quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

São Gabino da Dalmácia, Presbítero e Mártir, 19 de Fevereiro



"São Gabino, Sacerdote e Mártir", gravura
Jacques Callot, por volta de 1630
Mackelvie Trust Collection, Auckland Art Gallery


Gabino nasceu na Dalmácia, atual Bósnia, numa família da nobreza romana cristã, radicada naquele território. Na idade adulta, ele foi viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se casou. 

 Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre. Transformou sua casa numa igreja, consagrou a jovem filha, Suzana, a Cristo, e educou-a com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e celebrando a santa Missa, enfim, fortificando a Igreja neste período de trégua das perseguições.

Segundo os registros encontrados, a família de Gabino tinha parentesco com o imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou ter a filha de Gabino, Suzana, como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um emissário para convencer a jovem, mas esta não cedeu, decidida a  manter-se fiel a Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio, Caio, que fora eleito Papa em 283. 

O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido às tensões que circundavam o Império Romano, em franca decadência. Decretou a perseguição mais severa registrada na História do Cristianismo, sendo apontado como causador de todos os males. O parentesco com o soberano de nada serviu a Gabino, pois o final foi trágico para ele e todos os seus.

Verificamos pelos registros encontrados que, no início desta perseguição, o padre Gabino não mediu esforços para consolar e amparar os cristãos escondidos. Enfrentou com serenidade o perigo, andando quilômetros e quilômetros a pé, indo de casa em casa, de templo em templo, animando e preparando os fiéis cristãos para o terrível sacrifício que os aguardava. Montanhas, vales, rios, florestas, nada o impedia nesta caminhada para animar os aflitos. Foram várias as Missas rezadas por ele em catacumbas ou cavernas secretas, onde ministrava a comunhão aos que seriam martirizados. Finalmente foi preso, junto com a filha, que também foi sacrificada.

Gabino foi torturado, julgado e, como não renegou a fé em Cristo, foi condenado à morte por decapitação. Antes da execução, mantiveram-no preso numa minúscula cela sem luz, onde passou fome, sede e frio durante seis meses. Foi degolado em 19 de fevereiro de 296, em Roma.



São Gabino não foi um simples padre, mas sim um marco da fé e um símbolo do cristianismo. No Século V, sua antiga casa, que havia sido uma igreja secreta, tornou-se uma grande basílica. Em 738, seu culto foi confirmado durante a cerimônia de traslado das suas relíquias para a cripta que fica no altar principal desta basílica, onde repousam ao lado das de sua santa filha, Suzana.



No Século XV, a basílica foi inteiramente reformada pelo grande artista e arquiteto Bernini, sendo considerada atualmente uma das mais belas existentes na cidade do Vaticano. A sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

 

 

Fontes:


http://alexandrinabalasar.free.fr/gabino_da_dalmacia.htm

 

http://collection.aucklandartgallery.govt.nz/collection/results.do;jsessionid=EB81E2EA6EA7719E977BC9A5C01EAD36?view=detail&db=object&id=10042

 

http://www.flickr.com/photos/seminario/1455530275/in/set-72157602192958972/

 

http://static.panoramio.com/photos/original/7842908.jpg

Nenhum comentário: