quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Santo Ambrósio, Bispo, Doutor da Igreja (+397), 7 de Dezembro


Ambrósio é uma das figuras mais egrégias da Igreja da época romana. Por família e formação, representava as grandes virtudes cívicas e morais dos administradores e magistrados, que formaram o maior império da antigüidade e o mantiveram em plena vitalidade durante meio milênio: a retidão e o amor à justiça, a probidade e sentido prático, a doação à causa pública.
Seu pai era governador das Gálias, e nesta escola de valores se formou o jovem Ambrósio. Outro valor que lhe adveio com o berço foi a depuradíssima formação humanística, especialmente através do estudo da poesia e da retórica.
Assim, Ambrósio estava preparado para ser um dos funcinários diretores do Império, e efetivamente aos 30 anos era nomeado governador das províncias de Lugúria e Emília, com sua capital Milão, sede então do imperador.
Embora catecúmeno, nada fazia suspeitar então o rumo que haveria de tomar sua vida.
Com motivo de encontrar-se o povo reunido na basílica para nomeação do bispo da cidade, e temer-se um tumulto por haver facções contrárias, Ambrósio dirigiu-se como governador para a catedral e exortou o povo à concórdia e à paz. Estava ainda falando, quando se levantou uma voz: “Ambrósio, bispo”, e todo o povo aclamou: “Ambrósio, bispo”.
Surpreso, e atemorizado, acabou vendo nesta manifestação popular um sinal da vontade divina, e a ela se submeteu.
Ambrósio levou para o episcopado as grandes qualidades de organizador, que o fizeram um dos governantes do Império; é assim um dos estruturadores da Igreja do ocidente. Sua influência foi decisiva para devolver à Igreja, conturbada pelo arianismo. Neste aspecto, contudo, não se pode ignorar que Ambrósio foi um dos bispos que mais influíram em firmar a aliança império-Igreja, que haveria de hipotecar a liberdade da Igreja durante mil e quinhentos anos.
Mas os aspectos jurídicos e políticos não impediram que desabrochasse alta espiritualidade, que o coloca em plena luz cristã, tão por cima da tradição romana de honestidade. Basta considerar as quatros obras que escreveu sobre a virgindade, virtude totalmente ignorada pela moral romana e que supõe a mística de uma doação total a Deus em corpo e alma.

(Cf PALACÍN S.J., Carlos; PISANESCHI, Nilo. Santo nosso de cada dia, rogai por nós!, São Paulo: Loyola, 1991)

Fontes:
http://www.puc-rio.br/campus/servicos/pastoral/santo_dezembro.html
http://www.agencia.ecclesia.pt/ecclesiaout/snpcultura/fotografias/vol_santo_ambrosio.jpg

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