ver também:

Fontes :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_de_Foucauld 
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=44342&language=FR&img=&sz=full

sábado, 27 de novembro de 2010

Santo André de Betsaida, Primeiro Apóstolo chamado por Cristo, Mártir (Século I), 30 de Novembro

Entre os Doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo. Além de ser apontado por eles próprios como o "número dois", depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem está entre os quatro primeiros. Morava em Cafarnaum, era discípulo de João Baptista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galiléia. 
Foi levado por João Batista à verde planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta indicou-o e disse a célebre frase: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo. 
A seguir, André levou o irmão Simão-Pedro a conhecer Jesus, afirmando: "Encontramos o Messias". Assim, tornou-se, também, o primeiro dos apóstolos a recrutar novos discípulos para o Senhor. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes: cinco pães e dois peixes. 
Pouco antes da morte do Redentor, aparece o discípulo André ao lado de Filipe, como um de grande autoridade. Pois é a ele que Filipe se dirige quando certos gregos pedem para ver o Senhor, e ambos contaram a Jesus. 
André participou da vida publica de Jesus, estava presente na última ceia, viu o Cristo Ressuscitado, testemunhou a Ascensão e recebeu o primeiro Pentecostes. Ajudou a sedimentar a Igreja de Cristo a partir da Palestina, mas as localidades e regiões por onde pregou não sabemos com exatidão. 
Alguns historiadores citam que depois de Jerusalém foi evangelizar na Galileia, Cítia, Etiópia, Trácia e, finalmente, na Grécia. Nessa última, formou um grande rebanho e pôde fundar a comunidade cristã de Patras, na Acaia, um dos modelos de Igreja nos primeiros tempos. Mas foi lá, também, que acabou martirizado nas mãos do inimigo, Egéas, governador e juiz romano local. 
André ousou não obedecer à autoridade do governador, desafiando-o a reconhecer em Jesus um juiz acima dele. Mais ainda, clamou que os deuses pagãos não passavam de demônios. Egéas não hesitou e condenou-o à crucificação. Para espanto dos carrascos, aceitou com alegria a sentença, afirmando que, se temesse o martírio, não estaria "pregando a grandeza da cruz, onde morreu Jesus". 
Ficou dois dias pregado numa cruz em forma de "X"; antes, porém, despojou-se de suas vestes e bens, doando-os aos algozes. Conta a tradição que, um pouco antes de André morrer, foi possível ver uma grande luz envolvendo-o e apagando-se a seguir. Tudo ocorreu sob o império de Nero, em 30 de novembro do ano 60, data que toda a cristandade guarda para sua . 
O imperador Constantino trasladou, em 357, de Patos para Constantinopla, as relíquias mortais de santo André, Apóstolo. Elas foram levadas para Roma, onde permanecem até hoje, na Catedral de Amalfi, só no Século XIII. Santo André, Apóstolo, é celebrado como padroeiro da Rússia e Escócia.

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Fontes :
http://alexandrinabalasar.free.fr/andre_apostolo.htm

Beato Frederico de Ratisbona, Religioso (+1329), 29 de Novembro

O beato Frederico foi um irmão agostiniano conhecido pela sua:
·  generosidade,
·  humildade,
·  delicadeza para com os irmãos,
·  caridade para com os pobres,
·  religiosidade,
·  dedicação à oração e
·  seu amor devocional à Eucaristia.

Frederico nasceu em Ratisbona, Bavária, Alemanha. Seus pais pertenciam à classe média. Entrou na Ordem como irmão não clérigo no mosteiro agostiniano de São Nicolau em sua cidade natal. O mosteiro era a mais importante comunidade da Província da Bavária naquela época, e acolheu o capítulo geral da Ordem Agostiniana de 1290. Nele, a primeira Constituição dos Agostinianos foi promulgada.
Frederico serviu a comunidade como carpinteiro e tinha a responsabilidade de prover à casa a lenha necessária para o uso cotidiano, modesto trabalho levado a cabo durante anos unido a uma profunda vida de oração.
É lamentável que seja pouco o que se sabe de sua vida. Conhecemos, isso sim, alguns relatos lendários do século 16, como os que aparecem na biblioteca do capítulo metropolitano de Praga.
Algumas pinturas representando cenas da vida de Frederico e encomendadas por ocasião de sua morte ajudaram a inspirar tais lendas. Entre elas, a mais conhecida narra como um dia, impossibilitado de assistir à missa e estando no mesmo lugar onde se encontrava trabalhando, Frederico recebeu a comunhão das mãos de um anjo.
A carga de colorido com a que se apresentam os fatos históricos, em conformidade aos gostos do tempo, hoje faz com que tais relatos sejam vistos com fortes reservas, ou inclusive, com rechaço. Porém, há de se ter em conta que interessava ao narrador medieval confirmar o reconhecimento divino da santidade mediante o milagre.
Mais que escrever propriamente um biografia, a intenção era a de representar exemplos de virtude e ideais religiosos que animassem a segui-los.
Episódios como o exposto acima atestam a devoção eucarística de nosso beato e provam o profundo efeito produzido entre seus contemporâneos e a continuidade da piedosa memória de que foi objeto ao longo dos séculos.
O Prior Geral dos Agostinianos, Clemente Fulh, atesta em uma carta dirigida aos irmãos não clérigos que
"Beato Frederico chegou ao cume da perfeição obedecendo fielmente as normas estabelecidas por Santo Agostinho e soube integrar de maneira admirável a vida perfeitamente contemplativa com a vida perfeitamente ativa."
Frederico morreu em Ratisbona no dia 29 de novembro de 1329. Logo depois de sua morte muito milagres foram creditados por sua intercessão. Seus restos repousam na igreja agostiniana Santa Cecília em Ratisbona.
No dia 12 de maio de 1909, o Papa Pio X ratificou o ininterrupto culto que Frederico havia gozado e o proclamou beato.

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São Tiago da Marca, Religioso (+1476), 28 de Novembro

Sobre este santo, cujo nome está unido ao de São Bernardino de Sena e de São João de Capistrano, seu companheiro nas peregrinações apostólicas por toda a Europa, possuímos muitas notícias, referidas em parte por ele mesmo e em parte pelo humilde irmão leigo, Venâncio de Fabriano, que desde 1463 esteve constantemente ao seu lado.
Tiago de Marca, cujo nome civil era Domingos Cangali, nasceu em Monteprandone (Ascoli Piceno) em 1394. Era ainda muito jovem quando perdeu o pai. Já aos sete anos era pastor, apascentava ovelhas. Apavorado pela obstinada presença de um estranho lobo, que mais tarde ele chamará de “Anjo de Deus e não lobo como parecia”, abandonando o rebanho fugiu para Offida e foi morar com um padre, parente seu.
Como na escola aprendia com facilidade, os irmãos deixaram-no estudar. Prosseguiu os estudos de direito civil em Perúgia. Tornou-se tabelião. Estabeleceu-se depois em Florença. Voltando a Marca, para resolver negócios familiares, parou em Assis, e aí após uma conversa com o prior de Santa Maria dos Anjos, decidiu entrar na família franciscana.
Sabemos também a data da sua profissão religiosa: 1º de agosto de 1416. Seis anos depois, com o sacerdócio, tornou-se pregador: “Em 1422, na festa de santo Antônio de Pádua comecei a pregar em são Miniato de Florença”. Esta será a ocupação principal de sua vida, até a morte acontecida em 28 de novembro de 1476 em Nápoles.
Por mais de meio século percorreu a Europa oriental e centro-setentrional não só para pregar o nome de Jesus (tema constante de suas homílias, sob o exemplo do seu mestre, são Bernardino), mas também para cumprir delicadas missões por encargo dos papas Eugênio IV, Nicolau V e Calisto III.
Este grande comunicador parecia ficar num lugar somente o tempo suficiente para erigir um mosteiro novo ou para restabelecer a observância genuína da regra franciscana nos conventos já existentes. Os últimos dezoito anos da vida passou-os quase inteiramente pregando nas regiões italianas. Encontrava-se em Áquila na morte de são Bernardino de Sena, em 1444, e seis anos depois pôde presenciar em Roma a canonização solene do mesmo. Seguia-o devotamente frei Venâncio, pelo qual sabemos que durante uma missão pregada na Lombardia, foi feita a frei Tiago de Marca a proposta de eleição para bispo de Milão que o humilde frade recusou. Frei Venâncio, após a morte do mestre, escreveu uma obra na qual conta muitos milagres operados por ele durante a vida e depois da morte.

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São Virgílio de Salzburgo, Bispo († 784), 27 de Novembro

Foi um dos grandes missionários irlandeses do período medieval e um dos maiores viajantes da importante ilha católica, ao lado dos santos Columbano, Quiliano e Gallo.
Nasceu na primeira década do século VIII e foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgílio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou.
Morou algum tempo no reino dos francos, quando o rei era Pepino, o Breve, que lhe pedira para organizar um centro cultural. Mas problemas políticos surgiram na região da Baviera, agregada aos seus domínios. Lá, o duque era Odilon, que pediu a Pepino para enviar Virgílio para a Abadia de São Pedro de Salzburgo, atual Áustria. E logo depois Odilon nomeou Virgílio como bispo daquela diocese.
Ocorre que, na época, São Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, actuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgílio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgílio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzburgo.
Mas Virgílio era homem de fé fortalecida e de vasta cultura, dominava como poucos as ciências matemáticas, ganhando, mesmo, o apelido de “o Geometra” em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram. Revolucionou a diocese de Salzburgo com o seu testemunho e converteu aquele rebanho para a redenção de Cristo, aproveitando-se do interesse político do rei.
Em 755, um ano após a morte de São Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburgo. Continuou evangelizando a Áustria de norte a sul, inclusive uma parte do norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crónica dos mosteiros beneditinos.
Morreu e foi sepultado na Abadia de Salzburgo, Áustria, em 27 de novembro de 784, em meio à forte comoção dos fiéis, que transformaram essa data a de sua tradicional festa. Séculos depois, suas relíquias foram trasladadas para a bela Catedral de Salzburgo. Em 1233, foi canonizado, e o dia de sua festa mantido. São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburgo.


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São Leonardo de Porto Maurício, Presbítero (+1751), 26 de Novembro

"O Senhor me assistiu e me deu forças para que fosse anunciada a boa mensagem." (II Tm 4,17)

Nasceu na cidade de Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, em 1676, tendo ficado órfão de mãe aos dois anos. Desejando tornar-se sacerdote, foi para Roma onde estudou no Colégio Romano de direção dos padres jesuítas, que muito influenciaram na sua formação espiritual. Ao terminar os estudos teológicos, abraçou a vida franciscana na Ordem dos Frades Menores, ordenando-se sacerdote aos 26 anos.
Percorreu quase toda a Itália, pregando sempre ao povo com grande proveito das almas. Escreveu muitas obras de utilidade para os pregadores e de edificação para os fiéis.
Foi superior de conventos em Florença e em Roma, durante muitos anos, organizando missões populares, seu grande carisma, nas quais destacou-se como um dos maiores oradores sacros do seu século, tendo suas pregações sido assistidas várias vezes pelos Papas Clemente XII e Bento XIV, que declararam nunca ter conhecido pregador tão eloqüente e zeloso.
Pregava para grandes multidões de fiéis nas basílicas e nas praças públicas, levando-os a uma grande devoção à paixão e morte de Cristo, pela via-sacra. Foi um apóstolo deste piedoso exercício praticado inicialmente como devoção interna nos conventos franciscanos, passando depois para as igrejas públicas. São Leonardo erigiu a via-sacra, com pregações especiais a cada estação, em 575 igrejas. 
Foi no Coliseu em Roma, no Ano Santo de 1750, a mais conhecida cerimônia penitencial de ereção da via-sacra. A partir daí, o Papa costuma fazer a via-sacra nas Sextas-Feiras Santas, neste histórico monumento.
Propagou também entre os fiéis a importante devoção ao Sagrado Coração de Jesus, em forma de horas de adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
Possuidor do espírito de São Francisco de Assis, era amigo apaixonado da pobreza. Andava sempre descalço, mesmo no inverno rigoroso, só usava hábito que já tivesse sido de outro e já bem gasto. Amigo de Deus, de profunda humildade e conformidade à vontade de Deus, dedicava grande amor ao próximo, especialmente no confessionário, onde os pecadores encontravam nele um bom pai e caridoso médico espiritual. Durante as missões, ali permanecia o dia todo sem se alimentar ou descansar, jejuava, mortificava duramente seu corpo e dormia no chão, a fim de propiciar  a graça da conversão.
Deixou numerosos escritos de ascética, sermões, cartas que evidenciam nele um alto grau de espiritualidade, podendo ser bem aproveitados até hoje.
Morreu no dia 26 de novembro de 1751, com 75 anos de idade, tendo recebido a visita do próprio Papa Bento XIV que lhe tinha grande admiração. 
          
ORAÇÃO - Ó Deus todo-poderoso e cheio de bondade, que fizestes de São Leonardo notável mensageiro do mistério da cruz, concedei, por sua intercessão, que, reconhecendo na terra as riquezas da cruz de Cristo, mereçamos alcançar nos céus os frutos da redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



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Beata Maria de Jesus Crucificado Petkovic, Religiosa, Fundadora (1892-1966), 25 de Novembro

Maria Petkovic nasceu no dia 10 de Dezembro de 1892, na ilha de Korcula em Blato, na Diocese de Dubrovnik (Croácia).
Desde a mais tenra infância, apesar da precariedade da sua saúde, mostrou nobreza de espírito, apego à família e à Igreja, e sensibilidade para com os necessitados. As mortes e destruições causadas pela primeira guerra mundial influenciaram a sua opção vocacional, já marcada por uma vida familiar cristã exemplar, caracterizada pela obediência, o amor filial e a observância dos preceitos divinos.
Em 21 de Novembro de 1906 fez o voto de virgindade e, depois de alguns anos de contacto com os membros da Associação das Filhas de Maria, foi inspirada a fundar a Associação do Bom Pastor, cujo carisma viria a ser a visita aos doentes, a preparação dos adolescentes para a primeira comunhão e a reparação das ofensas feitas a Jesus.
Em 1915 fundou também a Sociedade das Mães Católicas, formada por uma centena de mulheres e, a partir de 1917, passou a orientar as Terceiras Franciscanas, que então contavam cerca de duzentos membros, ajudando a "Cozinha Popular" das Irmãs Servas da Caridade, a distribuir aproximadamente três mil refeições às pessoas mais necessitadas, e prometendo solenemente ao Bispo Ordinário local que, a partir de então, viveria no meio dos pobres. E o Senhor infundiu muitos dons na sua alma eleita, que difundia luminosidade à sua volta.
Em 1919, Maria entrou no convento das Servas da Caridade. Todavia, por motivos políticos, as irmãs fundadoras, que eram italianas, tiveram que regressar à pátria e assim, o Bispo local nomeou Maria superiora provisória da nova ordem, cujos fundamentos espirituais seriam a obediência, o amor e o altruísmo. No final desse mesmo ano, Maria fundou três instituições de assistência à infância necessitada e, embora se considerasse indigna, compreendeu com grande clarividência que Deus a estava preparando para grandes obras.
A nova congregação, do ramo franciscano, foi fundada oficialmente no dia 4 de Outubro de 1920, com o título de Filhas da Misericórdia e a jovem recebeu o nome religioso de Maria de Jesus Crucificado e foi eleita superiora-geral. A jovem fundadora encontrou-se imediatamente diante de infinitas dificuldades, que procurava vencer com a oração, a fé em Deus e o trabalho árduo:  a educação dos jovens membros, o plano de trabalho, a construção de novas casas, a falta de meios de sustento, a redação das primeiras Constituições (aprovadas em 1923), a consolidação e a conservação da identidade da sua instituição religiosa.
Durante quarenta anos à frente da Congregação (de 1920 a 1952, foi eleita superiora-geral cinco vezes consecutivas), Madre Maria abriu vinte e duas casas, preparando trinta religiosas para as missões na América Latina, onde viriam a ser fundadas novas casas (Argentina, Paraguai, Chile, Peru e Uruguai), assim como na Itália e na Espanha. A Sagrada Congregação para os Religiosos reconheceu esta ordem como "instituição canônica" em 1927 atribuindo-lhe, no ano seguinte, a condição de "direito diocesano" e, em 1944, por ocasião do 25º aniversário de fundação, também o "decretum laudis".
A espiritualidade de Maria apresenta três aspectos de base:  provavelmente marcada pela experiência de bondade vivida em família, manifestava uma relação filial repleta de confiança no Pai misericordioso; além disso, a profunda confiança no amor ao Filho, que inspirou toda a sua vida; por fim, a incessante invocação da sabedoria do Espírito Santo, que é o ator de toda a santificação. As virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, em relação a Deus e ao próximo, e as virtudes cardeais que ela exerceu ao nível mais excelso, realçaram a sua sensibilidade ao voto de castidade.
Maria de Jesus Crucificado distinguiu-se ainda na fidelidade à Igreja e na obediência perfeita, mesmo nos momentos mais difíceis da sua vida:  quando recebeu respostas negativas dos responsáveis a vários níveis, quando deixou o cargo do governo da sua Congregação e quando ficou paralisada na parte esquerda do seu corpo, nos últimos três anos de vida, aceitando como sinal da Vontade divina tudo aquilo que a Igreja lhe ensinava. Foi uma mulher forte, de consciência reta, grande trabalhadora e capaz de suportar todo o tipo de dor e sofrimento, permanecendo sempre aberta às inspirações do Espírito Santo e aos preceitos da Igreja, como no-lo mostram a sua vida e as suas numerosas obras. É por isso que, com fama de santidade e um milagre já reconhecido, agora pode ser elevada às honras dos altares pela Igreja que ela tanto amou.
A semente de santidade que Deus lançou no coração da pequena Maria cresceu primeiro na sua consciência e depois no seu compromisso, revigorando-se na família e na comunidade paroquial, onde amadureceram os primeiros frutos de amor ao próximo, no carisma que a levou a fundar novas casas em ordem a ajudar as pessoas marginalizadas da sociedade, para maior glória de Deus e a honra da Igreja católica.
A Serva de Deus faleceu no dia 9 de Julho de 1956, depois de um prolongado período de enfermidade e indizíveis sofrimentos.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Beata Maria Anna Sala, Religiosa, Educadora das Irmãs Marcelinas (1829-1891), 24 de Novembro

A Irmã Maria A Anna Sala, nascida em Brívio, Itália, aos 21 de abril de 1829 e falecida aos 24 de novembro de 1891, em Milão, Itália, foi beatificada pelo Papa João Paulo II, aos 26 de outubro de 1980, em Roma, na praça do Vaticano.
“O estilo de santidade de Ir. Maria Anna Sala nos sugere aquela voz calma e serena, na qual Deus estava presente. Eis a mensagem que Ir. Maria Anna nos transmite com sua vida: um hino a Deus, uma oração contínua e um mergulho no mistério de Cristo que conheceu a humildade do sepulcro; um caminhar confiante, na certeza de ser amada por Deus, enquanto todo o seu ser possuía o Amor e cantava o Amor. Ir. Maria Anna Sala deu o máximo de si, na observância religiosa e no apostolado, com um incomparável espírito de sacrifício, fazendo brilhar, porém, sempre escondida, todos os dons da inteligência com que o Senhor a dotara, tornando-se uma grande educadora.
Às alunas ela deu não só a ciência necessária, num tempo em que a mulher se conservava afastada da cultura, mas deu também a sabedoria e o temor de Deus. Trabalhou sabiamente pela promoção da mulher, procurando dar-lhe uma cultura adequada e uma piedade baseada em seguros conhecimentos teológicos.
Entre as alunas que deram testemunho dela, houve uma, Giuditta Alghisi Montini, que foi a mãe do Papa Paulo VI. Isto nos faz pensar no trabalho silencioso, porém grande, que as santas mães tiveram na formação de seus filhos. Ao lado das mães, as educadoras.”
(Card. Pietro Palazzini)

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