terça-feira, 8 de setembro de 2009

Beato Tiago Laval, Apóstolo da Ilha Maurício, 09 de Setembro



No dia 29 de Abril de 1979, o Papa João Paulo II beatificou em Roma o Padre Tiago Laval, missionário de Congregação do Espírito Santo e do Imaculado Coração de Maria.
Jacques (Tiago) Desiré Laval nasceu na província francesa da Normandia, a 18 de Setembro de 1803. Seus pais, muito cristãos e proprietários de uma grande quinta, tinham oito filhos. Após brilhantes estudos feitos em Paris, Tiago doutorou-se em medicina, atividade que exerceu durante cinco anos com dedicação e caridade numa pequena cidadezinha normanda.
Como tantos jovens, esquecendo a educação cristã, que recebera nos primeiros anos, caiu na indiferença religiosa. Durou pouco tempo este período negro da sua vida. Angustiado, irrompeu da sua alma a mesma pergunta ansiosa de Saulo a caminho de Damasco: «Senhor, que quereis que eu faça?». Iluminado pela graça, operou-se nele uma verdadeira conversão, formulando o firme propósito de se entregar totalmente ao serviço de Deus.
Tiago não se contentou com tomar uma resolução. Concretizou-a, entrando no seminário de são Sulpício. Ordenado sacerdote, foi nomeado pároco da aldeia de Peinterville. Perante a indiferença religiosa dos seus paroquianos, o padre Laval não desanimou. Recorrendo à oração e à mortificação, os frutos não se fizeram esperar. Em três anos, a paróquia de Peinterville transformara-se por completo.
Durante a sua estadia no seminário de são Sulpício, Tiago Laval relacionou-se com os três grandes entusiastas da obra dos negros: Libermann, Levavasseur e Tisserant. Este relacionamento foi o bastante para que no seu coração brotasse o desejo de se dedicar sem reservas à evangelização dos povos de África. Entrou na Congregação do Sagrado Coração de Maria, recentemente fundada pelo padre Libermann, e que em 1848 se fundiu com a Congregação do Espírito Santo. Nela fez o noviciado, em La Neuville.
No dia 4 de Junho de 1841 partiu para a ilha Maurícia, aonde chegou a 13 de Setembro do mesmo ano. A quase totalidade das terras pertencia aos descendentes dos colonos franceses, embora o poder político estivesse nas mãos dos ingleses, que tinham conquistado a ilha em 1810. A maioria da população era composta por negros, vítimas da exploração dos colonos. A abolição da escravatura em meados do século XIX havia criado na ilha um clima de rapina, de violência e insegurança. As armas que o padre Laval utilizou para transformar a Paróquia de Peinterville - oração e mortificação -, foram as mesmas a que recorreu para converter os escravos libertos. Dentro de pouco tempo, a transformação moral da população negra era realidade, o que provocou estupefação, respeito e pasmo entre os colonos. Perseguido e humilhado a quando da sua entrada na ilha, por ser francês, era agora aceite por todos.
Extenuado pelos trabalhos apostólicos de 23 anos e tendo sofrido cinco ataques de apoplexia, o Padre Laval morreu piedosamente no dia 9 de Setembro de 1864. Cerca de quarenta mil pessoas participaram no funeral daquele que havia convertido a ilha Maurícia. Para todos, o Padre Laval é o Pai Laval. Por isso, a sua beatificação, no dia 29 de Abril de 1979, foi uma honra nacional. Hoje, o padre Laval é considerado figura nacional da ilha Maurícia e o seu túmulo é visitado anualmente por cerca de 150.000 pessoas, sem diferença de raças nem de religião: budistas, hinduístas, mulçumanos, animistas e católicos o veneram como o Pai e Amigo dos pobres.

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