sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Trasladação da Casa da Santa Família para a cidade de Loretto, 10 de Dezembro

A Trasladação da Santa Casa, obra de Saturnino Gatti

Bouquet espiritual: «Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os Seus passos.» (I Pe 2, 21)

A terrível novidade de que a Terra Santa estava perdida para os cristãos espalhou uma profunda tristeza por toda a Igreja; mas, ao mesmo tempo, uma outra notícia veio consolar as almas cristãs: a santa Residência de Nazareth, onde a Virgem Maria havia concebido o Verbo feito Carne, havia sido transportada pelos Anjos para a Dalmácia.

Ao despontar da aurora, os habitantes do país notaram, com grande espanto, um novo edifício que repousava sobre a terra, sem fundações, e mostrava, por sua forma, ser de origem estrangeira. Que monumento poderia ser este? Enquanto todos se interrogavam curiosamente, Maria trazia do Céu, Ela mesma, a resposta ao bispo da diocese que, gravemente doente, pedia aos Céus a sua cura para ir ver o prodígio: "Meu filho, disse-lhe Maria aparecendo para ele, esta casa é a casa de Nazareth, onde foi concebido o Filho de Deus. Tua cura dará prova deste prodígio."

Três anos mais tarde, a Casa santa, transportada pelas mãos dos Anjos, elevou-se novamente nos ares e desapareceu aos olhos do povo desolado, em 10 de dezembro de 1294. Ora, no dia seguinte pela manhã, os habitantes de Recanati, na Itália, viam surgir sobre a montanha vizinha de Loretto uma casa desconhecida, de aspecto extraordinário. Logo foi constatado que esta casa era aquela de Nazareth, que os habitantes da Dalmácia haviam visto, ao mesmo tempo, desaparecer repentinamente. Daí o surgimento de inúmeras romarias.


No Século XIV, um magnífico templo foi construído para guardar a Casa milagrosa. Este templo existe ainda hoje e vê, a cada dia, numerosos peregrinos de todas as partes do mundo. Como fala ao coração do cristão, este monumento venerável! Como ele nos lembra os mistérios de Deus! Quantas maravilhas de santidade ele viu! Como sua existência hoje, em Loretto, significa a realidade de tantos milagres! O peregrino ama a ponto de dizer: "Ali Maria orou, ali José trabalhou, ali Jesus viveu!" Ele ama a ponto de beijar um objeto insignificante por si próprio, mas mais precioso que todos os tesouros, pelas lembranças que lhes são aferidas: chamam-no de "santa Escudela", pois é o pote de barro onde o Salvador, segundo a tradição, tomava Suas refeições.


Abbé L. Jaud, Vida dos Santos para todos os dias do ano, Tours, Mame, 1950.




Fontes: http://www.magnificat.ca/cal/fran/12-10.htm http://leblogdumesnil.unblog.fr/files/2007/12/saturninogatti.jpg

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