terça-feira, 18 de novembro de 2008

São Roque González de Santa Cruz e Companheiros, Mártires, 19 de Novembro


São Roque e seus companheiros foram alguns dos primeiros mártires sul-americanos. Foram assassinados pelos índios em 1628 e canonizados pelo Papa João Paulo II.
Roque González nasceu em Assunção, Paraguai, em 1576. Seus pais eram espanhóis. Quando jovem era tão bom e devoto que todos estavam convencidos de que, um dia, ele seria sacerdote. E, de fato, aos 23 anos, Roque recebeu a Ordenação Sacerdotal.
Desde o seu primeiro ano de sacerdócio, preocupou-se muito com os indígenas, e visitava continuamente os povoados mais distantes para evangelizar e ajudar os índios. Aos 33 anos, o Padre Roque entrou para a Companhia de Jesus, para poder trabalhar mais como missionário.
Os Padres Jesuítas haviam fundado, no Paraguai, algumas colônias indígenas, que se tornaram famosas em todo o mundo. Chamaram-nas “Reduções”, e se diferenciavam dos demais grupos dos outros países, pois ali os índios não eram considerados como gente de “segunda classe”, mas sim os mais importantes. Os Padres Jesuítas os consideravam como verdadeiros filhos de Deus, como tais os tratavam, com enorme respeito e grande carinho.
Um autor francês chegou a exclamar: “Nestas ‘Reduções’, os índios chegaram ao mais alto grau de civilização que um povo jovem pode alcançar”.
Nessas missões, respeitava-se muito a Lei de Deus, e as leis civis eram obedecidas; cada um tratava os demais como se fossem irmãos. Os índios aprendiam a trabalhar a terra com técnica, e faziam trabalhos manuais e industriais. Tudo era calcado num cooperativismo bem organizado, onde reinava a fartura.
Padre Roque trabalhou durante 20 anos nessas “Reduções”, enfrentando com paciência e confiança toda sorte de dificuldades e perigos. Algumas vezes o perigo vinha de tribos totalmente selvagens que atacavam; outras vezes, ele vinha dos colonos europeus que queriam escravizar os índios, mas os Jesuítas não o permitiam. Ele foi o primeiro europeu a penetrar em certas regiões de selva do Paraguai. Dirigiu cerca de seis “Reduções” de indígenas. O governador espanhol deixou escrito: “Ao Padre Roque, custou-lhe a sua vida de missionário ter suportado fome, frio, rios atravessados a nado, contínuas doenças transmitidas por insetos e mil outros incômodos que ele soube suportar com verdadeiro heroísmo sacerdotal.” Ele chegou a exercer uma enorme influência sobre os índios, que o veneravam como um verdadeiro santo.
Aconteceu que um curandeiro, o pajé dos indígenas, se deu conta de que a influência dos Padres Jesuítas o estava afastando de sua clientela, e que os indígenas já não acreditavam tanto nas suas mentiras e enganações, e dispôs-se a vingar-se dos Padres. Foi assim que o pajé reuniu um grupo de índios dentre os mais selvagens e, com eles, atacou a missão católica.
Quando os agressores chegaram, o Padre Roque González estava fazendo subir um sino à torre da capela. Assassinaram-no ali mesmo a golpes de marreta. Ao ouvir o tumulto, o Padre Alfonso Rodríguez saiu de sua cabana, e os índios também o assassinaram a marretadas, imediatamente. Em seguida, os indígenas puseram fogo na capela e, quando ela estava envolta em chamas, puseram ali os dois cadáveres. Era o dia 15 de novembro de 1628. Alguns dias depois, os mesmos índios assaltaram a missão próxima dali, assassinando outro companheiro do Padre Roque, o Padre Juan de Castillo. Assim foram três os mártires que derramaram seu sangue, depois de doarem suas vidas em favor dos nativos.
O chefe indígena Guarecupí deixou escrito: “Todos os índios amavam o Padre Roque”.

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com 

Fonte:
http://santoraldeldia.blogspot.com/2007/11/san-roque-gonzlez-de-santa-cruz-y-sus.html
http://www.music.ucsb.edu/projects/musicandpolitics/archive/2007-2/wilde.html

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