sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

São Zózimo de Siracusa, Bispo, Confessor (+ 662), 21 de Janeiro

Zózimo nasceu na Sicília. Aos 7 anos, seus pais o colocaram no mosteiro de Santa Luzia, em Siracusa. Fausto, abade dessa casa, sentiu-se edificado pela virtude de Zózimo e decidiu confiar-lhe a guarda do túmulo da ilustre mártir. Esta decisão, porém, fez com que o rapaz se dispersasse e perdesse o seu fervor inicial. Ele quis rever seus pais e, assim, decidiu partir, um dia, sem pedir permissão ao abade. Surpresos em revê-lo, os pais reconduziram Zózimo ao mosteiro como se ele fosse um fugitivo. Fausto recebeu-o com grande bondade.
Na noite seguinte ao seu retorno, Zózimo teve um horrível pesadelo. Santa Lúcia lhe apareceu, reprovando-lhe sua inconstância, sua falta de fidelidade e fez com que ele refletisse sobre tudo isso. A partir desse momento, Zózimo tornou-se meditativo, humilde, zeloso; viveu 30 anos no mosteiro, sendo para todos um exemplo de constância e obediência. Com a morte de Fausto, os religiosos, segundo o costume, foram encontrar o bispo para pedir-lhe que designasse o sucessor do religioso falecido. Após examinar todos os religiosos presentes, o prelado perguntou : “Mas todos estão presentes aqui?” –  “Sim”, responderam eles. Como o bispo continuasse insistindo, eles acrescentaram: “Há ainda no mosteiro um irmão de pouca importância; ele é encarregado da guarda do túmulo de Santa Lúcia.” “Tragam-no aqui!”, disse o bispo.

 Nem bem Zózimo apresentou-se ao bispo, este, inspirado por Deus, disse: “Eis aquele que o Senhor escolheu para ser o vosso abade!” E sem mais demora, conferiu-lhe o sacerdócio.  Zózimo não tardou a justificar por que havia sido escolhido por Deus para dirigir aquele mosteiro : era dotado de sabedoria e moderação, prudência e possuía um temperamento que mesclava doçura e severidade. Não pedia que se fizesse nada que ele próprio já não tivesse feito antes nos seus quarenta anos de vida religiosa. Assim, Deus preparava Zózimo para o episcopado. Quando Pedro, sucessor do bispo João que o havia designado como abade, faleceu, o clero e o povo de Siracusa voltaram os olhos para Zózimo, embora alguns fossem favoráveis a um outro sacerdote chamado Venerando (?) que ambicionava o episcopado, enquanto Zózimo temia esse cargo. A questão foi levada a Roma, onde o Papa Teodoro se pronunciou a favor de Zózimo, sagrando-o bispo por volta do ano 647.
De volta a Siracusa, o novo bispo desempenhou todas as funções de um verdadeiro pastor com uma perfeita vigilância e uma caridade sem limites. Seu episcopado, que durou 13 anos, se passou em meio aos exercícios de penitência, à prática da pobreza, à fidelidade em pregar as santas verdades. Zózimo morreu aos 90 anos, em 30 março (alguns afirmam ter sido em 21 de janeiro) do ano 662.

Os gregos, em seus *menológios, mencionam São Zózimo em 21 de janeiro ou em 30 de março. O martirológio romano inscreveu-o na segunda data. O culto foi estabelecido em Siracusa pouco tempo depois da morte de Zózimo, quer dizer, por volta do fim do Século VII. É invocado particularmente contra a peste.

*menológio (me-no-ló-gio); s. m.: Quadro descritivo dos meses. Calendário de vidas de santos da Igreja grega, o qual corresponde ao martirológio da Igreja romana.

Bibliografia – A vida de Zózimo, escrita em grego por um autor quase contemporâneo, foi traduzida para o latim, que deu origem às Acta sanctorum, de 30 de março.

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