quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nossa Senhora de Lourdes /São Bento de Aniane, Abade, Reformador (+821), 11 de Fevereiro

Nossa Senhora de Lourdes é o nome usado para se referir à aparição mariana que teria sido presenciada por várias pessoas em ocasiões distintas, em torno de Lourdes, França.

História
As aparições de Nossa Senhora de Lourdes começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, quando Bernadette Soubirous, camponesa com 14 anos, foi questionada por sua mãe, pois afirmava ter visto uma "dama" na gruta de Massabielle, cerca de uma milha da cidade, enquanto ela estava recolhendo lenha com a irmã e um amigo.[1] A "dama" também apareceu em outras ocasiões para Bernadette até os dezessete anos.
Bernadette Soubirous foi canonizada como santa, e muitos católicos acreditam que suas visões seriam da Virgem Maria. A primeira aparição da "Senhora", relatada por Bernadette foi em 11 de fevereiro. O Papa Pio IX autorizou o bispo local para permitir a veneração da Virgem Maria em Lourdes, em 1862.
Em 11 de Fevereiro de 1858, Bernadette Soubirous foi com a irmã Toinette e Jeanne Abadie para recolher um pouco de lenha, a fim de vendê-la e poder comprar pão. Quando ela tirou os sapatos e as meias para atravessar a água, junto à gruta de Massabielle, ela ouviu o som de duas rajadas de vento, mas as árvores e arbustos não se mexaram. Bernadette viu uma luz na gruta e uma menina, tão pequena como ela, vestida de branco, com uma faixa-azul presa em sua cintura com um rosário em suas mãos em oração e rosas de ouro amarelo, uma em cada pé. Bernadette tentou manter isso em segredo, mas Toinette disse a mãe. Por essa razão ela e sua irmã receberam castigo corporal pela sua história.[2][3] Três dias depois, Bernadete voltou à gruta com as outras duas meninas. Ela trouxe água benta para utilizar na aparição, a fim testá-la e saber se não "era maligna", porém a visão apenas inclinou a cabeça com gratidão, quando a água foi dada a ela.[4]
Em 18 de fevereiro, ela foi informada pela senhora para retornar à gruta, durante um período de duas semanas. A senhora teria dito: "Eu prometo fazer você feliz não neste mundo, mas no próximo".[5]Após a notícia se espalhar, as autoridades policiais e municipais começaram a ter interesse. Bernadette foi proibida pelos pais e o comissário de polícia Jacomet para ir lá novamente, mas ela foi assim mesmo. No dia 24 de fevereiro, a aparição pediu oração e penitência pela conversão dos pecadores. No dia seguinte, a aparição convidou Bernadette a cavar o chão e beber a água da nascente que encontrou lá. Como a notícia se espalhou, essa água, foi administrada em pacientes de todos os tipos, e muitas curas milagrosas foram noticiadas. Sete dessas curas foram confirmados como desprovidas de qualquer explicação médica pelo professor Verges, em 1860. A primeira pessoa com um milagre certificado era uma mulher, cuja mão direita tinha sido deformada em conseqüência de um acidente. O governo vedou a Gruta e emitiu sanções mais duras para alguém que tentasse chegar perto da área fora dos limites. No processo, as aparições de Lourdes tornaram-se uma questão nacional na França, resultando na intervenção do imperador Napoleão III, com uma ordem para reabrir a gruta em 4 de Outubro de 1858. A Igreja decidiu ficar completamente longe da polêmica.
Bernadette, conhecendo as localidades bem, conseguiu visitar a gruta à noite, mesmo quando vedada pelo governo. Lá, em 25 de março, a aparição lhe disse: "Eu sou a Imaculada Conceição" ("Que Soy era Immaculada concepciou"). No domingo de Páscoa, 7 de abril, o médico examinou Bernadette e observou que suas mãos seguravam uma vela acesa e mesmo assim não possuiam qualquer queimaduras.[6] Em 16 de Julho, Bernadette foi pela última vez à Gruta e relatou que "Eu nunca a tinha visto tão bonita antes".[6] A Igreja, diante de perguntas de nível nacional, decidiu instituir uma comissão de inquérito, em 17 de Novembro de 1858. Em 18 de Janeiro de 1860, o bispo local declarou que: "A Virgem Maria apareceu de fato a Bernadette Soubirous".[6] Estes eventos estabeleceram o culto mariano de Lourdes, que, juntamente com Fátima, é um dos santuários marianos mais freqüentados no mundo, ao qual viajam anualmente entre 4 e 6 milhões de peregrinos.
A veracidade das aparições de Lourdes não são um artigo de fé para os católicos. Não obstante todos os últimos Papas visitaram este local. Bento XV, Pio XI e João XXIII foram quando ainda eram bispos, Pio XII, como delegado papal. Ele também declarou uma peregrinação a Lourdes em uma encíclica na comemoração sobre o 100º aniversário das aparições, completados em 1958. João Paulo II visitou Lourdes três vezes e o Papa Bento XVI concluiu uma visita lá em 15 de setembro de 2008 para comemorar o 150º aniversário das aparições em 1858.

Posição da Igreja Católica
Em 18 de janeiro de 1862, Dom Laurence, bispo de Tarbes, deu a declaração solene: "Inspirados pela Comissão composta por sábios, doutores e experientes sacerdotes que questionaram a criança, estudaram os fatos, examinaram tudo e pesaram todas as provas. Chamamos também a ciência, e estamos convencidos de que as aparições são sobrenaturais e divinas, e que por conseqüência, o que Bernadette viu foi a Santíssima Virgem Maria. Nossas convicções são baseadas no depoimento de Bernadette, mas, sobretudo, sobre as coisas que têm acontecido, coisas que não podem ser outra coisa senão uma intervenção divina."[7]
A Igreja Católica celebra uma missa em honra de Nossa Senhora de Lourdes (memória facultativa), em muitos países, em 11 de fevereiro de cada ano - o aniversário da primeira aparição. Havia uma longa tradição de interpretar o Cântico dos Cânticos (4,7) - "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti", como uma alegoria à imaculada conceição e às aparições de Lourdes, isso até a reforma litúrgica na seqüência do Concílio Vaticano II.

O Santuário
O Santuário de Nossa Senhora de Lourdes é uma área com várias igrejas e outras instituições, construídas em torno da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na cidade de Lourdes, França. Este terreno é propriedade administrada pela Igreja, e tem várias funções, incluindo atividades devocionais, escritórios e alojamentos para peregrinos doentes e seus ajudantes. O Santuário inclui a Gruta, torneiras próximas que dispensam a água de Lourdes, e os escritórios do departamento médico de Lourdes, bem como várias igrejas e basílicas. Compreende uma área de 51 hectares, e inclui 22 lugares distintos de culto.[8] Há seis línguas oficiais faladas no Santuário: Francês, Inglês, Italiano, Espanhol, Holandês e Alemão.

Na cultura popular
Em 1943, a história se tornou a base do filme A Canção de Bernadette. Jennifer Jones interpretou Bernadete, enquanto Linda Darnell retratou a Virgem Maria. O filme ganhou vários prêmios da Academia, incluindo um Oscar de Melhor Atriz por Jones. Na primeira cerimônia dos Globos de Ouro em 1944, Jones recebeu o prêmio de melhor atriz e o filme ganhou o Melhor Filme.

Referências
1. Catholic Online: Apparitions of Our Lady of Lourdes First Apparition
2. L Laurentin, Lourdes, Marienlexikon, Eos Verlag, Regenburg, 1988, 161
3. Harris, Ruth. Lourdes, Allen Lane, London, 1999, p 4
4.Harris 4
5. Laurentin 161
6. 6,0 6,1 6,2 Lautetin 162
7. Lourdes France: The encounters with the Blessed Virgin Mary
8. [1]

Ligações externas
§   ACI Digital e Aparições de Lourdes
§   Canção Nova e Nossa Senhora de Lourdes
§   NOSSA SENHORA DE LOURDES

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_de_Lourdes
http://caminho.perfeito.zip.net/images/nslourdes.jpg
http://picasaweb.google.fr/lh/view?q=sanctuaire+lourdes&uname=rio.dedeus2008&psc=G&filter=1#5436718206136475682
http://picasaweb.google.fr/lh/view?q=grotte+massabielle&uname=rio.dedeus2008&psc=G&filter=1#5092408155132259058
http://fr.wikipedia.org/wiki/Fichier:Lourdes_cathedrale-grotte.jpg



São Bento de Aniane
Conselheiro de imperadores, esse Santo restaurou a pureza do espírito e da regra de São Bento como Abade Geral dos mosteiros beneditinos do Império Carolíngio, além de ter sido um paladino da ortodoxia.
Plinio Maria Solimeo

Hagiografia
Agulfo, Conde de Magalones, no Languedoc francês, foi um dos cavaleiros mais destemidos do Rei franco Pepino, o Breve, no século VIII. Por sua bravura e integridade, era estimado em todo o reino. Infelizmente a História não guardou o nome de sua esposa. Ao seu primogênito, deu o nome godo Witiza; e logo que ele teve idade, Pepino o recebeu entre os jovens da nobreza que eram formados na corte no exercício das armas e outros próprios a seu estado.
O adolescente se fazia notar por um porte sério, um julgamento sólido e qualidades de espírito que o tornavam companhia agradável. Crescendo, sua habilidade no manejo das armas o levou a seguir o pai na carreira militar. Em breve ele o igualava em valor e determinação no campo de batalha.
O grande Carlos Magno, que sucedeu a Pepino, mostrou desde logo sua predileção por aquele jovem circunspeto e despretensioso, formando grandes planos para ele. Mas Witiza começou, aos 22 anos, a sentir o forte apelo da graça para deixar o mundo e dedicar-se inteiramente a Deus. Como dizer isso a seu pai? Como dizê-lo ao Imperador da barba florida, tão complacente para com ele?
Esperando a hora da Providência, Witiza continuou levando a vida na corte e nos campos de batalha como se nada houvesse nele mudado. Mas interiormente começou a levar uma vida mais ascética, dedicando muitas horas à oração e mortificação. Falava pouco, privava-se de passatempos mesmo inocentes, e, sobretudo, fugia de qualquer ocasião que pudesse ser perigosa para sua pureza.
Quanto tempo viveu assim? Não se sabe ao certo, mas pelo menos alguns anos. Ele não estava certo do caminho a seguir para executar seu projeto, até que um dia ele viu num fato a mão da Providência apressando sua ruptura com o mundo.
Corria o ano 774, e Witiza, com um irmão, lutava nas hostes do Imperador numa campanha na Itália. Em determinado momento viu que o irmão, sem medir a profundidade e correnteza de um rio, pôs-se a atravessá-lo a nado. Mas logo foi arrastado pela torrente. Witiza lançou-se a cavalo no rio em socorro do irmão, e por pouco ambos não pereceram.
Foi aí que o jovem tomou a resolução que havia tempos premeditava: assim que terminou essa campanha militar, fugiu sem nada dizer a ninguém, e foi ter ao mosteiro de São Sena (que deu o nome ao famoso rio que corta Paris), onde trocou o uniforme militar pelo hábito religioso.

Não ser monge pela metade
Witiza rompera com o mundo para entregar-se a Deus seriamente, e não pela metade. Por isso, começou uma vida de austeridade, oração e penitência, dormindo em tábua dura, passando a pão e água e tirando ao repouso longas horas que passava em contemplação. Entregava-se às mais humildes tarefas, usava hábitos rejeitados pelos outros, limpava, à noite, as sandálias de seus confrades.
Deus lhe concedeu a graça de uma verdadeira compunção de coração e o dom das lágrimas, de tal maneira que elas corriam abundantes quando entrava na consideração de seus pecados ou da misericórdia de Deus a seu respeito.
Ora, esse teor de vida era uma muda censura aos monges tíbios e acomodados. Começaram eles a acusá-lo de exagerado, e mesmo de louco. Riam-se dele, atiravam-lhe objetos e faziam toda sorte de injúrias. Witiza contentava-se por sofrer tudo em silêncio, na imitação do Salvador.
Aos poucos os risos cessaram, a inveja cedeu à admiração, e seis anos depois, ao morrer o superior do mosteiro, pensaram em elegê-lo para o cargo.

Fundador de mosteiros

Witiza, que tinha saído do mundo para fugir das honras, ficou horrorizado logo que soube desse plano. Por isso deixou o mosteiro às escondidas e voltou para sua terra, onde se estabeleceu como ermitão perto de um riacho que se chamava Aniane.
Logo, outros companheiros juntaram-se a ele e o lugar tornou-se pequeno. Witiza construiu então um mosteiro para abrigar tanta gente. Era tal a regularidade de vida e a observância religiosa nesse retiro, que sua fama atraiu mosteiros semelhantes ao seu redor.
O Imperador Carlos Magno, sempre edificado com a santidade de Witiza, construiu um grande mosteiro e igreja, no qual Witiza pudesse receber todos que o procuravam. No edifício, o Imperador não poupou nada em matéria de grandeza e de arte. Witiza dedicou o templo à Santíssima Trindade.
Foi então que trocou seu nome para o de Bento, em homenagem ao patriarca do monacato no Ocidente, e começou a seguir sua Regra. “E para conhecer melhor seu espírito — escreve seu primeiro biógrafo Adson — recorre os mosteiros, interroga os antigos, pesquisa bibliotecas e recolhe as velhas tradições” 1. Isso porque a primitiva regra de São Bento estava alterada e desfigurada, em virtude das inúmeras modificações que o relaxamento e a tibieza tinham introduzido nos mosteiros.
O reformador, para seguir o “Ora et Labora” beneditino em toda sua extensão, e para, ao mesmo tempo, formar campeões da ortodoxia, introduziu o estudo das diversas ciências em seus mosteiros, para ocupar o tempo vago dos monges. De maneira que, “assim, sem alterar a exata regularidade que atraía a atenção de todo mundo, ele fez florescer, nessa casa real, escolas de humanidades, de filosofia, a teologia e o estudo das Sagradas Escrituras. Foi assim que esse grande homem encontrou um meio de afastar da província onde se encontrava as trevas da ignorância, e que formou um grande número de discípulos que renderam depois, seja na qualidade de bispos, seja na de doutores ou missionários, seja na de abades, serviços muito consideráveis à Igreja” 2.
Aos poucos esse mosteiro e seu abade tornaram-se tão famosos, que todos consideravam uma honra oferecer-lhe terras e dinheiro para estabelecer mosteiros semelhantes em seus estados. Do que resultou que 12 deles o reconheciam como seu abade.
Os grandes do tempo também acorriam a ele, como Leidrado de Lyon, Teodulfo de Orléans, o grande Alcuíno — que fora preceptor de Carlos Magno e era considerado um dos homens mais eruditos de seu tempo — e o Duque São Guilherme de Aquitânia, para obter monges para realizar fundações.

Conselheiro do Imperador, Abade Geral do Império
O próprio Imperador Luís, o Bonachão — que sucedera a seu pai, o grande Carlos — querendo ter São Bento cerca de si para gozar de seus conselhos, construiu um mosteiro junto ao rio Inde, que ofereceu ao Santo. Este aproveitava-se da boa disposição real para ser o defensor e protetor dos órfãos e das viúvas, e um intercessor dos pobres junto ao monarca. E Luís, o Bonachão, atendia sempre solícito aos pedidos do Santo.
Ele foi mais longe. Vendo em Bento não só um conselheiro, mas a regra viva do monaquismo, nomeou-o uma espécie de Abade Geral do Império, com poder sobre todos os mosteiros de seus Estados, com o fim de empreender neles uma reforma geral.
Para cumprir os desejos do Imperador, Bento convocou uma reunião geral dos abades de todos os mosteiros da França, e com eles estudou a reforma a estabelecer para restaurar o antigo espírito monástico em toda sua pureza. Essa empresa necessitava de uma personalidade marcante e excepcional, como a de Bento, escudada pela autoridade real.
Visando uniformizar a vida conventual, Bento escreveu um livro, A Concordância das Regras, no qual analisa o espírito e o sentido das regras beneditinas.
O Abade Geral visitava pessoalmente os mosteiros para ver a aplicação da regra beneditina. Em suas inumeráveis viagens com esse intuito, vários milagres atestaram a santidade de Bento.
Apesar de tudo, isso atraiu-lhe inimigos, principalmente entre aqueles que disputavam o favor real. E uma campanha de difamação e de calúnias começou a circular, chegando até os ouvidos reais. Quando se esperava que o monarca iria pedir ao Santo para justificar-se, pelo contrário este o abraçou estreitamente à vista de todos os detratores, e lhe deu de beber de sua própria mão. Felizes tempos em que a virtude era premiada publicamente!...
São Bento de Aniane foi um dos baluartes da Igreja na luta contra a heresia de Felix de Urgel, e para isso foi várias vezes à Espanha para combatê-lo. Foi um dos que convocou um sínodo na própria Sé episcopal do heresiarca, onde Felix foi condenado por sua heresia.
Enfim, chegou o tempo predestinado pela Providência para que seu servo fosse receber o prêmio de seus labores e lutas. No ano 821, Bento foi atacado por febres e terríveis dores, e teve que ser acamado. Quando a notícia se espalhou, os primeiros a chegar foram os enviados do Imperador. Abades, monges, bispos, todos queriam receber os últimos ensinamentos do moribundo. Mas, depois de exercer o que a cortesia mandava, pediu ele para ficar só com Deus. E foi arrebatado num êxtase. Aos seus monges disse depois que nunca havia tido momentos tão doces em sua vida: “Eu acabo de ter a felicidade de me encontrar diante de Deus, no meio do coro dos Santos” (*).

Notas:
1. Fr. Justo Perez de Urbel, OSB, Año Cristiano, Ediciones Fax, Madrid, 1945, 3a. edição, vol. I, p. 289.
2. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo II, p. 462.
(*) Outras obras consultadas: P. Kirsch, St. Benedict of Aniane, transcribed by Steve Fanning, The Catholic Encyclopedia, Volume II, Copyright © 1907 by Robert Appleton Company, Online Edition Copyright © 1999 by Kevin Knight; St. Benedict of Aniane, 1998-2000, Catholic Online Saints.

Fontes:
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=182&mes=Fevereiro2002
http://www.abbaye-saint-benoit.ch/saints/aniane/benoitaniane.htm

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